(Estadão) A Polícia Federal rastreia contas de alvos da Operação Lava Jato que
teriam elo com o ex-ministro Antonio Palocci Filho, coordenador-geral da
campanha presidencial da petista Dilma Rousseff em 2010.
Por meio do memorando 9260/15, de 3 de setembro,o delegado da PF
Luciano Flores de Lima pede ao Grupo de Análise da Lava Jato que
apresente os resultados de pesquisas sobre ‘todas as informações que
possam auxiliar na presente investigação que versa sobre possíveis
movimentações financeiras suspeitas envolvendo Antônio Palocci Filho e
as pessoas físicas e jurídicas relacionadas a ele, no âmbito da Operação
Lava Jato’.
O inquérito sobre o ex-ministro (Fazenda no primeiro Governo Lula,
2003/2006, e Casa Civil, janeiro a junho de 2011, Governo Dilma) foi
aberto em abril pela PF em Curitiba, base da missão Lava Jato. A
investigação foi requisitada pela Procuradoria-Geral da República, mas
não no âmbito do Supremo Tribunal Federal porque o petista não tem foro
privilegiado. Por isso a investigação ficou a cargo da PF no Paraná.
Neste inquérito foi promovida uma acareação entre o doleiro Alberto
Youssef, peça central da Lava Jato, e o ex-diretor da Petrobrás Paulo
Roberto Costa (Abastecimento). Os dois são delatores, mas citaram pontos
divergentes, o principal deles relativo a Palocci. O ex-diretor disse que, em 2010, Youssef o procurou dizendo que
Palocci lhe pediu R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. O doleiro, no
entanto, negou que o ex-ministro tivesse pedido a ele a quantia.
Youssef revelou um dado considerado muito importante pelos
investigadores. Ele confirmou que entregou R$ 2 milhões em espécie, em
2010, no Hotel Blue Tree da Avenida Faria Lima, em São Paulo, ‘a uma
pessoa que desconhece’ – insistiu na versão de que ’em nenhum momento
foi mencionado que o valor se destinava a Palocci ou a campanha
eleitoral de Dila Rousseff’.
O que chama a atenção dos investigadores é que o endereço na capital
paulista mencionado por Youssef é o mesmo citado pelo novo delator da
Lava Jato, o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, como o
local onde teria sido repassado aquele valor para a campanha
presidencial.A acareação entre Youssef e o ex-diretor da Petrobrás ocorreu no dia
14 de julho na PF em Curitiba, sob presidência do delegado Luciano
Flores de Lima.
A delação de Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de propinas na estatal petrolífera, começou em setembro. Segundo a revista Veja, em sua edição desta semana, Baiano declarou
que participou de uma reunião no comitê de campanha da petista em 2010
com Palocci e Paulo Roberto Costa. Ele disse que, ao final do encontro, o
coordenador geral da campanha de Dilma o teria orientado a procurar o
‘dr. Charles’, assessor de Palocci no comitê petista, para ‘acertar a
logística’ do repasse milionário. Veja revelou que Charles Capella fazia
parte da equipe de Palocci.
2 comentários
Quanto cinismo desse aloprado!!!
ReplyTá chegando a hora. Mas tem que cortar a cabeça da hidra.
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