Coluna de Merval Pereira, em O Globo, intitulada "Lula sonhático".
O
ex-presidente Lula traz de volta ao cenário político, em entrevista
comemorativa dos dez anos de poder do PT, a divisão partidária entre
"eleitoreiros" e os "da base", afirmando que o primeiro precisa se
reinventar para que a política não fique "mais pervertida do que já foi
em qualquer outro momento", e para que o partido seja capaz de
estabelecer alianças e coalizões sem precisar de "uma relação
promíscua". O segundo grupo manteria as características desde os anos
1980, é "exigente e solidário".
Lula
fala como se não tivesse contribuído para a preponderância do
pragmatismo sobre os sonhos petistas "da base", "banalizados por conta
da disputa eleitoral", se é que esses sonháticos petistas ainda estão
"nas bases". A maior parte deles, é certo, saiu do PT para criar o PSOL
ou para seguir a ex-senadora Marina Silva. E, nesse saudosismo político,
Lula tenta recuperar esse eleitorado.
Ele
mesmo tenta se colocar ao lado "da base" ao fazer uma revelação
surpreendente: diz que não queria assinar a "Carta ao povo brasileiro"
em 2002, na qual se comprometia a manter contratos e a controlar a
inflação e os gastos públicos, porque "ela dizia coisas que eu não
queria falar, mas hoje eu reconheço que ela foi extremamente
importante".
Quem
acreditava que aquele pronunciamento representava uma reação de Lula
aos radicais de seu partido fica sabendo agora que o que Lula pensa, e
continua pensando, não tem nada a ver com o que fez nos primeiros anos
de seu governo e que serviu de base para o seu sucesso, junto com os
programas assistencialistas.
A
partir da saída de Antonio Palocci do governo e, sobretudo, da crise de
2008, Lula sentiu-se à vontade para governar como queria, e seus
desmandos, se por um lado conseguiram eleger sua sucessora, deixaram
para ela uma herança maldita que até hoje emperra seu governo. Como
Dilma pensa pela mesma cartilha, no entanto, vai tratando de ampliar os
erros, em vez de tentar saná-los.
Essa
divisão petista já havia ficado clara anteriormente, ainda no primeiro
mandato de Lula, em diversos embates dentro do governo, entre os
"eleitoreiros", comandados por José Dirceu, e os "reformistas", grupo
que considerava inadequado o pragmatismo que o partido utilizava nas
relações políticas e nas ações do governo.
O
então assessor especial da Presidência, e fundador do PT, Frei Betto,
amigo de Lula, acabou deixando o governo devido a desentendimentos desse
teor, culminando com discordâncias sobre a maneira de gerenciar o Bolsa
Família, que se transformou em arma eleitoral para o governo e não um
caminho de inclusão social.
Também
Francisco Whitaker, da Comissão de Justiça e Paz da CNBB e um dos
organizadores do Fórum Social Mundial, desligou-se do Partido dos
Trabalhadores, divulgando uma carta com sérias críticas à atuação do PT
nos últimos anos. "Há tempos constatava - com tristeza, evidentemente - a
facilidade com que no partido iam sendo assimiladas as práticas e a
maneira de fazer política usuais no Brasil. Essa tendência - apoiada no
sentimento de impunidade que também é usual em nosso país - não podia
senão se exacerbar com a conquista da Presidência da República",
escreveu.
Foi
Patrus Ananias quem vislumbrou o potencial político do Bolsa Família e,
assumindo o novo Ministério do Desenvolvimento Social, desmontou os
"comitês gestores", compostos por cidadãos, para dar o poder aos
prefeitos. A partir daí, o pragmatismo político dominou todas as ações
do governo, a ponto de levar Lula a fazer acordos e a subir em palanques
de políticos estigmatizados por acusações diversas, como Paulo Maluf e o
ex-presidente Fernando Collor.
A
evidência de que acordos como esses foram feitos até mesmo depois que
Lula deixou a Presidência, como o apoio de Maluf a Haddad na prefeitura
de São Paulo, coloca sob suspeição a afirmação de Lula de que,
procurado, negou apoio ao falecido senador Antonio Carlos Magalhães para
a presidência do Senado, afirmando que, perante sua consciência, não
poderia apoiar "Toninho Malvadeza". Certamente havia outros motivos para
Lula não apoiar o Malvadeza, e esses nada tinham a ver com a ética na
política.
Tanto que, na entrevista, Lula insiste em que o mensalão foi apenas "um tropeço".
9 comentários
Ora, esse Lula é o maior vagabundo que esse país já viu. Por quê acreditar nele, qual é seu compromisso?
ReplyEis Lula:CRIME OMINOSO,/mente por convicção./Camba para a hediondeza:/milhões são contaminados.../vão morrer, mas batem palmas!/Morituri te salutant!/ Às claras,sem punição!/Sem peias,já às escâncaras!/Mas ali à frente O PREÇO/só será com sangue e légrimas,/fluindo em flumes de dor,/pagável parcialmente!.../Lá se foi o azo e o prazo/de a VERDADE reluzir/sobre as PETAS DO PT./Com vil BASE,a DILULAMA,/ACARRAPATADAMENTE,/suga as tetas da MÃE pátria!/Para o Lula,QUÃO GENTIL!/ECA! Tal asco me enerva!/Só em Deus encontro abrigo,/sei que Deus trona e não falha!
Replyacreditemos que antes havia um PeTê bonzinho, impoluto e altruísta...
Replyesse bando de sindicalista só queria uma coisa: dinheiro...
esse PeTê dos sonháticos ai nunca existiu, era miragem...
pobres só serviram de escada para a turma chegar ao poder e incrementar - e como! - o patrimônio pessoal de cada um...
esta todo mundo com o boi na sombra...
só os lesados da Bancoop que ficaram na chuva, sem apto e vendo a cambada enriquecer sem nada poder fazer...
Será que não existe um jornalista para dizer para esse velhaco 9dedos que antes de ele querer fazer politicalha, ele tem obrigação de falar sobre seu caso com a sua teuda e manteuda, se não falar nada simples não lhe dê palanque e muito menos microfone.
ReplyA política brasileira é podre, é ratazana pra todo lado. Da descrença ver e lê jornal, ainda mais quando se pensa que a tendência e piorar cada vez mais.
ReplyLula é o maior bandido que o país já teve notícia além de líder de uma seita nazi-fascista chamada PT.
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ReplySafado, cachaceiro, mau-caráter, personifica tudo que é de ruim, um mau exemplo para a nação Brasileira.
Mário de Andrade nunca conheceu o nosso Lula mas antecipou com sua criação e arte o tipo que estaria destinado a governar o Brasil no início do século XXI. Lula encarna com perfeição figura do Macunaíma é espantosa a semelhança.
ReplyCoronel, receba uma continencia do pelotao avancado desde HONG KONG para parabeniza-lo pelo excelente trabalho e fazar minhas as palavras ha muito ditas pelo Claudio Humberto no tempo do collor de mello. Ele disse: "- O lulla eh um meliante", lembra? Disse pouco mas disse bem!!
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