Lula quer cortar na veia...do funcionalismo.

Lula, como patrão, não lembra nada o Lula sindicalista. Já mandou declarar ilegal a primeira greve do funcionalismo. Quem te viu, quem te vê.

Lula negociou aumentos e mais aumentos com a maioria das categorias em 2007, na esteira dos reajustes dados à Polícia Federal, que além de polícia, também funcionou como garota-propaganda da "seriedade" do governo. Nunca na história deste país houve tantas operações com nomes tão pomposos.

Agora Lula, no papel de patrão do Brasil, quer roer a corda e cortar o aumento do funcionalismo. Logo ele, Lula, o sindicalista, o operário forjado nas greves. Logo o PT, o partido dos trabalhadores, nascido nas portas das fábricas, berrando contra os patrões, fazendo piquete e paralisação. Viraram todos pelegos do PAC!

Para José Pimentel (PT-CE), relator do Orçamento, "a idéia é adiar uma boa parte dessas medidas(aumentos negociados) para 2009 para resolver este grave problema que é a retirada da CPMF".

Tarso Genro(PT-RS), ministro da Justiça, disse à Folha OnLine que o governo não vai abrir mão da "rigidez orçamentária" na negociação dos reajustes salariais dos servidores públicos. O governo usará, afirmou Tarso, "diálogo e persuasão" para defender as contas, "mas será firme com o funcionalismo".

José Antonio Dias Toffoli (PT-SP), Advogado-Geral da União, já está ameaçando a greve deflagrada hoje pelos advogados deferais: "A Secretaria-Geral da AGU já determinou o corte de ponto dos grevistas. A AGU também entrará na Justiça para pedir a declaração de ilegalidade do movimento, bem como requerer a aplicação de multa diária e a responsabilização das entidades por eventuais danos que a paralisação possa trazer aos cofres públicos, como possíveis perdas de prazos processuais nas ações de interesse da União e de suas autarquias e fundações".

Guido Mantega (PT-SP), Ministro da Fazenda, já avisou: "É prudente não deflagrar um aumento de despesa com servidores. Algumas negociações que foram feitas e que ainda não foram enviadas ao Congresso serão reavaliadas".

Paulo Bernardo (PT-PR), ministro do Planejamento, declarou contra os servidores: "Não há neste momento como falar em reajuste. Primeiro é preciso recompor o Orçamento para depois falar sobre isso".

Por sua vez, os servidores federais já mandaram avisar que vão parar o país, se as negociações não forem cumpridas: “Nós vínhamos alertando a ele [o governo federal] que mais uma vez não iríamos aceitar um calote como foi no ano passado em rompimento de acordo. O governo já estava sabendo desta nova decisão. Se ele quer apostar que vai mais uma vez fazer este tipo de ação, ele vai apostar para o lado errado, porque os trabalhadores estão prontos para reagir e a reação mais evidente vai ser a greve. Nós já informamos isso ao governo”, afirma Sérgio Ronaldo da Silva, da Confederação Nacional dos Servidores Federais.

Os militares também estão gentilmente em pé de guerra. Segundo o General-de-Exército Enzo Martins Peri, Comandante do Exército, "estão mantidos os entendimentos para o reajuste salarial dos militares, aguardando-se somente a recomposição da proposta orçamentária que deverá ocorrer em meados do próximo mês e, após a referida recomposição, serão definidas as condições para a concessão do reajuste".

Lula, com os cofres cheios, abarrotados, estufados, agora quer honrar os compromissos assumidos com empreiteiras, banqueiros e investidores, não cortando um centavo do PAC. Já do funcionalismo público quer cortar a jugular, a aorta e a femural.