Não durou 48 horas.

O silêncio de Fidel Castro não durou 48 horas. Atento às manifestações internas em Cuba, bem como ao grito de esperança por mudança que ecoou em todo mundo, o tiranossauro levantou do leito da morte para manter os seus tentáculos na carótida de 10 milhões de cubanos. Vejam a frase da mensagem que publicou hoje: " Recebi igualmente um número elevado de opiniões recolhidas nas ruas por métodos confiáveis, e elas quase sem exceção, e espontaneamente, expressavam profundos sentimentos de solidariedade". De saída, o "Comarada" Fidel já desqualifica as inúmeras manifestações dos dissidentes cubanos e, especialmente, dos jovens, que receberam a renúncia como um sopro de esperança. Em seguida, escreve o sanguinário ditador: "O fim de uma etapa não é a mesma coisa que o início do fim de um sistema insustentável". Fidel é inteligente e sabe que é o seu fim e o fim do regime. Cuba já teve a sua derrocada econômica e ideológica. Sustentou-se apenas pela estrutura carcerária do regime. Agora vai ter a queda final, par e passo com a morte lenta e dolorosa do líder assassino. Não será o advento do assistente de fuzilamentos e assassinatos, o irmão Raul Castro, o encarregado de cuidar das armas e calabouços, que vai sustentar a mentira por muito tempo. Certamente, pela natureza covarde deste novo líder imposto , Cuba viverá um período de intensa repressão, que será o último estertor de um regime moribundo. Desta vez, a "liberdade" não virá pelas mãos de um bando de guerrilheiros oriundos de Sierra Maestra, no cano do fuzil, na ponta da baioneta, no concreto gelado do paredón. Virá de dentro das universidades, dos ginásios de esporte, das casas saudosas dos seus exilados. Quando menos estes bandidos esperarem, as ruas estarão cheias de cubanos gritando por liberdade, sem violência, ao som de uma rumba, com flores nas mãos, lágrimas nos olhos e democracia no coração. A morte de Fidel é o renascimento de Cuba. Que o diabo o carregue.