(Estadão) Na tentativa de salvar o pacote de medidas anunciado
segunda-feira para reverter o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento do
ano que vem, a presidente Dilma Rousseff admitiu alterar pontos cruciais
da proposta. O Planalto recuou na suspensão do reajuste do
funcionalismo, no direcionamento das emendas parlamentares e na
diminuição de recursos do Sistema S.
Se, ao fim das negociações com Congresso e entidades empresariais, o
Planalto abrir mão, por exemplo, da integralidade dessas medidas, o
recuo pode diminuir em até R$ 14,6 bilhões a meta dos cortes, estimada
em R$ 26 bilhões. O passo atrás do Executivo na negociação com o
Congresso também pode comprometer outros R$ 6 bilhões dos R$ 45,6
bilhões previstos como elevação de receita.
No caso do reajuste dos servidores, o aumento passaria a valer em abril
de 2016, e não mais em agosto, como previa o pacote inicial. A medida
atende ao PT, que tem reclamado da forma "pouco amistosa" no Planalto na
relação com os servidores.
O governo também aceita discutir a redução do prazo de vigência da CPMF,
de quatro para dois anos. A duração do tributo, segundo fontes, ainda
não está definida. Parte da equipe econômica quer que a contribuição
vigore por menos tempo. Um setor do governo fala em três anos, no
máximo, para não ir além da gestão Dilma. O governo prevê arrecadar R$
32 bilhões por ano com a nova CPMF.
O Planalto ainda acenou tirar menos recursos do chamado Sistema S. Em
vez de utilizar 30% da contribuição paga pelas empresas ao Sistema S,
para cobrir parte do rombo da Previdência, a oferta é usar apenas 20%. O
recuo atende ao setor empresarial, que reclamou da medida. Na quarta, o
assunto foi discutido na Confederação Nacional da Indústria (CNI) com
os presidentes das federações de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e do Rio
(Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. Os dirigentes não se mostraram
dispostos a aceitar a proposta. O Sistema S reúne entidades como Senai,
Sesc, Sesi e Sebrae.
O Executivo também mostrou disposição para recuar em um dos principais
pontos de rejeição dos parlamentares ao pacote. Interlocutores de Dilma
afirmam que ela acenou voltar atrás na proposta para que deputados e
senadores destinem emendas parlamentares às obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e à Saúde. Com o direcionamento da
aplicação das emendas, o governo esperava economizar R$ 7,6 bilhões no
ano que vem em gastos da Saúde e do programa de infraestrutura. Só para
cobrir os cortes do PAC, são R$ 3,8 bilhões. Normalmente, os
parlamentares usam esses recursos para irrigar bases eleitorais.
Na quarta-feira, parlamentares voltaram a sinalizar dificuldades do
governo em aprovar o pacote. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), fez coro com outros deputados que têm criticado a proposta do
governo de direcionar as emendas: "Além de não ser exequível, não é
legal. Você tem o Orçamento impositivo que a obrigatoriedade é metade da
Saúde. O governo quer que essa metade da Saúde se coloque nos programas
dele de alta complexidade e não nos trabalhos de Saúde feitos em cada
município. E botar em PAC? Tem município de deputado aqui que não existe
PAC".
Senado. O presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), afirmou que é melhor aprofundar a redução de despesas do que
propor o aumento de impostos. "Não pode haver dúvida sobre a
profundidade do corte. Se houver, você deslegitima qualquer alternativa
para elevação de receita. Este é o desafio do Congresso, discutir sobre
essas coisas", disse Renan.
Segundo ele, a pergunta que deve ser feita é se o corte que está sendo
feito pelo governo não poderia ser maior. "Na medida em que ele seja
maior e que possibilite uma reestruturação (da máquina pública), você
esvazia a necessidade de elevar a receita", afirmou o senador.
Novo imposto. Enquanto o governo recua, o PT tenta
encampar o debate sobre a nova CPMF. Sob ameaça de perder apoio de
setores ligados a movimentos sociais e diante de um provável desgaste
eleitoral, petistas do Congresso iniciaram debate para alterar a
proposta que estabelecerá a recriação do tributo.
Petistas do Senado defendem critérios para livrar da CPMF a "nova classe
média", que ascendeu à classe C do consumo nos últimos anos. "Chamamos
de faixa de isenção. Estamos conversando", afirmou ao Estado o líder do
governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE). A ideia inicial é estabelecer um modelo similar de isenção adotado no
Imposto de Renda da Pessoa Física. A forma de restituição, porém, não
foi discutida.
6 comentários
Governo PaTético.
ReplyA população não tem reciprocidade de nada... só tem o ônus de manter uma máquina pública podre inchada e ineficiente. Agora além de tudo isso teremos de pagar pela roubalheira descarada e por um desgoverno totalmente perdido.
Criar vergonha na cara Levy, honre seu diploma, peça para sair e bote a boca no trombone.
Uma boa ideia é acabar com o sistema S e vender todos seus bens aos empresários que defendem mantê-lo. Eles que banquem a farra com seu dinheiro.
ReplyE a parte que pagamos de tributos que são destinados ao sistema S seriam extintos.
Lanterna
Fechada a questão contra cpmf, hora de voltar a falar na s7aída de dilma. O governo deseja que esse assunto esfrie.
ReplyA única coisa que ela deseja no memento é a aprovação de mais impostos, encheu o pacote com outras medidas aí, recua agora, mais tarde negocia mais um pouquinho até sobrar somente o assalto ao bolso do pagador de impostos.
ReplyÉ mais cômodo virar a biruta para o lado de cá, sabe ela que se o Congresso aprovar nós não teremos a quem recorrer por isso o recuo, afagando parlamentares, empresários e movimentos sociais.
Vamos aceitar a manobra? Vamos continuar enchendo as burras desta perdulária se manter no poder?
Este desgoverno está mais perdido do que bandido em tiroteio.
ReplyDilma não tem legitimidade para impor NADA!
Dilma não tem credibilidade para NADA! É MENTIROSA!
Dilma não tem a confiança de MAIS NINGUÉM!
Ela que comece a preparar suas malinhas, e caia fora do governo, caso contrário será tirada de lá pela CF e pela Lei 1079/50.
O impeachment é questão de tempo! tic tac tic tac
Chris/SP
Levyatã e seu pacote de maldades, ela acha que, o que fez foi uma kgadinha sendo incompetente e irresponsável agindo contra todos os princípios éticos e morais dilmá não é um ponto fora da curva, dilmá é uma kgada fora do bacio.
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