Diretor da Odebrecht, companheiro de Lula nas viagens de negócios, tinha telefone exclusivo para falar com "Primo" Yousseff.

 O Brahma, no jatinho fretado por Alexandrino para fechar os esquemas do Porto de Mariel. 

( O Globo) Até a semana passada, quem visitasse o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar em sua sala na sede da empresa seria recebido pelo executivo e por alguns bustos com o rosto dele mesmo. Foi desse cenário narcisista que Alexandrino teria comandado o pagamento de propinas da empreiteira ao doleiro Alberto Youssef, em contas no exterior, e repassado a Rafael Ângulo, funcionário de Youssef, os comprovantes dos depósitos. Os encontros de Alexandrino com o emissário do doleiro aconteceriam todos os meses.

Foi o próprio Rafael Ângulo quem contou sobre o papel de Alexandrino no esquema de corrupção e sobre as reuniões entre eles ao Ministério Público Federal, há três meses. O depoimento de Ângulo foi um dos principais motivos para que a Justiça Federal decidisse, nesta quarta-feira, decretar a prisão preventiva de Alexandrino. O executivo permanecerá na carceragem da Polícia Federal onde está desde a última sexta-feira, quando foi preso na 14ª fase da Operação Lava-Jato.

Alexandrino, de 67 anos, foi apelidado de “Barba” por Youssef e Ângulo. Quando as negociações entre eles não era feita pessoalmente, na sede da própria empresa ou em algum restaurante, Youssef e Alexandrino se falavam por uma linha de telefone celular exclusiva, trocada periodicamente. De acordo com Ângulo, em dois anos, ele levou a Alexandrino quatro ou cinco telefones diferentes, por ordem de Youssef. Nos aparelhos entregues a Alexandrino, havia apenas um número registrado, em nome de “Primo”, o codinome adotado pelo doleiro. Para despistar possíveis investigações, as linhas eram registradas com números de CPFs de desconhecidos, que Ângulo encontrava no Diário Oficial.

Em seu depoimento à Polícia Federal há alguns dias, Alexandrino negou relações com Youssef e Ângulo, com quem diz ter se encontrado no máximo quatro vezes. Segundo o executivo, Ângulo lhe trazia documentos do ex-deputado José Janene e, certa vez, entregou a ele o currículo de sua filha. De acordo com o executivo, a moça não foi contratada.

 Alexandrino trabalhou na Odebrecht durante 23 anos. Pediu demissão na segunda-feira passada, de dentro da cela, para se dedicar à própria defesa. Entre 2002 e 2007, ele chegou a ser vice-presidente da Braskem, empresa petroquímica controlada pela Odebrecht. Foi nesse período que, segundo o próprio Alexandrino disse à Polícia Federal, ele conheceu o ex-deputado José Janene (PP), que presidia a Comissão de Minas e Energia da Câmara, e o doleiro Alberto Youssef, ligado ao político.

Responsável pela expansão da Braskem em vários estados, Alexandrino temia que questões políticas pudessem atrapalhar os negócios e passou a se aproximar de parlamentares, como Janene, e outros políticos. Suas relações com o poder ficaram tão estreitas que, em janeiro de 2013, Alexandrino acompanhou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos. A viagem, revelada pelo GLOBO, foi paga pela Odebrecht e, oficialmente, não tinha relação com atividades da empresa nesses países

No setor petroquímico, Alexandrino é conhecido como um executivo hábil e bem relacionado. Nas palavras de Ângulo, Alexandrino era um homem “que falava grosso” — Ele (Alexandrino) é muito inteligente, e tinha todos os contatos políticos com o Executivo. Por isso o Emílio (Odebrecht) o levava a todas as reuniões, para todos os lugares — afirmou um executivo que não quis se identificar.

Outro executivo afirmou que Alexandrino conquistou inimizades no meio porque queria ditar as regras até nos negócios nos quais o grupo tinha participação minoritária.

O advogado de Alexandrino, Augusto Botelho, afirmou em nota que “causa espanto a decisão do juiz Sérgio Moro de converter a prisão temporária em prisão preventiva. Trata-se de medida ilegal e arbitrária."

4 comentários

Como pode? Os americanos hoje e que vão exportar prá Cuba. O governo brasileiro deu o porto para os americanos exportar, enquanto isso no Brasil...

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Anônimo das 10:07. Não vamos reclamar de barriga cheia. Lembre-se que nós somos pentacampeões e eles não! Coitados, eles não tem nem um Flamengo e nem um Corinthias para torcer e serem felizes. É por isso que ajudamos tanta gente lá fora com nosso dinheiro público porque aqui nós já estamos montados na felicidade e não precisamos de mais nada. Viva a alegria!

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Na foto, sentada, no lado direito... é a namorada do Brahma?

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A mulher na frente e a amante atrás. Esse é o Brahma, o nº 1 da corrupção e da degeneração do Bananão.

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