A bancada ruralista na Câmara dos Deputados aposta na provável
substituição do PT pelo PMDB no comando da Casa para fazer avançar sua
agenda de 2013. Embora avaliem que a gestão do petista Marco Maia (RS)
tenha rendido bons frutos, como a aprovação do Código Florestal, a
expectativa é de que com o pemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) os
ganhos sejam maiores.
O próprio Alves já fez essa sinalização em um almoço em dezembro com
a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que agrega 237
parlamentares e 15 senadores. Ali, prometeu atender a todas
reivindicações, entre as quais se destacam a constituição de uma
comissão especial para analisar a proposta de emenda constitucional
(PEC) 215, que dá ao Congresso a prerrogativa na demarcação das terras
indígenas; a elaboração de um projeto de lei que defina trabalho escravo
e a flexibilização da legislação trabalhista rural.
"Ele [Alves] achou as reivindicações muito justas. O PMDB
historicamente é um aliado das causas do agronegócio. Achamos que vamos
ter um diálogo muito melhor com ele. O PT mistura muito a questão
ideológica, acham que fazemos lobby, mas na verdade reagimos às leis e
decretos do governo que interferem na atividade rural", disse o
deputado Homero Pereira (PSD-MT), presidente da FPA.
Ele acrescenta ainda dois outros pontos que fizeram parte de uma
espécie de carta-compromisso entregue pelos ruralistas a Alves. O que
lhe garantiu, segundo Pereira, o voto da "ampla maioria" dos
ruralistas. Um é a aprovação de um projeto de lei complementar que
diminui a incidência de tributos sobre as cooperativas. O outro, a
aprovação do Orçamento impositivo.
O mais polêmico deles, porém, com a promessa de ser "o novo Código
Florestal", em razão do tensionamento político, é a PEC das terras
indígenas. Ela transfere do Executivo para o Legislativo a competência
exclusiva para aprovar a demarcação das terras indígenas e ratificar as
demarcações já homologadas. Também estende essa prerrogativa na
demarcação de áreas de conservação ambiental e terras quilombolas.
Uma prévia desse embate foi vista em 2012, quando a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a aprovou, após meses de
tentativas e entraves articulados pelo PT. O próximo passo é a
instauração de uma comissão especial, pois se trata de uma PEC. Uma vez
aprovada nessa instância, segue direto ao plenário. "Esse debate vai
ser o mais acalorado, é bem parecido com o Código Florestal", afirma o
ex-presidente da FPA, Moreira Mendes (PSD-RR), que comandou os
ruralistas durante a gestão Marco Maia. Ele elogia o petista, mas acha
que com Alves o avanço dos ruralistas será bem maior.
"Ele [Maia] foi muito correto com a gente, cumpriu alguns
compromissos. Mas tem um defeito de origem, que se chama PT. O PT
complica demais as coisas no Congresso e no país, monitora tudo,
principalmente seus líderes no Congresso. Se eles são contra algo, fica
muito complicado de ser aprovado", afirma, fazendo a comparação com o
provável sucessor: "O PMDB é mais prático".
Único petista a atuar no comando da FPA - é vice-presidente regional
do Nordeste -, o deputado Geraldo Simões (BA), ex-secretário de
Agricultura do governador Jaques Wagner, confirma haver preconceito do
PT em relação aos ruralistas. "Isso decorre da nossa formação e ligação
com a reforma agrária, agricultura familiar e sindicatos de
trabalhadores rurais", afirma.
Mas defende que isso seja mudado. "É um preconceito que precisa ser
removido. Estabelecemos relações com banqueiros, multinacionais,
construtoras, qual o problema não estabelecer relação com esse setor,
que é responsável por um terço do PIB. O PT deve fazer a revisão em
relação a agricultura como um todo." Também se coloca como favorável ao debate sobre a PEC das terras
indígenas. "A Funai não pode ter esse poder absoluto, de desapropriar
com base em um laudo complexo de uma antropóloga. Se o Congresso pode
afastar presidente da República, por que não pode determinar o que é ou
não é terra indígena?", conclui. (Valor Econômico)
2 comentários
OFF TOPIC - IMPORTANTE !!!
ReplyLISTA DE GASTOS SECRETOS DA PRESIDÊNCIA VAI DE DIÁRIA DE HOTEL A MATERIAL DE PESCA
MATERIAL APURADO PELO ESTADÃO!!!
Os gastos da Presidência da República com cartões corporativos classificados como sigilosos por se tratarem de “informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado” incluem compra de produtos de limpeza, sementes, material de caça e pesca e até de comida de animais domésticos. As despesas secretas do Executivo federal somaram R$ 44,5 milhões entre 2003 e 2010. O gasto preponderante no período – R$ 31,6 milhões – refere-se a despesas com hotéis e locação de carros.
(...)
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lista-de-gastos-secretos-da-presidencia-vai-de-diaria-de-hotel-a-material-de-pesca/
Até hoje me pergunto, em que o sigilo dos cartões corporativos tratam de “informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado” ????
É para enganar o CONTRIBUINTE que paga por materiais inúteis e superfluos. Inclusive a lista de materiais utilizados pelo MOLUSCO, de 2003 a 2010, também publicada pelo Estadão. É UMA VERGONHA!!!!
Chris/SP
Banânia passou a ser terra de ninguém ou melhor de quem TEM $$$$$$$$$$$$$$$$.
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