Dilma culpa Nestor Cerveró por um suposto relatório incompleto sobre Pasadena e a Petrobras, o PT e a Presidência da República treinam o culpado para ele sair inocente da CPI?

É um escândalo sem proporções na história recente do país. Tudo veio à tona quando a presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou que a refinaria de Pasadena só foi comprada porque o relatório da Diretoria Internacional estava incompleto. Era um péssimo negócio, que gerou bilhões de prejuízos aos cofres públicos. Um bode expiatório foi apontado e chamava-se Nestor Cerveró. A culpa era dele, um diretor, e não de Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da Petrobras durante nove anos, última palavra em tudo, que sempre afirmou ser a maior especialista em energia do Brasil. 

Inicialmente, Nestor Cerveró ameaçou dar com a língua nos dentes, botar a boca no trombone, mas logo depois foi se acalmando e afinando o discurso. Agora o Brasil todo sabe o motivo. Foi reunida uma tropa de choque composta por senadores do PT, assessores do partido e da Presidência da República, altos funcionários da Petrobras, para montar um gabarito de perguntas que seriam feitas nas Comissões instaladas no Senado e na Câmara, que eram passadas com antecedência para os investigados, que por sua vez recebiam treinamento para respondê-las sem cometer deslizes que pudessem configurar culpa. 

A ação é coisa de quadrilha. Coisa de máfia. Coisa de organização criminosa. Está tudo gravado em fita divulgada pela revista Veja,  produzida por funcionários da Petrobras que ainda tem um mínimo de apego à companhia, que não admitem vê-la roubada, achincalhada, esquartejada nos últimos 12 anos. É inexplicável que um acusado pela presidente da República receba proteção da estatal que foi prejudicada por ele. Que outros ex-diretores envolvidos sejam protegidos para que os seus crimes não apareçam Sejam blindados! Só há uma explicação. São todos culpados, todos sabiam e agora todos se protegem. Chegamos ao fundo do poço. E lá no fundo não há água limpa. Há lama.