Gastança.

Editorial da Folha de São Paulo deste domingo:

A CRISE econômico-financeira de escala planetária forneceu até agora ao governo brasileiro um conveniente biombo para disfarçar seus vícios fiscais. A administração Lula, que antes da "débâcle" já gastava muito e mal, pôde alegar nos últimos meses, com certa razão, que era imperioso combater a ameaça de recessão no país com medidas anticíclicas, seguindo uma receita clássica contra crises.O limite dessa política, como já se alertou aqui, está na própria saúde financeira e fiscal do país.Uma queda na arrecadação de impostos, nesse quadro, era previsível e esperada. Com efeito, a receita tributária da União em maio, de R$ 49,8 bilhões, ficou R$ 3 bilhões aquém da previsão do próprio Ministério do Planejamento. Frustrou-se, assim, a expectativa demasiado otimista do Planalto de que um início de recuperação econômica, no mês passado, se refletisse rapidamente nos cofres públicos.A consequência óbvia é que se estreitam ainda mais as margens para incentivar a economia com instrumentos fiscais. Apesar disso, Lula parece inclinar-se pela protelação indefinida do expediente de reduzir o IPI (imposto sobre produtos industrializados) de setores escolhidos a dedo, como o automotivo, sem que se vislumbre qualquer plano coerente por trás da medida. As intervenções permanecem erráticas, e as intenções, obscuras.O presidente e seus ministros sempre podem, claro, lançar mão do recurso das contas de chegar. Com arrecadação em queda e sem disposição para cortar despesas de custeio, sua saída tem sido reduzir a meta de superávit primário, aquela parcela da receita destinada à diminuição da dívida pública.Dos 3,8% do PIB previstos, o objetivo foi rebaixado para 2,5% do PIB. Na revisão já se acha computada a redução da estimativa de crescimento econômico de 3,5% para 1%, mas até este desempenho permanece duvidoso.A solução seria adotar aquilo que Lula resistia a fazer antes mesmo da crise: melhorar a qualidade do dispêndio federal, cortando gastos que só estimulam o consumo a fim de deixar mais recursos disponíveis para investimentos públicos, capazes de melhorar a infraestrutura e o bem-estar social, gerar empregos e preparar o país para o futuro.Se essa já era uma alternativa invisível no repertório do Planalto antes da crise, torna-se mais improvável agora. Avizinha-se um ano eleitoral, e parece cada vez mais difícil a materialização dos resultados do PAC -a grande plataforma da candidatura em fabricação no palácio.Bem mais plausível seria Lula comprometer ainda mais a disciplina fiscal a fim de satisfazer todas as demandas -dos sindicalistas que pululam em seu governo ao sempre voraz PMDB- e assim tentar dar pernas às pretensões da ministra Dilma Rousseff. Seria um retrocesso e tanto.

4 comentários

Daqui há pouco aparecerá com nova derrama e expropriações, já que o nosso grande problema para superar a crise econômica mundial é como nos livrar de um populista que compra diuturnamente sua popularidade em assistencialismo e empreguismo.

Só faz alguma coisa se é para se manter no poder, enquanto que a atividade de administrar está entregue a vândalos que só pensam em lucros fáceis e vantagens pessoais.

É a república clepto-oligárquica do Bolivariano da Silva, fomentada principalmente pelo PMDB.

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Na realidade, a tal redução de IPI dos carro mil, não deve ser tanto assim. Façam as contas. As empresas seguem pagando IPI para importação ou para compra de outros produtos inddustrializados, gerando créditos que devem ser aproveitados em sua própria produção. Logo, se retornar, não deverá causar um evento tão grande quanto as próprias fábricas - e o próprio governo - querem fazer parecer.

Mas, o que sempre desconfiei, acabou aparecendo neste evento: as margens das montadoras são enormes! Se elas quisessem, poderiam manter estes preços, mesmo sem a tal redução. Mas isso seria contra o princípio básico destas - eu diria - anticapitalistas, pois são contra o livre mercado.

Se o governo mantivesse a isenção nos carros "populares", não teria impacto nenhum. Mas reduzir IPI de carros de luxo, qual a diferença? Quem for comprar, vai comprar e ponto final!

Pior é saber que motos de 125cc, montadas ou fabricadas fora da Zona Franca de Manaus, pagam 25% de IPI e não tiveram nenhuma redução. E que as elétricas, pasme, pagam 35%!

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lulla e seu dedo podre :

Jornal O Globo, pág. 3 - O país :

" Governistas tentam tirar poder do TCU sobre obras - Com apoio de Lula, aliados articulam no Congresso esvaziar resultados de fiscalizações de projetos irregulares. Empreiteiros também pressionam para limitar a ação do órgão" ....

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É o PAC a qualquer preço e com todas as irregularidades tornando-se "regulares" !!!

Está ficando cada vez mais difícil viver nesse país.

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Coronel

Um YouTube de Reinaldo de Azevedo sobre a baderna bolchevique na USP, incluindo agressões fisicas.

http://brasilacimadetudo.lpchat.com/

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