Editorial de hoje do Estadão, intitulado "Questão indígena":
O conflito provocado pelos índios terena com a invasão da Fazenda
Buriti, no município sul-mato-grossense de Sidrolândia - que no dia 31
provocou a morte de um dos invasores em circunstâncias ainda não
devidamente esclarecidas -, começa a alastrar-se por todo o País e tende
a agravar-se de maneira imprevisível. Já são mais de 60 as propriedades
rurais ocupadas. Estimulado pela repercussão do episódio, um grupo de
20 índios caingangue ocupou na segunda-feira a sede do Partido dos
Trabalhadores (PT) em Curitiba, exigindo serem recebidos em Brasília
para tratar da demarcação de terras no Paraná. Houve manifestações de
protestos de indígenas também em Seara (SC) e em Paranaguá (PR).
Nada disso é novidade. Os indígenas repetem a radicalização, na forma
da criação de fatos consumados, invariavelmente ao arrepio da lei, que o
Movimento dos Sem-Terra praticou durante todo o governo Lula, sob o
olhar complacente e, frequentemente, o estímulo do então chefe do
governo. Os lamentáveis episódios de agora, portanto, são fruto do
populismo irresponsável que há mais de 12 anos desmoraliza as
instituições democráticas, disseminando a crença de que a lei - ora, a
lei - só deve ser respeitada quando convém a um difuso "interesse
social" habilmente manipulado pelos poderosos de turno.
A triste realidade ilustrada pela disputa por uma terra que uma
hesitante Justiça não consegue decidir a quem pertence é o resultado da
incapacidade ou falta de coragem do Executivo de conduzir politicamente o
conflito, de modo a criar as bases técnicas e legais de um entendimento
que possibilite a acomodação dos interesses em choque - de um lado, os
da população indígena, e de outro, o dos produtores rurais.
No centro do conflito, a Fundação Nacional do Índio (Funai), perdida
entre a antropologia e a ideologia, tem seu trabalho contestado pelos
produtores rurais e as associações que os representam, e defendido pelos
"progressistas", pela CNBB e pela Comissão Justiça e Paz da
Arquidiocese de São Paulo. Percebendo a vulnerabilidade do órgão
responsável pela coordenação da política indigenista, o governo defende
agora a ampliação do elenco dos responsáveis pela formulação dessa
política - e recebe críticas de quem não quer que as coisas mudem.
"As soluções existem, falta decisão política", é a opinião insuspeita
do senador petista Delcídio Amaral, que tem participado de reuniões
sobre o assunto no Palácio do Planalto e garante que "não foi por falta
de aviso" que se criou o atual impasse a partir da ocupação da Fazenda
Buriti. A opinião do senador petista é compartilhada pelo presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul,
Eduardo Riedel, para quem a ausência de vontade política do governo
federal "é determinante" para a falta de uma solução para o conflito.
Por sua vez, a Confederação Nacional da Agricultura e Agropecuária (CNA)
entende que "é mais do que hora de o governo federal suspender o
processo de demarcação de terras indígenas, conduzido de modo
arbitrário, e frequentemente ilegal, pela Funai, e aguardar que o STF
estabeleça em definitivo o regime jurídico de demarcações de terras
indígenas no País".
A evidenciar a incapacidade do governo de tratar competentemente a
questão indigenista está o fato de que o conflito de Sidrolândia se
arrasta há 13 anos, ao longo dos quais, pela ausência de referências
sólidas do ponto de vista histórico, antropológico e legal, se
alternaram decisões judiciais contraditórias. E é nesse vácuo que a
radicalização prospera, de lado a lado, deixando atônita, no meio do
tiroteio, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que parece
hesitar entre duas prioridades: o cumprimento de seu dever como
articuladora política e a viabilização de sua candidatura ao governo do
Paraná. Menos mal que, desde a posse, a presidente Dilma tem evitado
escrupulosamente repetir o exemplo de seu antecessor em manifestações
públicas de apoio às tropelias de movimentos ditos sociais.
12 comentários
Coronel,
ReplyÉ isso ai!!
Semana passada um Cacique disse temer que acontecesse o mesmo em Belo Monte.
Certamente esta semana o MEDO SUMIU, pois falou até com "ministro"!!!
JulioK
Tio Rei (RA) explicita em seus textos abaixo um certo "Manual Antropológico" da Funai e interesses de ONG's internacionais, para o imbróglio entre índios e não indíos. Quem tiver interesse, leia!
ReplyTIO REI RESOLVEU LER O “MANUAL ANTROPOLÓGICO” DA FUNAI E ENTENDEU AGORA POR QUE OS CABEÇAS DE BACALHAU ESTÃO PROVOCANDO A LUTA ARMADA ENTRE ÍNDIOS E NÃO-ÍNDIOS. ESTÁ TUDO LÁ!
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/tio-rei-resolveu-ler-o-manual-antropologico-da-funai-e-entendeu-agora-por-que-os-cabecas-de-bacalhau-estao-provocando-a-luta-armada-entre-indios-e-nao-indios-esta-tudo-la/
POR UMA CPI DA QUESTÃO INDÍGENA E QUILOMBOLA JÁ! E DIGO POR QUÊ. OU: ESTADO BRASILEIRO TEM DE RETOMAR AS RÉDEAS DAS DEMARCAÇÕES, QUE ESTÃO COM O ONGUISMO INTERNACIONAL, A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO DOS ANTROPÓLOGOS
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/por-uma-cpi-da-questao-indigena-e-quilombola-ja-e-digo-por-que-ou-estado-brasileiro-tem-de-retomar-as-redeas-das-demarcacoes-que-estao-nas-maos-de-ongs-estrangeiras-a-mao-que-balanca-o-berco-dos/
Chris/SP
Esse post levanta a mais gritante verdade sobre esse governo de incomptentes, despreparados, imorais, sem ética, corruptos, etc ....
ReplyA primeira coisa que o cachaceiro discursou quando eleito em 2003, foi que ele governaria sempre dialogando com as entidades em geral, o que (escondia) mostrava sua insegurança e total falta de rumo no novo governo, que chegou lá por pura ganância de poder e do ideal doentio de ser um ditador, que até disfarçou no inicio, mas escancarou totalmente em pouco tempo. Despreparado, desavergonhado, sem ética, sem cultura, sem educação, sem vergonha de mentir e enganar para praticar a corrupção mais facilmente. Tudo isso comprovou nesses 10 anos a total incompetência do PT para governar e a total e completa facilidade em corromper e roubar. Comportamento jamais esperado de um governo, deixou a Nação estupefata, que permaneceu catatônica e inerte diante de tanta desfaçatez. A justiça sucumbiu e a quadrilha comodamente avançou e tomou o Brasil para si. Consertar o que o Lula/PT nesses estragaram nesses 10 anos vai levar tempo e dar muito trabalho para os brasileiros honestos.
Matar em legítima defesa tem amparo legal, já que a justiça e o governo não dão conta, os fazendeiros devem acabar com esse absurdo de serem vítimas dessa massa de manobra dos inimigos do Brasil. Só mataram 1 índio, faça o mesmo com o resto desses vagabundos, eles estão procurando e vão achar o que merecem, ou que vão trabalhar e deixem de atormentar o produtor agrícola.
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ReplyE como se chamará a nação que o CIMI tornará independente?
Nação democrática Cabocla.!!!.fonseca
De Paranaguá posso dizer o seguinte, os poucos índios que existem hoje já ganharam uma ilha (Cotinga) só para eles ... só que não são os nativos originais: foram transplantados do interior do Paraná em tempos recentes. Vivem de bolsa família e uns pés de aipim e palmito e umas galinhas. Nada contra eles, são vítimas de uma política idiota num país que trata todo mundo como idiota.
ReplyOs nativos originais, canibais por sinal, foram todos, bem ou mal, assimilados pelo povo invasor português e desapareceu como cultura independente faz muito tempo.
Então, se querem mais terra "mãe" não pode ser lá em Paranaguá porque quando essa leva de índios chegou os brancos europeus já ocupavam a região há mais de 400 anos ...
O governo Lula/Dilma/PT não é fraco nem medroso, muito pelo contrário, é forte e corajoso o suficiente para PROMOVER a guerra no campo. Fracos e medrosos são os jornalistas, meios de comunicação e políticos que se omitem diante dos fatos.
ReplyNo blog do Aluízio Amorim de hoje, foi revelada a existência de um Centro de Difusão do Comunismo na Universidade Federal de Ouro Preto (MG). O marxismo está sendo difundido há décadas nas universidades, está cada vez mais explícito, no entanto não há qualquer espaço para alguém mostrar à sociedade o que realmente é o marxismo. Aqueles que tem os meios e as oportunidades para combater o marxismo, nem mesmo procuram conhecer esta mistificação perversa e ficam iludindo os outros e a si próprios, fazendo de conta que estão sendo contra.
http://fazendaportoseguro.wordpress.com/
ReplyVejam outro exemplo do direito de propriedade...
Sempre a imprensa covarde poupa Dilma. Arre!!!
Replycomunistas vagabundos
ReplyCade o deputado ou senador "saco-roxo" pra promulgar a lei que proíbe financiamento de ONGs com dinheiro estrangeiro? Coisas do "brasiu colônia" e desses partidecos vassalos das potências que nos exploram!
ReplyEsse é um editorial com vergonha na cara! Parabéns Coronel, o senhor deve ter sensibilizado o Estadão com seu espírito de luta.
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