As dez empresas que mais doaram nas eleições dos últimos dez anos
desembolsaram mais de R$ 1 bilhão para financiar as campanhas de
candidatos no país inteiro. Nesse grupo há cinco construtoras, três bancos, um frigorífico e uma metalúrgica.
O montante repassado por elas a políticos entre 2002 e 2012 é suficiente
para bancar quinze campanhas semelhantes à que levou Fernando Haddad
(PT) à Prefeitura de São Paulo, a mais cara de 2012. Equivale também ao
custo da reforma que prepara o estádio do Maracanã para a Copa do Mundo
de 2014. As quatro primeiras posições são de empreiteiras: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão.
Todas elas mantêm contratos vultosos com o poder público -em São Paulo,
por exemplo, as quatro participaram do consórcio que executou parte da
linha 4-amarela do metrô e a OAS venceu a disputa por dois lotes do
trecho norte do Rodoanel. Só em 2012 o governo federal pagou R$ 213 milhões diretamente à Camargo
Corrêa, a maior parte por contratos com o Ministério dos Transportes. A
Queiroz Galvão recebeu outros R$ 420 milhões da União, segundo o Portal
da Transparência.
Os números são de levantamento feito pela Folha nas prestações de
contas de partidos, de comitês e dos cerca de 1,5 milhão de candidatos
que concorreram a um cargo eletivo de 2002 a 2012. Os valores foram
corrigidos pelo índice de inflação. Os dados são disponibilizados pelo
TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A quinta empresa na lista é a JBS. Entre seus acionistas está o BNDES,
banco público de fomento que detém cerca de um terço da empresa. Os outros líderes no levantamento são os bancos Alvorada (Bradesco), Itaú e BMG, a empreiteira UTC e a produtora de aço Gerdau.
CONCENTRAÇÃO
A concentração das doações é ainda maior se forem considerados os grupos
a que essas empresas pertencem, já que parte dos conglomerados divide
as doações entre subsidiárias. É o caso do Bradesco, que, além das
doações do Banco Alvorada, investiu por meio do Bankpar (R$ 18,3
milhões) e da Tempo Serviços (R$ 20 milhões).
Há também grupos que dividem as doações de maneira equilibrada: a Vale
doou R$ 107 milhões via quatro empresas, e a Odebrecht, R$ 68 milhões
por sua construtora e pela Braskem. O volume de doações registradas cresce a partir de 2010. Isso porque,
até 2008, apenas candidatos e comitês declaravam suas contas eleitorais.
As doações aos partidos eram informadas, sem discriminação, junto à
contabilidade geral da sigla no final do ano.
A Folha ouviu as empresas sobre diretrizes do financiamento eleitoral. O Itaú informou ter uma política específica que determina que as doações
sejam feitas por um único CNPJ e diretamente a candidatos. Os repasses
são definidos por um comitê, que analisa seus históricos e plataformas.
A Gerdau diz que doa para "fortalecer a cidadania e impulsionar a
evolução social e econômica". A Odebrecht, que faz doações "em prol da
democracia e do desenvolvimento econômico e social". A Vale afirmou que busca se manter "imparcial" e não faz doações, mas
que empresas do grupo não estão impedidas. O Bradesco e a Queiroz Galvão
não se pronunciaram. As outras empresas dizem apenas que as doações são
feitas de acordo com a legislação eleitoral.(Folha de São Paulo)
2 comentários
Coronel,
ReplyComo são bonzinhos!!
O Guerdau, usuário intensivo de energia elétrica, vai recuperar rapidinho os valores doados via "conta de energia".
Brasil maravilha!!!!
JulioK
Financiadores da ditadura petista.
ReplyVão levar uma naba gigante. O Brasil já entrou pro buraco com o PT.