Fornecedores da Petrobras ameaçam parlamentares com fim das doações para que não haja CPI. Eles representam 30% do caixa das campanhas eleitorais.

O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) é um exemplo das obras superfaturadas da Petrobras. Ali atuam as grandes empreiteiras e maiores fornecedores da estatal. Andrade Gutierrez, por exemplo, a maior doadora eleitoral das campanhas de 2012, lidera o consórcio para implantação de tubos e participa de outro consórcio, para terraplanagem, junto com Odebrecht e Queiroz Galvão, também grande alimentadores de caixas de campanha. Apenas nesta obra, o TCU encontrou indícios de superfaturamento da ordem de R$ 780 milhões. 

Segundo o Estadão, de cada R$ 10 doados por empresas a candidatos e comitês nas eleições de 2010 e 2012, R$ 3 vieram de fornecedores da Petrobrás. Maior companhia brasileira, a estatal está no centro da mais ampla rede de financiamento privado de campanhas eleitorais no Brasil. Detentores de contratos com a companhia petrolífera desembolsaram ao menos R$ 1,4 bilhão em contribuições às campanhas de postulantes a presidente, governador, prefeito, deputado e senador. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.

Empreiteiras e outros grandes doadores de campanhas eleitorais estão pressionando deputados e senadores governistas e da oposição a desistir da criação de CPIs no Congresso para investigar os negócios da Petrobras e o cartel acusado de fraudar licitações de trens em São Paulo. De acordo com seis parlamentares que transitam no meio empresarial e um assessor presidencial ouvidos pela Folha, os interlocutores das empresas afirmam que uma CPI pode reduzir o "ânimo" dos empresários para financiar candidaturas na campanha eleitoral deste ano.

Os primeiros contatos começaram há duas semanas, depois que a oposição conseguiu as assinaturas para criação de uma CPI para investigar a Petrobras no Senado. Doadores foram estimulados pelo próprio governo a entrar em campo para convencer senadores a retirar suas assinaturas do primeiro pedido de criação da CPI, apresentado pelo PSDB. A tentativa se revelou frustrada.

Houve conversas com parlamentares governistas e da oposição. Um deles, que pediu para não ser identificado, relatou que os interlocutores das empresas pediram "bom senso" aos congressistas, lembrando que sempre há o risco de uma CPI sair de controle.

"O mundo trocou BBM com o doleiro Alberto Youssef", contou um parlamentar governista, citando o sistema de troca de mensagens do celular do doleiro acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro desbaratado pela Polícia Federal.

Segundo a PF, Youssef tinha relacionamento estreito com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está preso em Curitiba e guardava planilhas detalhadas com registros do que fazia. Por essa razão, as empresas temem o que pode acontecer se ele contar o que sabe ou se suas planilhas vierem à tona durante uma CPI, "Ele é muito organizado. É batom na cueca", diz um congressista. Esse congressista sustenta também que uma investigação contra as principais doadoras de campanha num ano eleitoral comprometerá o financiamento dos candidatos.

TEMOR

Depois do mensalão, o setor privado passou a temer ainda mais as CPIs. Nos casos da Petrobras e do cartel de trens paulista, lembram congressistas, as investigações poderiam atingir clientes da estatal e empresas que participaram da construção de metrôs em outros Estados. Representantes das empresas também entraram em contato com assessores presidenciais para pedir ao Planalto que desista de partir para a guerra contra as CPIs.

Em reunião recente com sua equipe para avaliar o clima no Congresso, a presidente Dilma Rousseff afirmou ser contra a criação de comissões parlamentares de inquérito, mas disse que, se a oposição vai criar a dela, o governo não pode ficar na defensiva. (Folha de São Paulo)

8 comentários

Coronel,

Quando a Andrade Gutirrez tinha DESISTIDO de Remodelar o Estádio Beira-Rio, a Dillma chamou para uma "conversinha".

Naquele momento percebi o tamanho da falcatrua do governo, capaz de "obrigar" uma empreiteira a colocar míseros R$ 240 milhões em uma obra.

JulioK

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Um motivo a mais para o Supremo acabar com as doações empresariais. E um motivo a mais para repudiar qualquer mudança na lei, como tramam os parlamentares.

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Brasil, país de pilantras.

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Eita, lamaçal infinito.

Doa a quem doer, é hora de passar o Brasil a limpo.

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Coronel o senhor já viu a publicação no Wikileaks da movimentação de 80 milhões de dolares em paraízo fiscal do cofundador da Andrade Gutierrez. Evasão fiscal, lavagem de dinheiro investigado por julian Assage e dado de presente para a policia federal. Só uma pergunta, porque a policia federal, tanto o ministerio púbblico ainda não se pronunciaram.

Segue link wikileaks é só abrir os arquivos que os nomes bem como toda a movimentação do dinheiro não contabilizado.
https://wikileaks.org/wiki/Bank_Julius_Baer:_Angel_Trust,_Brazil_hidden_approx_USD_80M,_1999

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Quem duvida que esses cubanos não vao conseguir quebrar o Brasil se já quebraram uma da maiores empresas petrolíferas do mundo?

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Ou o Brasill expulsa os cubanos ou eles vão nos tomar até as cuecas.

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Ainda bem que os cubanos estão cuidando de liquidar a Petrobrás. Mais quatro anos e não sobrará pedra sobre pedra.

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