Sem adiantar o que irá fazer, o presidente do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa, afirmou ontem que o pedido de prisão imediata dos
condenados no julgamento do mensalão será decidido hoje. Em entrevista com mais de uma hora de duração, ele emitiu sinais
ambíguos ao discutir o pedido, apresentado na noite de anteontem pelo
procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Barbosa reconheceu que no passado o STF decidiu que ninguém pode ser
preso antes de esgotadas as possibilidades de recurso contra condenação.
Mas disse que o caso do mensalão é diferente. Os processos em que o STF examinou a questão antes tramitaram em
instâncias inferiores da Justiça antes de chegar ao Supremo. O processo
do mensalão começou e foi julgado pelo próprio STF. "Temos uma situação nova, à luz de não haver precedentes que se encaixem
precisamente nesta situação posta pelo procurador-geral", disse
Barbosa. "Vou examinar esse quadro."
O STF não determinou a prisão imediata dos condenados ao examinar ações
que condenaram os deputados federais Natan Donadon (PMDB-RO) e Asdrubal
Bentes (PMDB-PA). Nos dois casos, os crimes ocorreram antes dos mandatos, e as investigações começaram na primeira instância. Como todas as decisões no caso do mensalão foram tomadas pelos ministros
do STF e só eles podem examinar eventuais recursos, as chances de
sucesso nessa etapa serão bem menores, em tese.
Para os advogados dos condenados do mensalão, as prisões só deveriam
ocorrer depois que todos os recursos forem julgados. O STF só começará a
examinar esses recursos no ano que vem. Em entrevistas, Gurgel justificou o pedido de prisão imediata dizendo
que sua intenção é antecipar o cumprimento definitivo das penas, por
entender que os recursos não alterariam o julgamento. Barbosa praticamente descartou a possibilidade de decretar a prisão por
motivos "cautelares": "Com o recolhimento dos passaportes [dos
condenados], esse risco diminuiu sensivelmente".
Ao ser questionado sobre declarações do presidente da Câmara, Marco Maia
(PT-RS), sobre os deputados condenados, Barbosa deixou no ar a
possibilidade de deixar as prisões para mais tarde. "O deputado Marco Maia não será a autoridade do Poder Legislativo que
terá a incumbência de dar cumprimento à decisão do Supremo", afirmou. O
mandato de Maia como presidente da Câmara termina em fevereiro.
Ao tratar do novo depoimento do empresário Marcos Valério de Souza, que
diz ter provas do envolvimento do ex-presidente Lula no esquema, Barbosa
reiterou que o caso deve ser investigado. "O Ministério Público é regido pelo princípio da obrigatoriedade. Ele
tem o dever de fazê-lo. Não pode fazer um sopesamento político das suas
ações. Cumpre-lhe agir. Questionado sobre as críticas dos advogados dos condenados, que
caracterizam o julgamento do mensalão como "de exceção", disse: "Eu não
discuto com réus meus".Barbosa falou de seus planos para 2013. Disse que priorizará o
julgamento de recursos com repercussão geral e defendeu os mutirões
carcerários para garantir "condições mínimas" aos presos.
Além disso, defendeu o fim da promoção por merecimento: "A politicagem
que juízes de primeiro grau são forçados a exercer para conseguir uma
promoção é uma coisa excruciante. Juiz tem que ser livre e
independente". Para ele, esse sistema privilegia "os mais espertos e os que fazem mais política".(Folha de São Paulo)
9 comentários
Convém não esquecer que o Ministro, ao não ter decretado sequer uma preventivazinha logo no início, como o judiciário alinhado costumava fazer contra os adversários (principalmente os "midiáticos), foi muito bonzinho e para toda a quadrilha que, coincidentemente é petista de nascença.
ReplyVamos aguardar para ver essa bomba no colo do presidente do Supremo o que vai dar...
Coronel,
ReplyO Joaquim para burro não serve!!
Ele deixou tudo "no ar" para poder dormir e nenhum mensaleiro fazer besteira.
Hoje tudo pode acontecer, mas acho que ele manda a "galera" em cana!!
O Brasil necessita desta "lição moral" para começar 2013 com pé-direito!!!
Assim como a Prin. Isabel assinou a "libertação dos escravos", caberá a um descendente dos mesmos mudar o Brasil!! Isto é bonito!!!
JulioK
Sr Coronel:
ReplyAcredito que o Min Joaquim,vai usar seu bom senso e não decretar a prisão
dos condenados.
Somente depois de todos recursos e da sentençaa tramitar em julgado, possa isso ocorrer.
Isso é a lei aplicada.
Não é questão de gosto é questão da lei.
Para mim,já deveriam estar presos,mas as leis estão aí para serem cumpridas
Saudações
"Assim como a Prin. Isabel assinou a "libertação dos escravos", caberá a um descendente dos mesmos mudar o Brasil!! Isto é bonito!!!"
ReplyMuito bem colocado!
Abs
Volto a insistir é uma posição bem desconfortável. O plenário já se manifestou ser contrário a prisão imediata. Dai ele por decisão monocrática decide mandar prender os réus. Vem o Vice presidente o reconhecido petista Lewandovsky e os manda soltar. Dai eu pergunto: como será o relacionamento do atual presidente do STF, reconhecidamente um gênio forte com seus pares nos póximos dois anos. Certamente será um caos no STF, com sérios prejuizos constitucionais ao Brasil.
ReplyQuanto mais JB faz suspense, mais a petezada fica louca.... Dá-lhe, Barbosão! Já esperamos muito por este julgamento, PRISÃO JÁ!!! JD & cia vão passar o Natal com o peru, literalmente e o Ano Novo de branco (e listrado)..... Go, go, go!!!
ReplyOs corruPTos não devem ir para a cadeia agora. O Ministro JB deve pedir primeiro a prisão domiciliar, para não dar oportunidade a malandro se fazer de "mártir"! E depois, que os embargos forem julgados, a PF leva todos diretinho para o xilindró! Sem reclamação, sem "marquetchim" ou promoção do evento. Apenas com três palavras: "cumpra-se" e "está preso"!
ReplyExmo Presidente Joaquim Barbosa, a nação brasileira merece esse presente de Natal.
ReplyPrenda, prenda, prenda!
ReplyO Ministro Joaquim Barbosa não caiu no conto do vigário que os petralhas esperavam, cada 11 em 10 patralhas esperavam que o Ministro engaiola-se os condenados.
Ai em fevereiro quando Enrrolandowiski estivesse de plantão ele libertaria e os cretinos sairiam na gloria.
CHUPA ESSA PETRALHAS, O MINISTRO JOAQUIM É NAIS ESPERTO QUE VOCÊS.