(Folha) A CGU (Controladoria-Geral da União) recebeu durante a campanha
eleitoral do ano passado informações detalhadas sobre o repasse de US$
31 milhões em propinas pagas pela empresa holandesa SBM Offshore para
fazer negócios com a Petrobras.
O ex-diretor da SBM Jonathan Taylor disse à Folha que entregou à
CGU dados sobre depósitos feitos entre 2008 e 2011 numa conta da
Bienfaire, empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas e controlada
pelo lobista brasileiro Júlio Faerman, apontado como o operador
encarregado de distribuir o suborno no país.
A Folha teve acesso ao documento, uma tabela com os valores, as
datas dos depósitos e os projetos da Petrobras a que se referem. A SBM
aluga para a estatal plataformas de exploração de petróleo.Segundo o documento, três transferências para o lobista, no total de US$
4,6 milhões, foram feitas por causa da plataforma P-57, inaugurada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, quando ele estava em
campanha para eleger Dilma Rousseff.
As informações fazem parte de um dossiê entregue por Taylor à CGU no dia
27 de agosto do ano passado por e-mail. O recebimento do material foi
confirmado pelo órgão, que mandou três funcionários até o Reino Unido
para tomar o depoimento de Taylor no dia 3 de outubro.
Apesar da riqueza de detalhes do material entregue por Taylor, a CGU só
decidiu abrir um processo contra a SBM no dia 12 de novembro, após a
reeleição da presidente Dilma Rousseff e o anúncio de um acordo da SBM
com o Ministério Público da Holanda.
À Folha Taylor acusou a controladoria de esperar a eleição para
processar a empresa, que pagou pelo menos US$ 139 milhões ao lobista
Júlio Faerman entre 2007 e 2011.
Ao justificar a decisão tomada em novembro, a CGU afirmou que demorou
porque somente naquele momento identificou elementos de "autoria e
materialidade" suficientes para abrir processo.O ex-funcionário da empresa holandesa também entregou à CGU uma gravação
de uma reunião em que um executivo diz que a propina paga pela empresa
pode ter atingido 5% em alguns casos.
Participaram da conversa, que ocorreu em março de 2012, o próprio
Taylor, o principal executivo da SBM, Bruno Chabbas, e o ex-diretor
Hanny Tagher, então agente da empresa em vários países. Tagher afirmou que Júlio Faerman cobrava comissões equivalentes a 3% dos
pagamentos que a SBM recebia da Petrobras. Segundo ele, o lobista dizia
que ficava com 1% e distribuia os 2% restantes. Em alguns casos, de
acordo com Tagher, as comissões podiam chegar a 4% ou 5%.
Taylor então perguntou: "Isso ia para as pessoas da Petrobras?". Tagher
respondeu: "Sim". O diretor jurídico da SBM, Alessandro Riguto,
confirmou que a reunião ocorreu, mas afirmou não ter detalhes sobre ela.
A empresa acusa Taylor de chantageá-la e diz que as gravações foram
tiradas de contexto.
4 comentários
CORONEL
ReplyCausa desânimo! Jorge Hage (CGU) agiu contra os interesses da república,prevaricou.E daí, quais as consequências ?O aparelhamento é sufocante.
J.Maciel - 06:35
ReplyConcordo com o que você disse. Causa desânimo porque não vislumbramos um luz no fim do túnel.
Mas, não podemos desanimar, não podemos nos dispersar. Temos de ter fé !!!
Contamos para isto, felizmente, com o Juiz Sergio Moro e sua equipe de procuradores.
Agora o PSDB, através de Aécio Neves, resolveu encarar o PT de frente, e ouviu a voz das ruas.
Nós havemos de conseguir colocar esta corja petralha na CADEIA!
Chris/SP
É a "engavetadora geral do Brasil"!!!
ReplyCONGA... KING CONGA.... A macaca que quebrava tudo o que encontrava pela frente.
ReplyQue tal começarmos chamar ela de "macaca conga"?