(Folha) Diante do risco de criar atritos com sua base aliada, a presidente Dilma
Rousseff foi aconselhada por assessores a postergar sua reforma
administrativa e ministerial para a próxima semana. A presidente, no entanto, seguia, na noite deste domingo (20), disposta a anunciar ainda nesta semana o corte de ministérios.
Segundo assessores, um meio-termo poderia ser anunciar o formato da
mudança administrativa até quarta-feira (23), conforme o prometido,
deixando a definição de nomes do novo ministério para a semana seguinte,
a fim de amarrar com os partidos aliados as indicações.
O temor no Planalto é desagradar legendas da base governista,
principalmente o PMDB, numa semana em que o Congresso agendou a votação
de vetos presidenciais importantes para o equilíbrio das contas
públicas. Estão na pauta, por exemplo, os vetos ao aumento médio de 59,5% dos
servidores do Judiciário, com impacto anual médio de R$ 6,4 bilhões, e à
extensão do aumento real do salário mínimo para todos os aposentados.
Num sinal do grau de dificuldades nas negociações, o governo já foi
avisado, por exemplo, de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) e o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não vão negociar novas
indicações para o governo. A decisão foi tomada depois que emissários da presidente procuraram
interlocutores dos dois para discutir nomes de ministeriáveis. "Eu já disse que meu papel é buscar ajudar com a aprovação de uma agenda
para o país, não indicando nomes para ministérios", disse Renan
Calheiros à Folha.
Assessores de Temer, que retorna nesta segunda-feira (21) a Brasília
depois de viagem à Rússia, também disseram que ele não irá tratar de
indicações para ministérios. Dilma marcou para quarta-feira a divulgação de sua reforma. Segundo
assessores, apesar dos conselhos, ela prefere manter a decisão ou
transferir o anúncio, no máximo, para sexta-feira (25).
Um auxiliar disse à Folha que a presidente quer anunciar pelo menos o
corte das pastas, porque ela assumiu esse compromisso e entende como
importante sinalizar ao mercado sua disposição de fazer o ajuste fiscal. Nesse caso, ela poderia adiar sua viagem para Nova York, inicialmente
prevista para quinta (24) à noite, onde vai participar da abertura da
Assembleia-Geral da ONU.
1 comentários:
Diminuir Ministérios é uma coisa. E cumpanheirada que faz parte deles irá migrar para os ministérios que restarem, ou irão para o olho da rua????
ReplyChris/SP