Em artigo, Kátia Abreu apóia diplomata que salvou senador da Bolívia e dignificou nossa diplomacia.

Em artigo na Folha de São Paulo, intitulado " Um justo entre duas nações" a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) registra a coragem do diplomata Eduardo Sabóia, bem como o respeito por ele demonstrado ao ser humano, ao tirar o senador boliviano Roger Pinto Molina da mira do "socialismo bolivariano". Abaixo, a transcrição:
 
Impossível não admirar a conduta de Eduardo Saboia, encarregado de negócios na Bolívia, de trazer para o Brasil o senador Roger Pinto Molina, asilado há 15 meses em nossa embaixada em La Paz. Tomou atitude nobre e corajosa.
 
No passado, outros diplomatas brasileiros ousaram contrariar a cúpula do Itamaraty. Na França, o embaixador Luís Martins de Souza Dantas emitiu centenas de vistos para o Brasil a perseguidos pelos nazistas.
 
Mesmo depois de ser repreendido e formalmente proibido de conceder vistos, seguiu assinando documentos de próprio punho, com datas anteriores à da proibição. Enquanto isso, em Hamburgo, o vice-cônsul brasileiro e escritor João Guimarães Rosa também agiu assim, concedendo vistos de entrada no Brasil a judeus.
 
Décadas depois da façanha, Souza Dantas virou personagem do Museu do Holocausto, em Israel. Foi proclamado "Justo entre as nações", título atribuído a pessoas que arriscaram suas vidas para ajudar judeus perseguidos pelo regimes nazista e fascista.
 
Mas não se trata aqui, como não o foi no passado, de defender quebra de hierarquia nem de comparar o terror do Holocausto a um fato que pode não ir além de um incidente diplomático. Quero apenas mostrar que, em situações extremas, o diplomata deve recorrer a si mesmo.
 
Ressalte-se que o embaixador anterior, Marcel Biato, já havia concedido o asilo a Molina, fazendo valer esse direito internacional.E o senador teve de pedir asilo por ter denunciado a corrupção no governo de seu país. Ousou fazer o que muitos não tiveram coragem de fazê-lo.
 
Em resposta, ganhou um processo "judicial", típico de "socialistas bolivarianos" que tratam os opositores como se criminosos fossem. É a criminalização da política, levada a cabo por governantes que não nutrem respeito à democracia e aos direitos civis.
 
Há que lembrar, também, que a lista de incidentes diplomáticos na relação do Brasil com a Bolívia é extensa. Basta citar dois episódios: a ocupação militar de uma refinaria da Petrobras e a vistoria de três aviões da Força Aérea Brasileira, que deveriam ser invioláveis, inclusive um que levava nosso ministro da Defesa.
 
E é bom que se diga que o senador Molina não está foragido no Brasil. Foi retirado da Bolívia em uma operação conduzida pelo consulado brasileiro. O que se espera, agora, é que não tenha destino diferente do que teve Cesare Battisti, que conseguiu permissão para ficar no Brasil, mesmo com pedido de extradição aprovado pelo Supremo Tribunal Federal.
 
Quando foi trazido ao país, Molina vinha de um confinamento de quase 500 dias num cubículo da embaixada brasileira, sem direito a banho de sol, em uma condição de deterioração física e psíquica. Bem diferente do tratamento principesco que o ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya recebeu ao longo dos quatro meses em que se manteve exilado na nossa embaixada em Tegucigalpa.
 
Alguns aguentam mais, outros menos. Se Molina ameaçou suicídio, é porque estava no limite de suas forças. Basta nos colocarmos na posição do outro para percebermos melhor sua condição dramática.
 
O encarregado de negócios Eduardo Saboia vivenciou o drama do senador. Ninguém melhor do que ele para decidir o que fazer, dada a sua proximidade e diante da falta de comando hierárquico. Se tomou uma decisão humanitária, ele o fez em respeito aos direitos humanos defendidos por nosso governo.
 
Se a cúpula do Itamaraty não estava observando esses direitos, um de seus diplomatas optou por fazê-lo, mesmo colocando vidas em risco.Seguiu valores maiores, com determinação. Não se conformou com a rotina burocrática baseada na omissão, embora essa omissão possa ter sido, ela própria, uma decisão. Cumpriu todo um périplo até chegar, enfim, a território brasileiro.

13 comentários

Coronel,

Brava Senadora Kátia Abreu!
Nada e pelica. Tapa de luva de box na cara de Dilmaldita, Lulla e a cúpula bolivariana do PT.

Adorei.

Flor Lilás

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SENADORA KATIA ABREU, ORGULHO DOS BRASILEIROS, EXEMPLO DE MULHER QUE DIGNIFICA UM PARLAMENTAR.

VIDA LONGA À SENADORA.

Emocionante depoimento do senador Molina.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/08/1335026-voltar-a-bolivia-seria-sentenca-de-morte-diz-senador.shtml

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A SENADORA KATIA ABREU, fez o que os cagões do congresso deixaram de fazer, se pronunciar porque ficaram com medinho da kagona vermelha.

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Admiro a katia abreu, mas seu silencio com relacao ao que o overno bolivariano daqui tem feito me preocupa. A mesma demonizacao da oposicao feita pelo governo da bolivia é levada a cabo aqui tambem, especilamente pelo capiroto lula.

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o mais espantoso mesmo eh ainda haver discussão se ficar confinado dentro de um quartinho por 15 meses eh ou não algo "aceitável"...

reparem no nível de psicopatia e aceitação pela sociedade de uma violência desse tipo...

acreditem, os esquerdistas psicopatas desse desgoverno questionam o confinamento do senador boliviano!

igualmente fez a madame tresloucada ao minimizar o carcere do senador desqualificando a comparação com o DOI...

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Coronel,
como sempre a Senadora mostrando sua crença nos princípios éticos, morais e democráticos. Infelizmente temos pouquíssimos políticos desse naipe.

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Grande Senadora Kátia Abreu!

Clap!Clap!Clap!

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Que lindo seria ter uma presidente da republica brasielira que se expressasse desta maneira. Quão mais inteligente ficariam as resoluções. Eu votaria em Katia Abreu.

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Aplausos a Katia Abreu, por mais este artigo humanitário. Ela sim tem o comportamento de uma estadista!

Pena que não saia deste partido de aluguel PSD, que apoia este governo incompetente.


Chris/SP

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Parabéns, senadora Katia Abreu!
Quisera que a nossa oposição se manifestasse sempre assim como a senhora que mesmo num partido que apóia esse governo, consegue, às vezes, criticar com veemência e sem perder a delicadeza.
Abraços!

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O ato do diplomata Eduardo Saboya pode ser comparado aos de alguns heróis antigos e modernos.
Parabéns à Senadora Kátia Abreu pelo reconhecimento.

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Kátia Abreu deveria se candidatar.
Ontem em todos jornais, aparecia o índio cocaleiro dizendo que o senador era um delinquente e não se ouviu o outro lado. Tristeza.

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teve que aparecer um, com perdao da ma palavra, macho, para resolver a parada que o Patriota idiota nao enfrentou.

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