O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, voltou a atacar o juiz federal Fausto Martin De Sanctis, responsável pelo inquérito da Operação Satiagraha, em representação enviada ao Ministério Público Federal.Mendes afirma, ao pedir investigação de suposta tentativa do grupo do banqueiro Daniel Dantas de infiltrar um espião no Supremo, que, por mais de uma vez, o magistrado paulista divulgou "informações oblíquas" com o objetivo de "sugerir comprometimento da probidade do STF."Registro não ser a primeira vez em que, no curso desse processo, divulgam-se informações oblíquas, a sugerir comprometimento da probidade desta Corte", diz o texto da representação. Como exemplo, o ministro cita uma entrevista concedida por De Sanctis à revista "Época", na qual ele se recusou a responder se, nas investigações da Satiagraha, havia "alguma citação ao ministro Gilmar Mendes", deixando tal questão em aberto.O presidente do STF diz, no despacho, que, naquela entrevista, De Sanctis "limitou-se a responder: "Minha convicção pessoal é no sentido de que essas informações, por sua natureza, não podem ser reveladas, pois configurariam uma quebra do sigilo do processo'". Procurado pela Folha, o juiz preferiu não se manifestar sobre o fato.A representação será analisada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que deverá enviá-la à Procuradoria da República do Distrito Federal. Caberá aos procuradores tomar as medidas que julgarem necessárias.Além de pedir a investigação do suposto espião, Mendes solicita ainda esclarecimento de "eventuais tentativas dos réus [ou outros interessados] de envolver infundadamente o nome da Corte em atos ilícitos, como sugerido subliminarmente nos textos referidos".Por fim, Mendes diz que "é imprescindível para que sejam elucidados de forma peremptória fatos de extrema gravidade, a demandarem a pertinente responsabilização legal".Na última terça-feira, De Sanctis condenou Dantas a dez anos de prisão e a pagar "multa e reparação" de R$ 13,42 milhões pela tentativa de subornar policiais. Também foram condenados o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz e o professor Hugo Chicaroni, apontados como os interlocutores na tentativa do suborno.Na decisão, De Sanctis diz que o grupo de Dantas não media esforços para "destruir" a Satiagraha e relata uma suposta tentativa de colocar um aliado no STF. O nome apontado foi o do coronel da reserva Sérgio de Souza Cirillo, nomeado em 30 de julho deste ano para a Secretaria de Segurança do STF. A relação entre Cirillo e Dantas se daria por meio de Chicaroni, já que ambos integravam o Instituto Sagres, sediado em Brasília e composto por civis e militares da reserva. Cirillo, no entanto, afirma não ter vínculo com Dantas.A assessoria do STF diz que, ao tomar posse em abril, Mendes criou a Secretaria de Segurança e procurou o general Alberto Cardoso, responsável pela segurança do ex-presidente Fernando Henrique (1995-2002), pedindo uma indicação.Foi sugerido o nome do coronel Joaquim Gabriel Alonso Gonçalves, que tomou posse em abril de 2008. Em julho, Cirillo foi indicado seu substituto. Ambos foram demitidos no início de outubro, o que, segundo o STF, não teve relação com a suposta espionagem.
6 comentários
Coronel, apenas uma dúvid: Como a PF prova que houve tentativa de suborno sem o ÁUDIO daquela conversa no restaurante?DJ
ReplyFonte: Conjur/Fenapef
ReplyDesmentido e indiciado
CPI dos Grampos vai indiciar Paulo Lacerda »
A CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas terminará em março com dois resultados. O primeiro é o projeto da nova Lei de Interceptações. O outro é o relatório que, além das informações sobre o estado dos grampos no país, deve pedir o indiciamento do diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, e do diretor-adjunto afastado, José Milton Campana. O documento deve ainda apresentar o número de grampos feitos em 2008.
Nesta quinta-feira (4/12), o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI, apresentou um balanço das investigações para uma platéia de pessoas diretamente envolvidas com as interceptações como juízes, advogados e funcionários das operadoras e Anatel. Segundo o deputado, a CPI não irá investigar se o militar Sérgio de Souza Cirillo era um infiltrado do banqueiro Daniel Dantas no Supremo Tribunal Federal, como afirma o juiz Fausto Martin de Sanctis.
Coronel,
ReplyPelo que podemos ver o mais limpo dos nomes envolvidos deve estar mais sujo do que pau de galinheiro!
Átila
O estrago já está feito.
ReplyResposta a altura é a investigação cabal e a apresentação detalhada em relatório público.
Yeda, por exemplo, conseguiu solução. Mas, do principal, o abalo na reputação, demora muito mais.
Coronel, e qual foi a resposta do Felix ? Não sabia ?
ReplyRevista Veja / Coluna Radar / Lauro Jardim
CPI dos Grampos
Os dossiês do Planalto
Na segunda-feira passada, logo depois de subir à tribuna da Câmara para denunciar que servidores da Abin afastados após a Operação Satiagraha estão produzindo dossiês contra deputados da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba ligou para o general Jorge Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Itagiba afirmou ao general que os dossiês estavam sendo feitos dentro do Palácio do Planalto por seus subordinados. Disse Itagiba: "Estou lhe avisando agora para, mais tarde, o senhor não dizer que não sabia".
PINÓQUIO
O império contra-ataca
ReplyAbin está produzindo dossiês contra deputados »
O presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba, denunciou nesta segunda-feira, 1, na tribuna da Câmara dos Deputados que servidores da Abin, afastados da agência após a Operação Satiagraha, estão produzindo dossiês contra parlamentares da CPI. Segundo Itagiba, o material estaria sendo entregue a jornalistas por François René, o assessor de comunicação de Paulo Lacerda desde o tempo em que ele dirigia a Polícia Federal.
O objetivo dos dossiês seria desacreditar o trabalho da comissão parlamentar. Irritado, Itagiba partiu para o ataque: "Nós não procuramos apontar ou acusar quem quer que seja. As pessoas que aqui vieram representando aquela instituição é que mentiram perante o Parlamento. Faltaram com a verdade ao dizer que não participaram quando participaram; ao dizer que apenas atuaram de modo informal quando, na verdade, foi informal com mais de 75 agentes envolvidos numa operação", disse.
Não é a primeira vez que René é acusado de vazar dossiês. Recai sobre ele a suspeita de ter divulgado a existência de investigação da PF contra o ministro Gilmar Mendes, quando na verdade ela era feita sobre um homônimo.
Escute a denúncia de Itagiba
Fonte: Agência Fenapef com Radar On-Line Veja