Tempos bicudos no PSDB paulista.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) corre o risco de perder o controle sobre a direção estadual do PSDB de São Paulo. Ela será eleita daqui a duas semanas e comandará a sigla até 2014, ano em que ele disputará a reeleição. Alckmin trabalha por uma composição que agrade a bancada de deputados federais da sigla e o ex-governador José Serra. O nome que seria palatável a esses grupos é o do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP).
 
Mas, à revelia do Palácio dos Bandeirantes, o atual presidente da sigla, deputado estadual Pedro Tobias, articulou manobra que facilitaria sua reeleição numa eventual disputa com Nogueira. Ele aprovou uma norma que amplia o colégio eleitoral apto a escolher o próximo presidente do partido. Pelas regras anteriores, o comandante tucano era escolhido por 105 militantes eleitos por cerca de 5.000 dirigentes regionais de todo o Estado.
 
Este ano, Tobias aprovou norma na qual a eleição do presidente se dá por voto direto dos quase 5.000 militantes. A mudança amplia a força do atual presidente, que já mantém contato com as administrações municipais da sigla há dois anos. Tobias afirma que a manobra é legal e amplia a participação da militância. Já aliados de Alckmin dizem que ele promoveu uma mudança no estatuto do partido usando instrumentos ilegítimos.
 
"Tenho um parecer jurídico que garante que podíamos fazer a alteração", diz Tobias, que nega ter feito a mudança à revelia do governo. "Só não participou da discussão quem não quis. Acabou o tempo em que uma só pessoa decidia tudo no PSDB." Ontem, ele foi chamado para reunião no Palácio dos Bandeirantes, na qual negociaria com o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido (o número dois do governo), e Nogueira, mas não apareceu.
 
Tobias diz ser apoiado pelos secretários José Aníbal (Energia) e Bruno Covas (Meio Ambiente), os mesmos que articularam a derrota do vereador Andrea Matarazzo na eleição do PSDB na capital.O episódio abriu uma crise na sigla e levou aliados de Serra a questionarem o empenho de Alckmin, já que mesmo com recomendação do governador a favor do vereador, três de seus secretários, Aníbal e Covas incluídos, articularam sua derrota.
 
A disputa estadual tem peso maior para o governador, já que um nome que ele não aprova pode chefiar a sigla no ano em que disputará a reeleição. "Ninguém duvida da minha lealdade ao Alckmin. Agora, hoje, eu não falo só por mim. Represento um grupo. E esse grupo quer democracia interna", diz Tobias. (Folha de São Paulo)

4 comentários

O PSDB perderá o governo de São Paulo. Triste fim para uma legenda que poderia ter feito muito mais pelo Brasil. Mas a covardia e o esquerdismo idiota de seus membros não permite.

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Coronel,
não tem jeito. Esses tucanos são uma piada.

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Cel
Vou chover no molhado e no que todos já constataram: "o psdb é especialista em fazer oposição contra si, contra os petralhas, nem pensar".
Como é que eles podem ser respeitados, inclusive por mim que sempre votei no partido? Eis o mistério da fé...
Esther

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Este partido perdeu a chance de fazer do Brasil uma nação de primeiro mundo, começou no segundo mandato do FHC que se acomodou e acovardou no governo, depois a canalhada fez o que quis e ninguém levanta uma bandeira para combatê-los. Para ganhar alguma coisinha tem que se mover totalmente à direita, mas isso os sociólogos não querem.

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