Seu pouco mais de 1,50m de altura e o tom de voz suave não refletem a fortaleza humana que lhe permitiu suportar 15 anos longe do filho e dos dois netos. Menos de uma semana após ter se reencontrado com a família em Buenos Aires, a médica cubana Hilda Molina, de 66 anos, não se cansa de agradecer a mediação da presidente Cristina Kirchner e de denunciar a violação dos direitos humanos em seu país. “Me disseram que eu nunca sairia de Cuba porque meu cérebro era patrimônio do país”, contou ao GLOBO a neurocirurgiã, que nos anos 90 renunciou à direção do Centro Internacional de Restauração Neurológica de Havana e foi alvo de uma perseguição política que a impediu de sair da ilha.
GLOBO: Por que Cuba recebe tanto apoio internacional?
MOLINA: Muitos presidentes se sentem pressionados psicologicamente, sentem que qualquer crítica poderia alterar a estabilidade de Cuba. E outros acham que esta atitude positiva em relação ao governo cubano é a melhor maneira de promover a abertura do país, estratégia que considero totalmente equivocada. Por outro lado, os governos populistas eleitos nos últimos anos querem perpetuar-se no poder como fez o governo cubano.
GLOBO: A senhora se refere ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez?
MOLINA: Não vou dar nomes, não quero brigar com mais ninguém (risos).
GLOBO: Qual é a sua opinião sobre a aliança do presidente Chávez com Fidel?
MOLINA: Chávez é aluno de Fidel Castro, ele mesmo diz isso. Depois de ter saído da prisão, Chávez visitou Cuba e foi recebido com honras de chefe de Estado — isso muito antes de assumir o poder. Isso sempre chamou minha atenção, nunca entendi por que tanto protocolo para uma pessoa que não era ninguém. Hoje entendo que havia um plano. Fidel foi seu mentor e Chávez está transformando a Venezuela numa nova Cuba.
GLOBO: Como a senhora explica a resistência de Cuba a retornar à Organização dos Estados Americanos?
MOLINA: O problema é que Cuba deveria aceitar uma série de condições — por exemplo, em relação aos direitos humanos — que não quer aceitar.
GLOBO: O que representa Fidel Castro para a senhora?
MOLINA: Ele foi o carrasco da minha família.
12 comentários
mas li em outro lugar uma declaração dessa senhora dizendo que deixava Cuba sem ressentimentos dos Castro...
Replyespero que tal declaração tenha se dado antes dela conseguir deixar aquela prisão em forma de ilha...
ai faz todo sentido, não dava mesmo pra brigar com os irmãos sanguinários estando prestes a deixar a prisão...
pelo tom da entrevista, foi embora pra nunca mais voltar, certo?
Aos que acham que o sistema cubano quer o melhor para seu povo, vale uma leitura no blog Sin EVAsion, sobre merenda escolar (http://www.desdecuba.com/sin_evasion/?p=303}.
ReplyComo pode alguém que tenha acesso a informação, ser um apoiador de tal regime?
CORONEL. O inconsciente coletivo é algo inexplicável.Se estes ditadores e seus capachos fossem caças de uma turba enfurecida;teríamos ficado só no primeiro caso.RECRUTA ZERO.
Replyneste site há um artigo sobre hilda molina e de quebra cita Yoani Sánchez tb como colaboradora do regime cubano por "ser casada com agente da DGI" (policia secreta). Deixo essa informação sem nenhum problema pois sou tradutor e admnistrador do blog Generacion Y em portugues. A verdade sempre aparece e , no momento, acho que quem mente (sobre Generacion Y) é o site "linkado" abaixo:
Replyhttp://www.heitordepaola.com.br/
abraços
humberto sisley
Coronel
ReplyEse médica tem mesmo de regressar a Cuba, ou sua saída è definitiva?
Esta é para o Sarney e o Palloci lerem:
Reply(e alguém leia para o Lula também)
"(...) só há um país no mundo em que o juiz é mais forte que os poderosos: é a Inglaterra. O juiz sobreleva à família real, à aristocracia, ao dinheiro, e, o que é mais do que tudo, aos partidos, à imprensa, à opinião; não tem o primeiro lugar no Estado, mas tem-no na sociedade. O cocheiro e o groom sabem que são criados de servir, mas não receiam abusos nem violência da parte de quem os emprega. Apesar de seus séculos de nobreza, das suas residências históricas, da sua riqueza e posição social, o marquês de Salisbury e o duque de Westminster estão certos de que diante do juiz são iguais ao mais humilde de sua criadagem. Esta é, a meu ver, a maior impressão de liberdade que fica da Inglaterra. O sentimento de igualdade de direitos, ou de pessoa, na mais extrema desigualdade de fortuna e condição, é o fundo da dignidade anglo-saxônica".
Joaquim Nabuco, em “Minha formação”, 1900.
agora, reconheço que apresentar hilda molina como "dissidente" é brabo, pode ser agora, mas ela dirigiu um programa de obtenção de matéria negra fetal que tornava as maternidades cubanas mais horripilantes que as masmorras cubanas. Para este assunto é só colocar no google: hilda molina e matéria negra fetal.
Replyabraços
humberto sisley
Coronel,esta entrevista precisa ser mostrada a todos os brasileiros,para que este povo saiba o que estará à espera dêle se votar novamente no Partido dos Trambiqueiros .Vai ser uma barra difícil de aguentar .Abraços
ReplyPena que o nosso velho companheiro Lula nunca verá estas imagens do que esta acontecendo no país do amiguinho dele do Irã, pena mesmo!
Replyhttp://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=bbdEf0QRsLM
Nossa Coronel, que alegria que Dra. Hilda Molina esta fora daquela prisao. Escrevi muitas cartas a ela no seu blog, sempre em solidariedade a sua dor. Nao recebi resposta por que o seu tempo na internet era de apenas 2 horas por semana e eu entendo ser impossivel responder a todos, mas tenho certeza tambem ter levado um pouquinho de conforto a ela. Que alivio!Ela e uma mulher notavel e muito corajosa!
Reply"Não vou dar nomes, não quero
Replybrigar com mais ninguém."
Ora Dona Hilda!! Não nos decepcione ... Não dá para ter condescendência com estes desqualificados!
Sobre o blog Generacion Y
Replyhttp://notalatina.blogspot.com/2008_11_30_archive.html