Mais 2,2 milhões de famílias paupérrimas.

Em meio a tantas informações de que milhões de brasileiros ascenderam na pirâmide social em função do sucesso econômico do governo Lula, surge um dado que mostra uma realidade diferente: mais 2,2 milhões de famílias paupérrimas entraram nos cadastros do Bolsa Família, que possuem perfil e falta de renda para receberem o benefício. Atualmente, 11 milhões de famílias já recebem. Para aumentar o contigente de eleitores garantidos para mais de 13 milhões de lares, o governo Lula terá que somar R$ 2,2 bilhões aos R$ 11,9 milhões já reservados para o ano. Além disso, o governo quer turbinar os pagamentos. Segundo a Folha de São Paulo, a "linha", hoje em R$ 120 per capita, será reajustada com base na inflação e em outros fatores ainda em estudo, como os mapas de "espacialização" da pobreza do IBGE.Por exemplo: se a "linha" subir para R$ 150, as famílias "extremamente pobres", com direito ao benefício básico de R$ 62, serão aquelas com renda per capita de até R$ 75 (hoje esse corte é em R$ 60).A última vez que o governo mexeu nessas faixas foi em 2006, quando o limite de inclusão passou de R$ 100 para R$ 120 per capita.Hoje, uma família incluída no programa pode receber entre R$ 20 e R$ 182. O teto é pago àquelas consideradas extremamente pobres, sendo R$ 62 de benefício básico, R$ 20 por criança de até 15 anos (limite de três) e R$ 30 por adolescente de 16 e 17 anos (limite de dois).Em 2008, o governo federal reajustou em 8% o valor do benefício e estendeu o programa aos adolescentes, justamente aqueles que começaram a votar nas eleições de 2008 e que darão o seu primeiro voto para presidente em 2010. O governo Lula olha com lupa o Bolsa Família: a única informação que jamais foi dada é quantas crianças abrangidas pelo programa continuam fora da escola, vendendo balas em semáforos ou trabalhando na roça para ajudar no sustento da casa.