Quem mais sofre com a crise são os jovens: desemprego já passa de 15% na faixa dos 16 aos 24 anos.

Protagonistas de boa parte dos grandes eventos que varrem o país — as manifestações nas ruas, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude — os jovens também estão no centro das estatísticas nada positivas do desemprego: eles são as principais vítimas da demora na retomada da economia e do esfriamento do mercado de trabalho. A taxa de desemprego entre os que têm de 16 a 24 anos, subiu de 14,6% para 15,3% em junho, mais do que o dobro dos 6% registrados para a média de todas as idades, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE. O contingente de jovens desempregados atingiu 579.974 pessoas, o equivalente a sete Maracanãs lotados.
 
Andressa Cristina Amaral, de 21 anos, engrossa desde anteontem, esse “público” do desemprego. Após dois anos e meio trabalhando como vendedora em uma loja na Tijuca, resolveu pedir demissão, com outros quatro colegas, por se sentir explorada pelo patrão. Com o Ensino Médio completo, a jovem, que é mãe solteira de uma menina de 2 anos, está em busca de uma oportunidade como assistente administrativa, mas sabe que a falta de um diploma de graduação e a pouca experiência na área são barreiras.
 
— Sempre pedem alguém que seja formado ou esteja cursando faculdade. A experiência é outro problema. Já perdi uma oportunidade porque pediam seis meses de experiência, mas eu só trabalhei três meses na função — conta ela, que sonha cursar faculdade de Administração.Apesar da ajuda dos pais e da pensão alimentícia paga pelo pai da criança, Andressa teme passar muito tempo desempregada. Em 2011, amargou cinco meses sem trabalho. — Naquela época, eu trabalhava em uma loja, pelo programa Jovem Aprendiz. Fui mandada embora um mês depois que a Vitória nasceu. Por um lado foi bom porque fiquei cuidando da minha filha, mas eu precisava trabalhar.
 
A situação de Francisco Ponce, também de 21 anos, é mais complicada. Ele não concluiu o Ensino Médio e está há dois anos em busca do primeiro emprego com carteira assinada. Mora com os pais em Belford Roxo e, além da baixa escolaridade, diz que o local de moradia é outra desvantagem. — Já fiz várias entrevistas. Quando perguntam a escolaridade, me descartam. Ano passado, surgiu uma oportunidade, mas não pude aceitar porque eles não queriam pagar o transporte. Moro longe...Para ajudar com as contas da casa, faz bicos trabalhando em obras e em um lava-jato. Olhando para o futuro, promete voltar a estudar e concluir o ensino médio, a fim de aumentar suas chances.
 
A falta de experiência e de qualificação costumam explicar o porquê de os jovens estarem sujeitos tradicionalmente a taxas mais elevadas de desocupação. O cenário que aponta alta do desemprego pega primeiro esse grupo, o primeiro na fila dos cortes.— A dificuldade de inserção em um cenário conturbado fica ainda mais difícil para eles. Os jovens são mais inexperientes e mais fáceis de descartar — afirma o gerente da Pesquisa Mensal do Emprego, do IBGE, Cimar Azeredo.
 
Enquanto a taxa de desemprego na média do país subiu pela primeira vez neste ano em junho, para os jovens ela já teve três avanços em 2013. A situação é mais complicada para os que vivem na região Nordeste. Em Salvador, a desocupação chegou a 18,5% e em Recife, a 17,6%. São Paulo tem uma taxa de 16,6% e o Rio, de 15,4%. Belo Horizonte e Porto Alegre são as regiões com taxas menores entre os jovens: 10,5% e 10%, respectivamente.
 
O ritmo de deterioração do emprego também é maior entre os que têm entre 16 e 24 anos. O desemprego subiu 1,4 ponto percentual em junho em relação ao mesmo mês do ano passado para adolescentes e jovens. Na média de todas as idades, a alta foi de 0,1 ponto percentual.O que a alta taxa de desemprego não explica é se os jovens estão se dedicando mais aos estudos ou se engrossam as fileiras dos chamados “nem nem”, aqueles que nem trabalham nem estudam.— É preciso investir em uma série de políticas públicas ligadas à educação e à formação técnica mais qualificada para esses jovens — afirma a economista Ana Lucia Barbosa, do Ipea.
 
No total das seis regiões pesquisadas pelo IBGE, a alta da desocupação — de 5,8% em maio para 6% em junho — fez com que boa parte de consultorias e bancos passasse a esperar por novas altas na taxa de desemprego no segundo semestre, época em que, tradicionalmente, o mercado de trabalho é mais vigoroso por causa das encomendas das festas de fim de ano.
 
Corroída pela inflação, a renda do trabalhador brasileiro registrou a quarta queda consecutiva. Caiu 0,2% em relação a maio. Já na comparação com junho do ano passado, houve alta de 0,8%.A Rosenberg & Associados revisou de 5,5% para 5,7% a previsão para o desemprego este ano. A economista-chefe da consultoria, Thais Marzola Zara, vê com preocupação a estabilidade da massa salarial real e o recuo de 3,3% na ocupação do setor industrial no mês passado.— Como a economia está demorando a se recuperar, a confiança dos agentes está em queda. Fica difícil ver isso refletido em uma melhora do mercado de trabalho. ( O Globo)

12 comentários

e a doida metendo o pau na inflação da época FHC!!!

da pra acreditar nisso???

sao verdadeiros dinossauros, nao saem do lugar, sempre com o mesmo discurso velho e mentiroso...

nao sei como alguem consegue ver esse partido como algo novo...

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Coronel,
espero que os jovens acordem e mandem essa canalha para onde nunca devia te saído, o ostracismo.

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Tomara que estes jovens (faixa de 16 a 24 anos), que lideraram as manifestações de rua, saibam votar em 2014 para tirar esta canalha do poder! Depois não ainda reclamar.

Chris/SP

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Coronel,

Venho marcando, desde MARÇO 2013, que o 2o.Sem. traria más notícias econômicas.

Mal começou e já estão chegando números piores que o previsto.

Desemprego de 16-24 anos é índice "europeu"!! A resposta esta nas "ruas"!!!

JulioK

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Um curso técnico daria a esse pessoal uma qualificação para entrar mais rapidamente no mercado de trabalho, como empregado ou autônomo. Porém, o Brasil não é chamado de "República dos bacharéis" só pela política, mas também porque todo mundo quer ser "doutor" e ninguém quer por as mãos na massa e na graxa. Só se pode pagar uma faculdade trabalhando, logo, tendo apenas segundo grau, ficam "nem nem".
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Agora, é preciso ver a outra ponta, isto é, a situação de quem tem 40 anos ou mais e, mesmo com experiência, fica desempregado por puro preconceito contra a idade.
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E existe no Brasil um excesso de exigências e requisitos para se candidatar a qualquer vaga de emprego. E os empregadores em geral não querem investir em treinamento, querem gente já experiente e fazem exigências absurdas.
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Não é raro encontrar-se ofertas do tipo "Procura-se estagiário- curso técnico em eletrônico - ampla experiência em manutenção de equipamentos de áudio, vídeo e informática", numa clara tentativa de burlar a legislação trabalhista.

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CEL,


Onde estão as estruturas que Lula e Dilma criaram nesses últimos 11 anos de "governo" PeTralha? Vou comprar uma lanterna EVEREADY das mais potentes para ver se encontro algo.

Perguntas:

-Os novos postos de trabalho do "governo" PT não são aqueles oriundos dos trabalhadores da informalidade que com carteira assinada entraram para as estatísticas do IBGE como empregos criados?

-A melhora da empregabilidade não se deu pelo aumento do consumo e da produção industrial gerados pela estabilidade da economia deixada pelo governo anterior FHC?

- A prova de que não se criou estrutura alguma nesses últimos 11anos não é a situação caótica, em quase todos os níveis, em que se encontra o Brasil?

Meu mantra:

Fora PT, fora corrupção, fora incompetência!

Índio Tonto/SP

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CEL,

"De acordo com reportagem do GospelPrime, 70% dos fundadores da Rede de Sustentabilidade são a favor da união civil entre homossexuais, do aborto e da legalização da maconha. A Rede Sustentabilidade é o partido de Marina Silva, membro da Assembleia de Deus em Brasília.

Marina comentou sobre aborto, maconha e “casamento” gay na quarta-feira (17 de julho) ao participar de um debate em São Paulo.

“A Rede tem mais ou menos 350 fundadores, eu posso te dizer que pelo menos 70% deles são a favor dessas bandeiras que estão aqui. A favor literalmente falando,” disse a assembleiana progressista, não mostrando constrangimento pela maioria de seus apoiadores que têm posições anticristãs.


Fonte: Mídia sem Máscara


Índio Tonto/SP

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CEL,

Em tempo: comentário anterior é escrito por Julio Severo em www.midiasemmascara.org.

Índio Tonto/SP

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Leitor do blog mod

E o ECA está aí para produzir mais jovens sem informação e experiência profissional. Os jovens só conhecem hoje os "seus direitos".

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Tambem nao tem emprego para quem tem faculdade, fala linguas e etc...
Isso eh o Brasil do PT ... 10 anos de mentira!

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Como o lulla nunca estudou e nada entende do assunto, criou uma porção de cursos universitários fajutos, sem qq infraestrutura. Meros cabidões de empregos para mestres e doutores. São cursos que estão dando diplomas de montão para jovens totalmente despreparados. E que ficam desempregados. E depois criaram o Ciência sem Fronteiras, mandando passear pelo mundo gente que nem conhece a lingua do pais para onde vai.Ficam tentando remendar, com curso on-line. São bolsistas que voltarão e continuarão sem emprego. Brasil, país de tolos.

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DESDE QUANDO ACEITAM A INFLAÇÃO DE CINCO POR CENTO?? A BOLSA FAMILIA É DE 15 POR CEMTO. E BOLSA NÃO É DESEMPREGO? TENHO FEITO ESTA PERGUNTA INUMERAS VEZES. QUERO RESPOSTA

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