Com o argumento de que estão prestes a descumprir a Lei de
Responsabilidade Fiscal, prefeitos em final de mandato pressionam o
governo Dilma Rousseff por socorro financeiro. A área federal já indicou que estuda alguma compensação aos municípios
mais pobres, prejudicados pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), cuja arrecadação é repartida entre os entes da
federação.
Segundo pesquisa da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), cerca de
2.000 prefeituras -43,6% dos entrevistados- preveem que fecharão o ano
com contas pendentes, sem verba em caixa. A entidade informa que a pesquisa foi feita com 4.771 dos 5.564
prefeitos do país em setembro. Os nomes e as regiões não são revelados. Um dos artigos mais controversos da legislação fiscal proíbe os
governantes de deixar despesas a pagar para os sucessores -inclusive em
caso de reeleição- sem que os recursos correspondentes estejam
disponíveis.
A pena pode chegar a quatro anos de prisão e incluir multa de 30% do
salário. Mesmo com a possibilidade de recursos a instâncias superiores,
os condenados se tornam fichas-sujas e, portanto, inelegíveis. Como há divergências na interpretação da regra, a taxa de punições é
baixa, mas trata-se de um risco. Um dos casos notórios de absolvição foi
o da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT), por três votos a um
no Tribunal de Contas do Município. A insuficiência de caixa ao final do mandato pode suscitar
questionamentos dos tribunais de contas ou do Ministério Público. Com
isso, os governantes podem ter as contas anuais rejeitadas e serem alvos
de processos na Justiça.
"Eu estimo hoje que, ao final do mandato, se for aplicada parte da
legislação, mais de 3.000 prefeitos vão ser ficha-suja nos próximos três
anos", diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. A estagnação da economia e as desonerações tributárias promovidas para
estimular a indústria reduziram a expectativa de repasses do Fundo de
Participação dos Municípios, pelo qual a União reparte receitas do IR e
do IPI.
De R$ 73,8 bilhões no início do ano, a previsão para o FPM de 2012 caiu
para R$ 69,7 bilhões em setembro, e deve cair mais nos próximos dias. Outra queixa é o não pagamento de convênios entre União e municípios
firmados ainda no governo Lula. "A conta ficou toda nas costas do
prefeito", diz o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, João Coser
(PT-ES). Os prefeitos ainda reclamam da inclusão de novos gastos como a Lei do
Magistério e o aumento do salário mínimo. Na próxima terça, mais de mil
prefeitos prometem estar em Brasília para pressionar o governo.
A lista foi entregue à ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais)
em outubro. Entre os pedidos, está o aumento no repasse do FPM e uma
ajuda permanente para os municípios no último ano de mandato dos
prefeitos. Em audiência no Congresso no último dia 30, a ministra Miriam Belchior
(Planejamento) disse que "há um entendimento claro do governo em relação
ao momento delicado por que alguns municípios estão passando" -e que os
pleitos estão em análise. Uma medida que agradaria à maioria dos prefeitos seria a sanção
presidencial do projeto recém-aprovado que muda a distribuição das
receitas da exploração do petróleo, favorecendo Estados e municípios não
produtores.(Folha de São Paulo)
6 comentários
Coronel,
ReplyNo RS, o glorioso Tarso Genro esta a 60 dias sem fazer repasse para as prefeituras.
Será um natal sombrio!!!
JulioK
O velhaco 9dedos, o deus çol, pé de barro boca de latrina vivia dizendo as quatro cantos que elle era descobridor de BANÂNIA e que através dele o país saía do ostracismo para o primeiro mundo sem precisar de educação, bastava fazer o que ele fazia mentir e mentir.
ReplyMas agora a governANTA, aquela que todos chamavam de poste e que provou que não estávamos errados, não tem um plano B para sair do buraco em que foi e se deixou cair.
Obs. Quero crer que faltava até mesmo um plano A.
esta diferenca nao quebra nenhuma prefeitura.Isto cheira bandidagem. Esta diferenca da risiveis 21,00 reais por habitante. Ou seja,se seguir a regra percapita,um municipio pequeno de 50.000 habitantes, vai perder 100.000,00 reais anualizados. Isto nao quebra ninguem,eles roubam muito mais. E o ensaio de mais um assalto.
ReplyO que quebra prefeitura não é meritocracia e sim, safadeza, desvio de verba, taxa de sucesso, entre outras falcatruas perpetradas no paço (prefeitura).
ReplyPara os prefeitos, o negócio não é reduzir impostos, mas sim aumentá-los para aumentar a arrecadação
ReplyO problema do presidANTA é que ela fez cortesia com o chapéu alheio. Reduzindo o IPI, a presidANTA fica como bônus de ter reduzido imposto e os prefeitos e governadores com o ônus visto que vêem suas receitas reduzidas. Porque será que ela não reduziu o PIS, o FINSOCIAL e o Imposto renda. Certamente porque ela ficaria com o ônus. Estes petralhas são safados.
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