A pedido dos ministérios da
Justiça e da Educação, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) discute a
edição de um ato normativo para incluir esporte, cultura e capacitação
profissional entre as práticas previstas para a redução de pena, desde
que "integradas ao projeto político-pedagógico da unidade ou do sistema
prisional local e sejam oferecidas por instituição devidamente
autorizada ou conveniada com o poder público para esse fim".
Em
nota técnica enviada ao CNJ, os ministérios da Justiça, por meio do
Departamento Penitenciário Nacional (Depen), e da Educação alertam que,
na maioria das vezes, somente as atividades formais de ensino são
levadas em consideração pelos juízes para a concessão do benefício. A
Lei nº 12.433, de 2011, que alterou a Lei de Execução Pena (nº 7.210, de
1984), estabelece um dia a menos de pena a cada 12 horas de frequência
escolar (ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalificação profissional), divididas, no
mínimo, em três dias. Mas não trata de atividades educacionais
complementares, o que estaria gerando entendimentos distintos na esfera
judicial.
Na
proposta de "recomendação", que será editada para orientar magistrados
de todo o país sobre a aplicação da lei federal, o CNJ aproveita para
beneficiar presos que estudam por conta própria, ou com simples
acompanhamento pedagógico, e estabelecer critérios para a redução de
pena por meio da leitura de livros. As regras serão idênticas às
estabelecidas em meados do ano passado para as penitenciárias federais.
Se aprovada, essa orientação será assinada em conjunto com o Conselho
Nacional de Educação (CNE), Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP) e Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)
do Ministério da Justiça. O texto em análise está na pauta da sessão de
hoje do CNJ.
As
regras para as penintenciárias federais estão em portaria conjunta do
Depen e da Justiça Federal. A norma estabelece a diminuição de quatro
dias da condenação a cada obra lida. Caso o preso termine 12 livros ao
longo de um ano, e comprove a leitura por meio de resenhas, deixará de
passar 48 dias no presídio. Hoje, o detento também tem direito a reduzir
um dia de pena a cada três dias de trabalho.
Pela
portaria, o preso federal tem hoje entre 21 e 30 dias para ler uma obra
- literária, científica ou filosófica. Ao fim do período, deve
apresentar uma resenha. O texto é analisado por uma comissão, que
observa aspectos relacionados à compreensão e compatibilidade do texto
com o livro trabalhado. O resultado da avaliação é, então, enviado, por
ofício, ao juiz de execução penal, que decide sobre a concessão do
benefício. "É uma forma de tirar o estresse do sistema prisional", diz o
diretor do Sistema Penitenciário Federal, Arcelino Damasceno.
Com
a edição do ato normatitivo, o CNJ quer estimular a adoção de
atividades educacionais complementares, principalmente em locais que não
oferecem trabalho, qualificação profissional e nem mesmo estudo. "Hoje,
apenas 20% dos 550 mil presos do país [incluindo os provisórios]
trabalham e menos de 12% estudam. É um pingo no oceano", afirma o juiz
auxiliar da Presidência do CNJ, Luciano Losekann, coordenador do
Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do
Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF).
Para
o jurista e promotor Renato Marcão, do Ministério Público do Estado de
São Paulo, não há, porém, previsão legal para a remição de pena por meio
de atividades culturais e esportivas - como Jiu Jitsu, Muay Thai e MMA
(Mixed Martial Arts), adotadas em penitenciárias do Rio de Janeiro. "É
um pouco demais. Daqui a pouco, o preso não terá que cumprir pena", diz o
promotor. (Valor Economico)
13 comentários
Pergunta que não quer calar: Vão ensinar o que para um quadrilheiro de primeira grandeza que era “consultor” 24 horas por dia?
Reply"para incluir esporte, cultura e capacitação profissional entre as práticas previstas para a redução de pena,"
Replyja tem rango e sexo de graça...
com mais essas bondades dos petistas, pra que sair da cadeia então?
No caso do preso albergado ele sairá de dia podendo dormir o dia inteiro e ficar lendo no período noturno?
ReplyEles têm certeza de que o Lula não será preso, porque ler e fazer resenha de um único livro que seja, não vai acontecer.
ReplyResumindo: Já que não podem impedir a polícia de colocar os bandidos lá dentro da cadeia, estão procurando meios criativos para facilitar a saída.
ReplyCá entre nós, esporte, cultura e capacitação profissional era tudo o que eu gostaria de ter como cidadão comum que paga impostos e não comete crimes. Mas de graça não tenho nem rango nem sexo. No Brasil, o rato come o gato e a cada dia que passa o crime compensa mais.
ReplyComo são desvairados essas autoridades brasileiras, no afã de beneficiar vagabundos de todos os nipes, movem montanhas e recursos públicos para tal; o que o país precisa e urgente é de uma séria reforma penitenciaria, isso não se vê ninguém falar? O resto é proselitismo vagabundo e aumento da impunidade que já anda à mil por hora em banânia! Tenha santa paciência! Precisamos é de penas mais duras, isso sim!
ReplyO melhor para o Brasil hoje seria ACABAR DE VEZ COM AS CADEIAS. Eu apoio.
ReplyPS. To indo embora do Brasil mesmo.
Ai ai, só o Coronel mesmo pra ironizar uma lei de capacitação profissional em presídios... Coronel, o senhor é um pândego!
ReplyTiveram 8 anos para construir presídios para seus condenados. Nem isso fizeram. Agora estão disfarçando e arrumando um jeito de eles não passarem muito tempo nas cadeias maravilhosas que temos. O "cara" não tinha prometido construir 10 cadeias federais? Onde estão?
Replynão eh a toa que o partido ao qual pertencem esses dois eh o campeão absoluto de votos dentro dos presídios...
ReplyÉ o cúmulo da cretinice!
ReplyEles já tem: bolsa-crime, uma porrada de "indultos", progressões de pena, visita íntima, etc.
E nós, desgraçados trabalhadores é que sustentamos essa corja.
Eles e esses safados que estão no poder!
Corona, depois que nos abandonou em SC perdeu alguns lances bem locais. A 'grande' ideia de usar leitura de livrinhos para reduzir pena foi coisa de um juiz retardado daqui de SC, procure na internet e achará o togado moderninho... Um dos livros da lista é da autoria do dito cujo metido a literato que não leva preso para casa dele para dar 'oportunidade' de recuperação e reinserção social... O truque é o bandido ler o livro e contar o que leu para saber se entendeu. Isto basta para 'avaliar'. Como se preso não lesse o que interessa como leis... Sabem mais do que advogados. Os livros são ótimas fonte de material de combustão, né não? Basta um para incendiar cadeia a cadeia toda. Se usam colchões que fazem falta, o que não farão com livros? Ou usarão leitura de e-books em tablets e quejandos? Sem falar que as páginas podem servir para ótimos baseados.
ReplySe o vagabundo/vagabunda preso ler "Crime e Castigo" e o juizinho literato perguntar o que ele entendeu o preso vai rir e dizer 'claro que isso é só em livro, dotô, castigo para crimes, no Brasil,'non ecssisti' e a prova é o que o dotô tá fazenu e nóis aqui trocando figurinhas...
Depois que inventaram 'direitos humanos' para bandidos dando a eles o que não deram a suas vítimas, a espécie humana escolheu o caminho mais curto para a extinção. Preservam os lobos e sacrificam os cordeiros com mimimi de perdão, de caridade cristã, de resgate em outras 'vidas', com vigarices que tais incluindo o falso humanismo que só é humano para perversos; as vítimas e suas famílias são só detalhes, afinal, se mortos estão não poderão reclamar e quem deveria ser a voz das vítimas, como juízes, advogados e associados são os que mais defendem bandidos como humanos, sem falar na corja de legisladores que mais bandidos desconheço...
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