Ouvido por Dilma, Delfim defende aumento de juros para frear a inflação.

O artigo abaixo, de Delfim Neto, na Folha de São Paulo, é um sinal de que não há mais saída: os juros vão subir, como pregam todos os economistas com alguma coisa de economia na cabeça. Qual a justificativa política de Delfim? O engenhoso Plano Real não foi tão bom assim...
 
O aumento da inquietação em relação às perspectivas da taxa de inflação é percebido pela sociedade, segundo pesquisa do Datafolha. Menos da metade dos entrevistados esperava que a taxa permanecesse a mesma ou diminuísse.
 
Isso é preocupante, porque análises empíricas sugerem que a taxa de inflação do ano corrente é explicada pela taxa do ano passado e pela "expectativa" da própria inflação -que é muito influenciada pelo aumento dos salários reais acima da produtividade do trabalho, como temos tido há anos.
 
Quando não corrigida por algum fator, por exemplo, um aumento do juro real que leva a uma alta do desemprego e a uma moderação salarial, ela tende a assumir sua própria dinâmica, e o custo social para controlá-la aumenta exponencialmente.
 
O Brasil concebeu um engenhoso programa de estabilização -o Plano Real- depois de quatro ou cinco tentativas frustradas. Mas, desde sua implementação, em 1994, nunca tivemos sucesso na conquista de uma taxa de inflação realmente civilizada (em torno de 2% ou 3%) e nunca reconquistamos o dinamismo de crescimento (em torno de 5%). A tabela abaixo, na qual se mostra a inflação e o crescimento, revela isso:
 
A grande verdade é que, depois da esplêndida vitória inicial, evitamos atacar com a energia necessária os gargalos institucionais, que reduzem a eficácia alocativa dos mercados quando não são realmente competitivos, e os estruturais, pelo abandono dos investimentos em infraestrutura, o que gera atritos que são dissipados em maior taxa de inflação.
 
De 1995 a 2012, a nossa taxa média de inflação foi da ordem de 7,4%, e o crescimento do PIB per capita, da ordem de 1,8%, resultados que estão longe de ser satisfatórios. É preciso reconhecer que fomos, a pouco e pouco, melhorando a inserção social e aumentando a igualdade de oportunidades, que são fatores civilizatórios, mas isso poderia ter sido ainda melhor com um crescimento do PIB per capita mais robusto e com uma inflação menor. É preciso dar maior atenção a esse problema, porque a paciência dos agentes econômicos com uma inflação tão alta e tão persistente, num período tão longo, está se esgotando.
 
A dramática experiência escondida em nosso subconsciente acabará acordando o remédio fácil e enganador de aumentar a indexação das rendas dos agentes.

13 comentários

A inflação no governo Lula e Dilma não pode ser comparado com a inflação do governo FHC, por três motivos:
1. O IBGE mudou no governo do PT a base de cálculo da Inflação;
2. Mesmo com a mudança da base de cálculo, o governo mascara o índice real da inflação, o valor é muito maior do que é divulgado.
3. Existe um fato novo desta vez em relação ao governo de FHC, o BC perdeu totalmente a credibilidade, fato percebido tardiamente agora (antes havia Henrique Meirelles, que conseguia dar credibilidade, apesar da trambicagem do IBGE), mas agora o mercado acordou e já percebeu a malandragem, logo, a novidade está nas espectativas futuras, o mercado aposta no descontrole da inflação, o que nunca aconteceu na época de FHC, mesmo com mais de 9% de inflação num certo momento.
PS: Um detalhe importante da fala de Delfin Neto, pela primeira vez um importante analista economico sita o temor da volta da indexação monetária, fato que jamais tinha acontecido nos anais economicos nos últimos 12 anos, isto é bastante relevante, sinal de que a coisa está FEIA, muito FEIA.
E Phoda-se !


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ué, nao entendi...

acho que li uma entrevista desse senhor ha pouco tempo onde classificava como "gênios" quem adotava a alta dos juros como medida para conter a inflação...

que essa medida iria jogar a manicure, que agora, depois de todo esse "pogreço" promovido pelos petralhas, eh atendente de call-center, novamente para o salão de beleza, ou coisa parecida com isso, sei la...

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Putz, Delfin Neto sitou o medo da volta da indexação, sinal de que o Banco Central perdeu a credibilidade, coisa que nunca aconteceu na época de FHC.
Dilma se for um pouco esperta, precisa trocar a equipe economica urgentemente, botar o ministro "Margarina" e o presidente do BC "Tombinho" no olho da rua já !
Caso contrário, a coisa vai piorar e quem vai pro olho da rua será ela em 2014.
Dos males, o menos pior.


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"aumento dos salários reais acima da produtividade do trabalho, como temos tido há anos.", ora não foi isso que fez o Lulalau, para conseguir votos do funcionalismo público? Lembro de um conhecido da PRF, que ao ter um excelente aumento na época, agradecido se expressou da seguinte forma: o papai Lula é o maior! Assim caminha o Brasil Coronel! Salve a nossa consciência política.

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Coronel,
este é o Delfim que serviu a "ditadura" como dizem os canalhas. O Delfim não é xingado e os outros, que não fazem parte da base alugada, são. Com o apoio, da imprensa de joelhos, a canalha deita e rola.

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Coronel,

Dilma escutando o "porco gordo"!!

Ferrou de vez!!!!

Este "porco gordo" achava que o Plano Real, sem as reformas de base, resolveria TODOS os problema do Brasil???

Como sempre, o "porco gordo" com a "soluçãozinha" mais fácil e milagrosa!!!

JulioK

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Dilma chama o PETRO MALAN!!!! para orientá-la.

Este Delfim, é fim de linha! Considerado santo milagreiro na época, fajutou todos os índices para aparecer bem na fita. Sai prá lá!


Chris/SP


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FHC sabia que o plano Real precisava de reformas constitucionais pra acabar definitivamente com a inflação, daí a sua insistência com as privatizações, responsabilidade fiscal etc, mas infelizmente não deu tempo pra fazer tudo em 8 anos como ele gostaria.
O PT e a Dilma acharam que tudo estava resolvido, bastava surfar na onda e ficar falando mal de FHC.
Bobinhos, o DRAGÃO DA INFLAÇÃO NUNCA TINHA SIDO DOMADO, mas apenas amaciado, os tucanos sabem disso, mas a presidANTA, apesar de ser uma economista, só descobriu agora.


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Coronel louco para que as suas aplicações rendam um pouco mais

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Delfim não conseguiu domar a inflação quando era ministro. Não conseguiu fazer o "bolo" crescer para ser distribuído porque usou fermento velho. Agora quer dá pitaco no combate à inflação desmerecendo o plano real. É dor de cotovelo.

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Os juros nominais podem aumentar até 50% ao ano que não vai provocar problema algum. Por quê?

Simplesmente porque os juros nominais tendem acompanhar os juros reis. É isso.

Outra coisa, esse pessoal fica falando em "aumento de produtividade". Ora, caramba, produtividade (nem todo mundo sabe) é um delta, um plus, uma derivada atuante sobre a PRODUÇÃO. Esse delta tende, obviamente, a um certo limite, decrescente, é claro, a menos que um fator inovador mexa com todo um sistema qualquer.

O que esta país, em caminho da desgraça, precisa é aumento de PRODUÇÃO. Tá claro ou não?

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Coronel,
Não dá pra confiar no IBGE, ta td aparelhado...essa inflação que consta aí lula e dilmá, tá maquiada...as coisas aumentaram muitoooooo...eu, como a maioria tá vendendo o almoço pra comer no jantar...tá igualzinho a Argentina com a diferença que aqui o povo é muito mais ignorante e alienado e só se preocupa com preconceito, racismo e homofobia

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JURO ALTO OU BAIXO É MELHOR PARA COMBATER A INFLAÇÃO?



Ouço falar que deve aumentar o juro para combater a inflação. Essa ferramenta muitas vezes utilizada pelo governo para controlar os preços e não aumentar a inflação do País, no meu ponto de vista, é incorreto, incoerente e absurda, pois, no primeiro momento, segura os preços e não deixa a inflação aumentar, mas, em momento seguinte a pressão do mercado aniquila a força da ferramenta por diminuição na produção e os preços voltam a aumentar, consequentemente a inflação aparece.

A melhor forma de combater a inflação é com a diminuição do juro. Reduzindo o juro, aumentando o depósito compulsório dos bancos e se necessário aumentar o IOF nos empréstimos para o consumidor, principalmente nas viagens internacionais, combaterá a inflação com mais eficiência, beneficiará a população mais necessitada e incentivará a produção, pois, quem tem dinheiro irá investir na agricultura, na indústria e comércio, e não na especulação financeira e viajar para o exterior comprar mercadorias que pode ser adquirida no mercado interno.

Observa o seguinte:

1 – Quem são os beneficiados com o aumento do juro? É evidente que são os banqueiros, os politiqueiros, os especuladores do mercado financeiro, os agiotas, etc. Por quê? Como o aumento dos juros os bancos ganham mais dinheiro, para manter esses privilégios, como ganham mais fácil, doam mais aos politiqueiros para fazerem melhores campanhas nas eleições e comprar os votos dos inconscientes, com isso mantém os seus alicerces do poder e transferem facilmente riquezas da massa populacional para a minoria dominante, portanto, governo consciente, que faz política, não decide por aumento de juro aniquilando a produção, a indústria e o povo mais carente.

2 – Quem são os beneficiados com a redução do juro? Tenho certeza que são os que investem na produção, na indústria, e principalmente o povo em geral, pois, mesmo aqueles que são privilegiados por terem mais, serão menos atingidos por pessoas que se tornam marginais em conseqüência da politicagem do juro alto. Com a baixa do juro, certamente aumentará a produção e ocorrerá a redução dos preços, com isso o mercado será abastecido e a inflação diminui e o povo será beneficiado.

Sonho com uma sociedade de pessoas felizes, com qualidade de vida. Meu lema de vida é: Paz, Alegria e Serenidade. Praticante da filosofia de não violência, creio que somente pela paz e revolução de idéias se alcança a evolução. Também acredito que quando as pessoas estão bem e felizes, elas estão na sua expressão máxima de inteligência, mas a afetividade e criatividade se realizam muito mais quando está necessitada de atingir um objetivo. Já a serenidade traz paz interna. Para atingir esses três estágios, só convivendo numa sociedade sustentável, solidária, que pratica a compaixão, que cuida da natureza e onde competição deve acontecer apenas para proporcionar um processo de crescimento sistêmico, onde todos ganham. Desprezo o exibicionismo material, a ganância, o desperdício e a opulência, pois, trazem desarmonia. Aposto que é possível viver numa sociedade mais simples materialmente, com tecnologia a serviço do bem estar, desenvolvimento humano, em profunda harmonia com a natureza e sem violência.

Melhore a idéia e divulguem



Sebastião dos Santos Cerqueira e outros
sscerqueira@yahoo.com.br

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