O artigo abaixo foi publicado hoje, na Folha de São Paulo, escrito pelo dono da Fazenda Buritis, um propriedade privada desde 1927, legalmente titulada, invadida, incendiada e transformada em escombros por índios terenas incitados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), patrocinado pelas doações que você faz na missa de domingo, pelo seu dízimo, pelas mensalidades que você paga em colégios católicos. Mais do que um artigo, é um grito de revolta.
Os atuais mecanismos do processo demarcatório da Funai devem ser
modificados com urgência. O órgão padece de estrutura operacional e
recursos orçamentários adequados, ficando à mercê de ONGs que lhe
fornecem, além de ajuda financeira, uma forte sustentação ideológica, de
resto altamente deslocada nesse período de globalização da economia.
As ações da Funai têm gerado insegurança no campo, prejudicando um dos
setores vitais da economia brasileira. Mesmo porque há imensas suspeitas
de que os laudos antropológicos que amparam as decisões demarcatórias
são anticientíficos e fraudulentos.
O caso dos conflitos na fazenda Buriti é emblemático. Fui
vice-presidente do Movimento pela Anistia e Direitos Humanos em Mato
Grosso do Sul, lutei contra a ditadura e sonhei com a volta da ordem
democrática no país. Enfrentei os arreganhos do Estado de exceção. Fui
relator da constituinte estadual e comemorei o Estado democrático de
Direito.
Nesse aspecto, sinto-me frustrado porque jamais imaginei que pudesse um
dia me sentir vítima dos instrumentos de liberdade que ajudei a
conquistar.
Não cabe mais na lógica do exercício da cidadania um órgão como a Funai,
que formula, identifica e delimita áreas indígenas, julgando inclusive
as contestações dos produtores, que devem ser apresentadas no prazo
exíguo de 90 dias.
A PEC 215, em tramitação no Congresso Nacional, por outro lado, não
soluciona o fulcro dessa questão, embora tente criar um critério
democrático de consulta num espaço que atualmente está vazio.A Funai tem todo o tempo do mundo disponível para elaborar seus
relatórios antropológicos "técnico-científico", mas não admite que o
contraditório seja estabelecido dentro das mesmas regras. Daí, a partir
desse modelo, além da falta de transparência e autoritarismo, o estopim
da crise é aceso, fomentando lutas desnecessárias.
Nesse aspecto, a Funai tornou-se uma instituição obsoleta. A legislação
que ampara e regulamenta suas ações tornou-se anacrônica porque ela não
conduz à paz no campo e sim aos conflitos permanentes. Não há como um produtor de alimentos que tem a posse legal de suas
terras, reconhecida pelo Estado, escriturada em cartório, mediante atos
jurídicos perfeitos, aceitar que deva sair de suas terras, no bojo do
qual ele é julgado pelo próprio órgão que o demanda juridicamente.
Ora, o Estado democrático de Direito pressupõe garantias à posse legal
da terra, rechaçando o esbulho e sua tomada pela força e violência. Quando invadiram a fazenda Buriti --propriedade de 302 hectares que
minha família adquiriu em 1927-- e reagiram violentamente a uma ordem de
reintegração de posse, queimando casas, roubando gado, matando animais,
enfim, transformando-a em escombros, vi ali a esvair-se a história
política da minha vida.
Lamentei que isso tenha custado a vida de um brasileiro, o índio Oziel
Gabriel, pois sei que aqueles que tombam numa luta inglória entregam o
fardo da responsabilidade para os companheiros que permanecem na
empreitada.
Que esse conflito sirva para provocar uma inflexão no eixo político,
alterando o papel da Funai na definição das políticas demarcatórias,
estabelecendo critérios justos e objetivos na identificação das terras
indígenas.
Caso contrário, a raposa continuará tomando conta do galinheiro, e as
galinhas continuarão sendo vítimas, sem poder reclamar para um governo
que não ouve, não enxerga e prefere continuar tergiversando diante de
tão grave questão.
RICARDO BACHA, 64, é engenheiro. Foi deputado estadual pelo PSDB
(1986-1990) e secretário de Obras (1995) e da Fazenda (1996-1998) do
Mato Grosso do Sul
5 comentários
A banda podre da igreja católica aumenta cada dia mais, e fica pior quando se junta com a banda podre, covarde, canalha e vendida da imprensa.Minha família não mais frequenta igrejas, e nem assina jornalões de São Paulo e diários de minha cidade.Não sou evangélico, mas dou parabéns ao Pastor Silas Malafaia, que corajosamente substitui a vergonhosa oposição.
ReplyÉ, senhor Bacha, o senhor nem imaginava que estaria preparando seu futuro da perspectiva do outro lado do muro.
ReplyLamentável que tenha sido assim ludibriado pór seres sem ideais mas movidos apenas por interesses escusos. O senhor já viu que não basta ser a favor da causa e depois tentar se dedicar à vida profissional privada. Ellles o queriam junto , o senhor os largou e não foi perdoado por isso. Por essa e outras, teria sido melhor selecionar suas amizades e simpatias.Seus algozes são implacáveis são muito mais do que selvagens.
Pode-se imaginar a dimensão de sua dor
Os que teimam em se dedicar ao trabalho honesto neste país , acaba que cedo ou tarde percebem que a única coisa que vale a pena, atualmente, é estar do outro lado.
ReplyDo lado dellllllllles, e que a sua maior liderança é mesmo o Coveiro de Santo André, Coveiro do Braziu-ziu-ziu... o poderosíssimo chefinho dos vampiros oficiais.
Cel
ReplyNunca pensei que fosse ver essas barbaridades a esta altura de minha vida. Sempre achei, e é,o direito de propriedade sagrado e inviolável, conforme a letra da Lei. Esses índios Funai e Ongs estrangeiras só fazem violar a Constituição, e, numa democracia agonizante como a nossa, estão levando vantagem contra os legítimos proprietários e trabalhadores rurais, estes sim, TRABALHADORES.Esse governo se torna a cada dia mais temerário, numa fome terrível de escrachar com tudo,especialmente com as pessoas honestas que trabalham e dão lucro para o País. É um misto de incompetência e o desejo de aniquilar com tudo de bom que foi construido arduamente. A Anta está se esforçando para acabar com tudo.
Esther
Corona.
ReplyDivulgue.
Isso é MUITO GRAVE.
FUNAI.
Presidência da Funai pode estar negociando a venda de terras brasileiras com banco alemão
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Marta Azevedo e Paulo Maldos:
vendendo o Brasil ao KFW
Corre no Mato Grosso do Sul o forte boato de que o a Funai comprará as terras dos produtores rurais com imóveis em áreas consideradas indígenas pelos laudos antropológicos da instituição. Os produtores rurais da região, por meio da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) já organizaram uma lista com imóveis rurais que cobrem mais de 15 mil hectares, inclusive a área da Fazenda Buriti, invadida pelos Terena. “Estou autorizado pelos produtores a ofertar 15 mil hectares ao governo”, afirmou o presidente da entidade, Francisco Maia, diante do representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Rodrigo Rigamonte, enviado à região pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Ocorre que a compra é ilegal. A Constituição Federal diz que as terras consideradas indígenas pela Funai são de propriedade da União e são nulos os títulos nelas existentes. Isso inviabiliza a compra pelo Governo, porque o Estado não pode pagar por algo que já lhe pertence. No final do ano passado, deputados e senadores chegaram a fazer uma emenda no orçamento da União provisionando recursos para a compra das terras, mas nada pode ser feito em função esse problema jurídico.
Para que a União pudesse pagar pelas terras dos produtores seria necessário mudar a Constituição Federal de 88. Mas a presidência da Funai na gestão da Senhora Marta Azevedo tem outros planos. Não se esqueçam de que Marta Azevedo é ex mulher de Paulo Maldos, que no início da sua vida profissional foi encarregado de arregimentar recursos financeiros internacionais para viabilizar o ISA, uma ONG brasileira fartamente financiada com recursos internacionais. Maldos tem todos os contatos na União Europeia e Estados Unidos.
Na ultima quarta feira, por volta das 15 horas, enquanto a Polícia Federal preparava a operação de reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, e os índios Terena se preparavam para resistir à ação policial, o gabinete da presidência da Funai em Brasilia estava preparado para receber representantes do Banco alemão KFW. O KFW é um banco que pertence ao governo da Alemanha e tem larga história no financiamento da criação e demarcação de Terras Indígenas na Amazônia.