A lei que sufoca novos partidos deixará a Rede de Marina Silva com apenas
0,15% da verba federal que custeia as legendas, além de reservar à ex-senadora
um tempo de propaganda na TV similar ao do presidenciável que em 1989 se
notabilizou pelo bordão "meu nome é Enéas!". Sancionada pela presidente Dilma Rousseff na quinta, a lei é fruto de projeto
capitaneado por PT e PMDB e apoiado, nos bastidores, pelo Planalto.
Em linhas gerais, ele praticamente veda a possibilidade de as novas legendas
terem acesso à maior parte do fundo partidário --verba pública com repasse
previsto de R$ 360 milhões em 2013-- e à propaganda eleitoral na TV, principais
mecanismos de sobrevivência das siglas. A nova lei ainda reduz de 33% para 11% a
fatia do tempo de TV distribuída de forma igualitária entre todos os candidatos.
Por não ter entrado em vigor pelo menos um ano antes das eleições, parte das
novas regras só valerá em 2016. Ainda em criação, a Rede começará a receber dinheiro do fundo quando for
aprovada pela Justiça Eleitoral.Quando isso acontecer, terá direito a apenas 0,15% do rateio, algo em torno
de R$ 45 mil ao mês, apesar de sua líder ter recebido 20% dos votos válidos nas
eleições presidenciais de 2010. O PT, legenda que mais recebe verbas, ganhou R$
53 milhões em 2012.
Sobre o tempo de TV, caso Marina resolvesse disputar a Presidência em 2018
pela Rede sem apoio de nenhuma outra legenda, seu espaço seria de 17s em cada
bloco de 25 min, só 2s a mais do que Enéas Carneiro teve em 1989. "O STF já deu várias indicações favoráveis à isonomia entre os partidos.
Então acho que há uma situação muito favorável para o questionamento da
constitucionalidade dessa lei", disse o coordenador da Rede, Bazileu Margarido.
A direção da sigla se reúne na segunda. A tendência é que entre no STF para
tentar derrubar a lei. Membros do partido nutrem a esperança de que vença a
posição do ministro Gilmar Mendes, que em abril suspendeu a tramitação do
projeto sob o argumento de que ele tinha o único objetivo de atingir Marina. A
decisão de Mendes foi derrubada pelos demais ministros sem que o mérito fosse
avaliado, sob a justificativa de que não caberia interferência do Judiciário em
um projeto em trâmite.
Caso a lei seja mantida, a Rede só poderá adquirir musculatura em 2019. Para
isso, terá que eleger uma bancada expressiva de deputados federais em 2018, já
que não poderá participar da disputa de 2014 por não ter sido criada no prazo
legal. Desse modo, não deverá ter tempo de TV razoável antes de 2022, pelo
menos. É com base na bancada federal que são calculados o fundo e o tempo de TV. Até
quinta, bastava aos novos partidos filiar deputados, que levavam com eles o
tempo e a fatia do fundo proporcionais. (Folha de São Paulo)
3 comentários
O povo tem o poder de mudar esta safadezas dos partidos maiores. Eliminando-os nas urnas. Não votemos em candidatos do PT e nem do PMDB e nem partidos comunistas.
ReplyMas existe uma forma de campanha tão eficiente ou até melhor que a TV, hoje nós temos a Internet!
ReplyNa época das manifestações nós vimos a força das redes sociais e dos blogs.
Esse é um recurso valioso que pode ser explorado pelo PSDB,
Internet= mais proximidade com a juventude.
Gabriel -DF
Hora de mandar PT e PMDB tomar no redondo!
ReplySei que a lei prejudica Marina, mas também prejudica a criação de partidos de fato comprometidos com os valores que foram perdidos nesse país graças ao petralhismo.