Tarso montou um Conare paralelo.

A Folha de São Paulo revela que o Conare contrariou as teses defendidas por Tarso Genro para conceder refúgio ao terrorista assassino Cesare Battisti. O mais grave: parece ter montado um "Conare paralelo" junto com Dalmo Dallari, Luiz Eduardo Greenghaldt(advogado do bandido) e outros petistas. Leia abaixo.

Em um documento de 16 páginas, os integrantes do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) justificam a negativa de status de refugiado a Cesare Battisti afirmando que Justiça italiana é democrática e respeita os direitos humanos, que não há "nexo causal" entre a perseguição alegada por ele e o pedido de refúgio e que não caberia ao órgão, vinculado ao Ministério da Justiça, definir se os crimes atribuídos a ele foram ou não "políticos".A Folha teve acesso ao processo sigiloso do comitê -ontem o Supremo Tribunal Federal pediu uma cópia dessa decisão. Os argumentos do documento foram ignorados por completo pelo ministro Tarso Genro (Justiça), que reverteu o entendimento do órgão e concedeu o refúgio a Battisti.O Conare é um órgão interministerial formado por conselheiros de diversas áreas do governo e da sociedade civil. Suas deliberações, conforme prevê a lei, podem ser revistas pelo ministro da Justiça -como ocorreu com Battisti. Mas isso é raro: desde a criação do comitê, em 1998, houve revisão em só 25 de 2.026 casos de refúgios.A decisão do Conare de negar o pedido de refúgio a Battisti ocorreu em novembro, mas não foi unânime. De cinco conselheiros, três optaram pela negativa e dois pela concessão do refúgio. Votaram contra Luiz Paulo Barreto, presidente do comitê e secretário-executivo do Ministério da Justiça; Gilda Santos Neves, do Itamaraty; e o delegado Antônio Carlos Lessa, da PF, outro órgão subordinado ao ministro.O principal argumento apresentado por Tarso é que o italiano "possui fundado temor de perseguição por suas opiniões políticas". Para os conselheiros do Conare, porém, "não há como considerar que na Itália não vige um sistema jurídico capaz de resguardar a vida daqueles que cumprem pena em seus cárceres". Acrescenta que o país é democrático, com o funcionamento normal de suas instituições, e que não há violações aos direitos humanos.Os argumentos de Tarso, se comparados à decisão do Conare, representam mudança radical na interpretação dos fatos. O ministro afirma que a situação de Battisti na França, onde viveu por mais de uma década, foi alterada com "a mudança de posição do Estado francês, que havia lhe conferido guarida". A França concordou com sua extradição.Já o Conare entendeu o contrário. "Se for feita uma análise real da situação do senhor Cesare Battisti, verifica-se que o mesmo foge da condenação desde 1981." E mais: "A Justiça italiana buscou a sua extradição desde o início, perpassando por diversos governos".Em sua decisão, Tarso cita pensadores como Norberto Bobbio e Hannah Arendt, mas pouco se atém às decisões judiciais da Itália, referendadas anos depois na França e pela Corte Europeia de Direitos Humanos. O Conare reproduz despacho do último tribunal, no qual o italiano teve "direito de defesa e estava informado sobre a acusação contra ele".O Conare se nega a avaliar se são políticos os crimes atribuídos a Battisti, dizendo ser essa "competência exclusiva" do STF, diz que não cabe a ele "instaurar" novo julgamento e atesta a legalidade do processo.Quanto às pressões da Itália para que o Brasil extraditasse Battisti, que agora tanto tem incomodado autoridades brasileiras, os conselheiros do Conare concluíram que a atitude era um "direito legítimo de qualquer Estado que pretende ver cumpridas as suas decisões, como o faz da mesma maneira o governo brasileiro, sem que se caracterize constrangimento à soberania de outros país".

4 comentários

Coronel, já existe uma petição no site petitiononline.com contra a permanência de Battisti no Brasil.

Infelizmente, eu não guardei o link, mas é só dar um search no site que a carta aparece.

Já deixei minha assinatura lá.

Bjs

Reply

Hannah Arendt deve estar revirando na tumba,logo ela que tanto lutou contra a banalização do mal.
A família dela deveria processar Genro pela ofensa de citá-la como argumento a favor de um criminoso comum, reles, vil, que pra escapar dos rigores da lei vinculou seus crimes a motivações políticas e isto nem é novo.Pelas terras brasilis é a norma, até o tra´fico de drogas descobriu o filão.Que se diga, foi o que aconteceu qdo misturaram presos políticos sem sangue nas mãos,mas intelectuais, em cárceres com bandidos comum.
Cesare está usando o mesmo esquema; já era bandido comum e resolveu dourar a pílula da morte com matizes políticos porque isso reflete em favor do réu,menos, é claro, se o réu for agente do Estado.
A segunda matéria da Veja sobre o caso Batisti,em menos de uma semana leram tuuuudo, sei,teve uma frase que aqui favorece o italiano, lembra? "Vimos o processo de Battisti:é terrorista".
Sabendo como a palavra terrorista aqui é tão cara ao governo...
Na Itália pode ser o contrário,terrorismo que mata um é pior que criminoso comum que mata dois.A motivação política pode ser agravante lá, não aqui.Vai daí que não demora usam a revista pra amaciar por meliante.



Sobre a saída do Cesare da França é bom que se note que a França 'mudou' com relação ao abrigo de terroristas pero no mucho.Quantos ela já devolveu da penca que está lá?sim porque tem uma penca enorme.Não mudou coisa nenhuma,já que extradita mas depois revê a decisão por motivos 'humanitários'( muito amplo e subjetivo), caso da Petrella que inventou uma depressão pra ficar.E os outros?Cadê a lista dos devolvidos?
Cesare ficou sabendo que seria extraditado,deveria ter inventado uma depressão,magrelo como é pegaria de cara,foi orientado a fugir e teve toda a cobertura pra isso.Andou contando como foi a saída( não diz fuga) dele da França,quer dizer não disse nada.Foi ligeiro e não deu detalhes.Podem pegar a fala dele na reportagem.

Acho legítima a luta do governo italiano, estou integralmente de acordo com o grau de indignação deles com relação ao Brasil,mas não posso deixar de insistir que o imbróglio é muito mais com o vizinho, a França, do que com o Brasil que acabou herdando o pepino e tirando do governo francês uma responsabilidade que era só dele, de mais ninguém.
Mas atirar numa republiqueta 'latina' sul-americana é mais fácil do que a também 'latina' terra de ASterix ,dos gaulese,que por sinal foram exterminados por romanos.

Deve ser mais um caso de remorso histórico.

¬¬
lia

Reply

Esse pessoal que integra o CONARE, se tiver "VERGONHA NA CARA" deverá solicitar a sua imediata dissolução/demissão/desarticulação, porque senão ficarão com moral apenas para analisar casos de LADRÕES DE GALINHA.

ESSEPAIZ, é o único do mundo onde o MST se reúne com os esquerdopatas/bolivarianos (chaves/evo/correa e lugo) a portas fechadas e exclui o grande e SOBERANO defende e abriga sobre o manto da impunidade mensalistas/terroristas e lambarís.

Reply

O NOME DO ADVOGADO DO BANDIDO É GREENHALGH

Reply