De olho em 2018, Alckmin vira à esquerda e negocia apoio para Marta em 2016.

 Tucano vermelho, uma espécie em extinção.

(Valor Econômico) O PSB abriu conversa com a senadora Marta Suplicy, que avalia deixar o PT. Se a transferência se confirmar, Marta será candidata à Prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2016, e pode contar com a boa vontade do governador Geraldo Alckmin, especialmente se o candidato do PSDB ao cargo for um nome ligado ao senador José Serra. Os primeiros movimentos dos dois partidos, nesse início de 2015, apontam para uma aliança nas eleições em algumas das principais capitais e cidade do país. Em caso de sucesso, o acordo pode chegar até a sucessão presidencial de 2018.

O PSB é o partido do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 13 de agosto do ano passado, quando estava em campanha pela Presidência da República. Foi substituído por sua vice na chapa, a ex-senadora Marina Silva, que no momento se dedica a estruturar o próprio partido, o Rede Sustentabilidade, e não deve permanecer no PSB.

A negociação com Marta é conduzida pelo vice-governador de São Paulo, Marcio França, do PSB, com a cumplicidade de Geraldo Alckmin. A candidatura de Marta em São Paulo pode ser conveniente para o governador de São Paulo, que planeja se candidatar a presidente da República, em 2018. Nas eleições de 2012 para prefeito, Alckmin ficou em terceiro lugar numa disputa em que o candidato in pectore de Serra, então governador, era o prefeito Gilberto Kassab, que foi reeleito. Alckmin ficou em terceiro lugar na disputa.

Transcorridos pouco mais de seis meses da morte de Campos, o engenheiro que colocou de pé o PSB, o partido é disputado por PT e PSDB, com vistas às próximas eleições. O teste será em 2016. Quando se fala em PSB, é preciso considerar o bloco que a sigla formou com PPS, Solidariedade e PV para atuar na Câmara, mas sobretudo nas eleições municipais. A junção deve assegurar ao grupo pouco mais de três minutos de tempo de TV na eleição.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda a articulação a fim de atrair de volta o PSB para o convívio com o PT. Pelo PSDB, tanto o senador Aécio Neves como o governador de São Paulo atuam por uma aproximação. Sera disse amigos que é "bom" uma candidatura de Marta em SP. PSB e PSDB têm chances de se aliar nas eleições para prefeito de Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Goiânia, Manaus, Cuiabá e Campinas, entre outras. No Rio, onde o PSDB é inexpressivo, o senador Romário deve ser o candidato do partido. Atualmente, o PSB se manifesta independente em relação ao governo federal, mas prevalece no momento o viés de oposição.

Existe na cúpula do PSB, também, a avaliação de que o PT entrará na eleição municipal em situação difícil, resultado do ajuste econômico em curso. O PSDB, portanto, leva alguma vantagem nas conversas. Em dezembro de 2014, o ministro Ricardo Berzoini, ainda na Secretaria de Relações Institucionais, abriu negociação com o partido, mas a conversa não teve sequência.

À época, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse a Berzoini que as conversas teriam que ser feitas em torno de alguns pontos programáticos, nunca a partir de cargos no governo. Apesar dos problemas financeiros dos Estados, só um dos três governadores do PSB - Ricardo Coutinho, da Paraíba - empenha-se na reaproximação. Berzoini trocou de posto, o Palácio do Planalto não voltou a manifestar interesse e apenas Lula procura manter as pontes com o antigo aliado.

O apoio que o PSDB deu ao candidato do PSB a presidente da Câmara, Júlio Delgado (MG), esteve em risco, mas o seu cumprimento hoje é uma das bases nas quais se assentam o bom entendimento entre as duas siglas. Por um momento, o PSB, especialmente os tucanos de São Paulo, ameaçaram abandonar a candidatura de Delgado. Havia também dúvida de que o próprio PSB fosse junto com seu candidato. Aécio procurou Siqueira e perguntou se ele poderia garantir a unidade pessebista.

Depois de algumas gestões internas, Siqueira conseguiu convencer os deputados que estavam pensando em votar diretamente no candidato do PMDB, Eduardo Cunha, a ficar com delgado no primeiro turno. Isso permitiu que Aécio convencesse os tucanos de que trair o parceiro poderia significar jogar o PSB nos braços do governo. Os tucanos, majoritariamente, votaram em Julio Delgado. Mas o PSB comemorou o fim da eleição já no primeiro turno, assim a legenda não teve que fazer uma opção entre o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, e o do PMDB, Eduardo Cunha.

Um outro fato contribui a favor da aproximação entre tucanos e pessebistas. Em Minas Gerais, os deputados estaduais do PSB não queriam integrar o bloco contra o governador Fernando Pimentel (PT). Aécio intercedeu junto à direção nacional pessebista. Os deputados voltaram atrás e assinaram sua participação no bloco.

No desenho que começa a ser configurado, o PSB poderia ter candidatos apoiados pelo PSDB onde tem o prefeito em fim de mandato ou candidato à reeleição, casos de Belo Horizonte, Recife e Cuiabá, e apoiar o PSDB em cidades como Manaus. Em Goiânia, o governador do Estado, Marconi Perillo, pode apoiar o candidato pessebista em troca de uma aliança para 2018.

O eventual ingresso de Marta no PSB daria ainda mais luminosidade à sigla, em 2016. A senadora pelo PT de São Paulo ainda não se decidiu, mas o PSB, um partido localizado à esquerda no espectro político, é uma opção atrativa. O governador Geraldo Alckmin, segundo apurou o Valor, estimula as conversas de seu vice Márcio França. Marta seria um obstáculo a mais para que Serra consiga indicar um aliado para a prefeitura.

Alckmin é candidato a presidente, reforçou seu secretariado com o objetivo de fazer as obras que não fez no primeiro mandato, sobretudo na área de transporte urbano, e dedica as 24 horas do dia a tratar da crise hídrica, sem dúvida o maior empecilho para que volte a ser candidato pelo PSDB a presidente. Serra não abdicou do sonho de um dia ser presidente, mas pode se contentar com uma nova candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. A vitória de um aliado na disputa pela prefeitura reforçaria suas posições no PSDB.

Para assegurar a indicação do PSDB, Alckmin e Serra têm de desbancar o senador Aécio Neves, o tucano que esteve mais próximo de tirar o PT do Palácio do Planalto desde a eleição de Lula da Silva, em 2002. Alckmin, se vencer a crise da água, tem mais chances de avançar que Serra, hoje isolado no partido. Mas Aécio também tem com o que se preocupar: recuperar o espaço perdido em Minas Gerais. Seja qual for a situação, o PSB está numa situação confortável, cortejado por todos. Se Marta optar pela legenda, o partido passa a ter condições objetivas de vencer a eleição na capital do maior colégio eleitoral do país, São Paulo. Atualmente, Belo Horizonte e Recife são as duas maiores cidades em poder do PSB.

22 comentários

É por essas e outras que não votarei mais no PSDB. Eles fingem que são oposição e se depender deles esse PT não sai mais do poder.

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Meu voto continua sendo para
Aécio Neves, 45!!!!


Chris/SP

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Em S.Paulo, já são cogitados P.Skaf, C.Russomano e Marta, além de Haddad.Juntos não valem 1/2 pataca.

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Alckmin vira à esquerda?, muita gente esquece ou não sabe que o PSDB NUNCA FOI DIREITA, sempre foi centro-esquerda. porque vocês acham que eles fazem uma 'oposição' branda?, na verdade não temos oposição de fato no Brasil, apenas o tolo do Bolsonaro que entre umas e outras besteiras, acaba acertando, como na denuncia sobre o tal 'kit gay'

Infelizmente estamos todos vivendo num Brasil socialista desde 1994, entre Marxistas e Lenistas, entre socialistas letrados e populistas, tudo gira em torno da busca pelo poder. Se o Alckmin ou o Serra quiserem concorrer a presidência vão perder de novo pro PT, porque eles como sempre só focam em São Paulo e no eixo Sul-sudeste, verdade seja dita, ninguém olha pro NO-NE, por isso o PT sempre ganha, pois sabe usar bem o eleitorado carente de tudo, de informação a comida.

A única maneira do PT sair do poder é com essa fagocitose anunciada, nem é preciso de muita oposição, eles mesmos estão se destruindo...o Tempo nos mostrará

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Coronel, me impressiona você cair nessa reportagem plantada pelo PT no Valor para desestabilizar a oposição.

Marta sem o PT não tem um voto no Grajaú e em Ermelino Matarazzo, PSB é um partido sem força sem Eduardo Campos (briga entre a oposição e entre fazer parte do ministério com o safado do Bezerra Coelho), em Goiânia o candidato a prefeiro do Marconi será o Jayme Rincon (PSDB) e em BH o candidato vai ser do PSDB também (isso entrou no acordo com apoio ao Júlio Delgado).

Entendo as suas frustrações com o Alckmin (são muito próximas das minhas), mas cair nessa reportagem plantada para tirar o foco do momento que é o Impeachment da Bruaca é tolice.

Um abraço.

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Ninguém esquece a Martaxa. Petista agora aborrecida.Nao há lugar para petista e nem ex - petista. Fora sáfados.

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Esse picolé de chuchu é podre !
Interiorano de merda !

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É sempre o trio Alckmin, Serra e Aécio cada um olhando pro seu umbigo em detrimento do País, fazem alianças até com o cão na disputa entre eles.

Quero o PT fora...agora não interessa com qual partido, até PMDB serve.

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Coronel,

quando digo que Alckimin é perigosíssimo ninguém me acredita.

Flor Lilás

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Caro Rodrigo Lamas:

Se a matéria é plantada teremos um desmentido categórico de Geraldo Alckmin. Aliás, nestes assuntos de trairagem, você já viu algum desmentido do governador? Vamos torcer para que desta vez ele venha...

Um abraço

Coronel

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Sem essa de Martaxa. A gente já sabe o que ela é. Nosso próximo prefeito será Andrea Matarazzo. Há muito o que consertar em São Paulo, refazê-la mesmo.

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Nesse governo Dilma ninguém sabe negociar honestamente, só conchavos espúrios, mesmo assim só dão tiro no pé.

Daí vem agora os Luiz Inácio da Silva, vulgo LULA LADRÃO, querendo salvar a 'lavoura de drogas" (maconhas) petistas, pretencioso ainda "se achando". O cara além de burro, ignorante, mestre em maracutais e contravenções, não perde a pose (de imbecil). Tá achando que ainda apita alguma coisa.
Já antevejo esse verme sendo ALGEMADO pelos crimes cometidos nesses 12 anos. Olha que pensamento positivo se materializa inevitavelmente, por isso esse calhorda tem os dias contados para receber as pulseiras gêmeas. AMÉM!

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CEL,

Como escrevi aqui anteriormente, já estou com os dois pés atrás com o PSDB. Continuo acreditando no Aécio Neves como candidato à presidência da República em 2018 mas estou de olho no Partido NOVO. Não sou à favor da criação de novos partidos mas espero que dele, o NOVO, saia um candidato com o perfil que todos os brasileiros esperam e que mude o rumo deste país que sempre foi mal governado exceto por uma ou duas exceções e que agora, mais do que nunca, está à beira da falência econômica, energética, moral, educacional, mental, da saúde, da segurança e da política.

Índio Tonto/SP

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Coronel,
mais 04 anos com os petralhas no poder.

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Minha querida Flor Lilás, os paulistas não acham o Alckmin perigosíssimo, muito pelo contrário.

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qual O problema Com o interior De SaO Paulo? é Um Fato Que O Interior é Melhor De Se Viver Witte A Capital. Burro é Ficar Nesta Cidade Mal Gerida Que é São Paulo.

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Coronel que absurdo. a que ponto o senhor chegou uma mentira dessa. para atacar o Alckmin. eu moro em SP e sei muito bem que isso é uma mentira absurda.completamente sem noção. o Alckmin esta fazendo de tudo para o candidato ser o Andréa Matarazzo. e se ele não chegar ao segundo turno. eles do PSDB estão pensando em apoia o Russomano num eventual segundo turno.que absurdo tudo isso só para tenta jogar a população contra o Alckmin e favorecer o Aécio, logo o senhor que sempre atacou o Aécio. agora resolveu ataca o Alckmin com mentiras. lamentável. a mais de 5 anos que visito sua pagina, mais o senhor mim decepcionou.

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Caro Coturneiro de 9 de fevereiro de 2015 17:08

entendo o ponto de vista dos paulistas pois ele é um excelente gestor.

Refiro-me a ele como político neste grande problema atual em que muitas vezes seria perfeito quando calado.

Onde já se viu apoiar Martaxa.

Abraço fraterno,
Flor Lilás

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Coronel,

conforme o Coronel comentou aqui 9 de fevereiro de 2015 11:30, pergunto:

teve comunicado de Alckimin desmentindo isso?

Flor Lilás

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Ao anônimo das 00:08

Em primeiro lugar, você deve aprender a ler. A matéria é do Valor Econômico, reproduz o que saiu naquele jornal. Portanto, se alguém está mentindo é aquele jornal e não o Coronel. Se a matéria é mentirosa, Alckmin vai desmenti-la veementemente. Já se passaram 24 horas e ele não tocou no assunto. Não venha me acusar por republicar notícia de um grande jornal. Tenha mais atenção com o que lê para não escrever bobagens.

CORONEL

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É por isso que não votarei mais no PSDB, que sempre foi da esquerda e continuará sendo, fazendo acordos para se revezar no poder, junto com o pt. Se Aécio Neves trocar de partido, vou votar nele.

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Flor Lilás, Alckmin não desmente nada, continua governando e acho que muito bem. Quanto a Martaxa, espero que o paulistano não esqueça a péssima gestão que ela teve. Se Alckmin apoiá-la será feito dele o que fizemos com o Kassab, simplesmente não votaremos mais nele. Apesar da gestão do Alckmin ser muito boa, votarei em Aécio. Espero que ele se firme como oposição, como fez na última eleição e no Senado se espelhe em Álvaro Dias.
Abraço fraterno...

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