Há meio século, quando o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira inaugurou Brasília, um coro de descontentes fez-se ouvir. Nada contra a arquitetura de gosto duvidoso da nova capital federal. O que se temia era a possibilidade de que, uma vez isolados no interior do país, longe da vigilância próxima e permanente dos cidadãos de uma metrópole como o Rio de Janeiro, antiga sede do governo, os políticos perdessem de uma vez a compostura e passassem a comportar-se como senhores feudais, acima das leis. Infelizmente, os descontentes revelaram-se proféticos. Brasília tornou-se uma ilha da fantasia para deputados e senadores, que usam seus cargos de representantes do povo para locupletar-se e obter vantagens para seus apaniguados. O corolário evidente é que a capital se transformou numa imagem de pesadelo para os que pagam a conta: nós, os milhões de contribuintes; nós, as dezenas de milhões de pessoas comuns. É tal o resumo da ópera brasiliense – eles, os poderosos, os "incomuns", se lixam cada vez mais para a opinião pública, para os bons modos, para a Constituição. Minam, assim, a crença na democracia e os alicerces de uma nação que almeja a civilização.Esse espetáculo deprimente teve outra cena triste na semana passada. Seu protagonista: o presidente Lula. Desde que se viu na contingência política de ter de defender os crimes dos seus partidários envolvidos no mensalão, Lula teve de entregar a bandeira da ética – que ele empunhou com desenvoltura antes de chegar ao Palácio do Planalto. A rendição do presidente se deu naquela célebre entrevista concedida em Paris, em 2005, nos tempos em que a corrupção causava ainda algum constrangimento. Sem os corretivos vindos de cima, a turma do baixo, do médio e do alto clero da base aliada sentiu-se mais livre do que nunca. Sempre que um de seus integrantes está prestes a se afogar, eis que surge o presidente, solidário, oferecendo o conforto de suas palavras amigas. Nem precisa ser compadre de pitar cigarrilha, como o leal companheiro Delúbio Soares, estrela do mensalão. Pode ser do PMDB, do PP ou do PTB. Pode até ser, vá lá, um "grande ladrão", adjetivo com o qual Lula descrevia o senador José Sarney quando este era presidente da República. Há cinco meses o Congresso Nacional enfrenta uma infindável onda de escândalos. Ela envolve parlamentares e altos funcionários com mordomias, nepotismo e suspeitas de corrupção. Aos 79 anos de idade, 54 de política, Sarney, o mais longevo e experiente dos políticos brasileiros, é apontado como mentor e beneficiário da máquina clandestina que operava a burocracia do Senado. Inerte diante das denúncias, o senador tentou defender-se no plenário, com argumentos tão frágeis quanto os azulejos portugueses de São Luís. Do Cazaquistão, onde se encontrava em visita oficial, Lula atirou-lhe a boia."O senador tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse o presidente. E continuou: "Não sei a quem interessa enfraquecer o Poder Legislativo no Brasil. Quando o Congresso foi desmoralizado e fechado, foi muito pior para a democracia". Não satisfeito, acrescentou: "Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim e depois não acontece nada". Ao afirmar que Sarney merece um tratamento diferenciado, o presidente atropelou o preceito constitucional expresso no artigo 5º, que estabelece a igualdade de todos perante a lei. "Lula foi absolutamente infeliz. Reforçou a ideia de que um é melhor do que o outro. Restabeleceu a lógica do ‘você sabe com quem está falando?’. Bateu de frente na Constituição e no princípio basilar da democracia", resume o historiador Marco Antonio Villa. (Trecho de reportagem publicada pela Revista Veja. Aqui a íntegra para assinantes).
6 comentários
Coronel
ReplyBrazil potencia colonizadora apenas e só para que lulla consiga um lugar no Conselho de Segurança na ONU, coisa absolutamente inviável dado o nível de corrupção e violência que reina por aqui.
Não falando claro, que o cinco membros do Conselho de Segurança da ONU possuem perfeito e total conhecimento dos objetivos do Foro de São Paulo e dos montantes que lulla colocou em paraísos fiscais. Isso è do conhecimento da comunidade de Inteligência.
O Conselho de Segurança da ONU è para política séria, responsável, onde os países integrantes possuem estabilidade governativa e raros escândalos, para além de o legislativo e o judiciário serem independentes, com exceção da China.
Mas o Haiti está farto da colonização pela força das armas do Brazil. Quer sair desse jugo colonialista. Mas lulla, o tirano, ditador, mantém a população no Haiti sob um regime de terror pela força das armas.
Brazil através dos seus políticos corruptos e rasteiros, herdou dos portugas o gene da colonização, só faltando vender os haitianos como escravos.
"Haitianos querem fim da presença do Brasil
Representantes de movimentos sociais haitianos criticaram ontem a presença de tropas brasileiras no Haiti, à frente de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e defesa Nacional (CRE) do Senado, o haitiano Frantz Dupuche, da Plataforma Haitiana em defesa de um Desenvolvimento Alternativo (Papda) afirmou que o desempenho da Missão da ONU para a Estabilização do Haiti é um "fracasso" por não cumprir sua meta de estabilizar o país."
http://defesabrasil.com/site/index.php/Noticias/Missao-de-Paz-no-Haiti-MINUSTAH/Haitianos-querem-fim-da-presenca-do-Brasil.html
Post I M P E C Á V E L !!!
ReplyO povo brasileiro tornou-se refem de uma casta de cidadaos que se dizem representantes do povo mas, que na realidade usa o poder em proveito proprio.
ReplyBrasilia foi um erro de monumental mal gosto. Arquitetura cafona e feia que combina c/ a fauna que a habita.
Corona
ReplyFHC, por que não te calas?
Recomendo a leitura do Lula Borges em
http://lulaborges.com.br/2009/06/fhc-por-que-nao-te-calas
I M P E R D Í V E L
kkkkkkkkkkkkkkkk...
ahahahahhahahah...
Replyacabei de ler o artigo do Cristovam Buarque e, segundo ele, o Brasil tem uma divida com Sarney...
ahahahahahahaha....
as piadas não tem fim...
Tenho uma sugestão: que tal um movimento para mudar a capital do país para outro lugar: sao paulo, rio, minas... ou mesmo outra cidade? eu gostaria de ver a capital como sao paulo.
Replymais perto do centro economico e mais longe do fim de mundo que eh o centro do pais talvez desse pra controlar melhor essa corja.
vamos bolar uma campanha para os blogs?