Todos contra a metodologia e a má fé das pesquisas eleitorais.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou anteontem que o Congresso Nacional deve discutir a metodologia usada em pesquisas eleitorais para evitar que elas se transformem em "instrumentos de campanha". A declaração da ministra foi feita em Cascavel (498 km de Curitiba), antes de ela participar de um evento de apoio ao candidato do PT na cidade, José Lemos. As pesquisas, segundo ela, retratam um momento e apontam uma tendência, mas não podem ser definidoras de votos: "Nós temos que estudar uma metodologia para que elas não sejam instrumentos de campanha".

Gleisi, que é senadora licenciada, acrescentou que o "Congresso Nacional vai ter de discutir essa situação".Há uma semana, também em Cascavel, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT-PR), marido de Gleisi, havia criticado o Ibope por causa de pesquisas realizadas no primeiro turno em Foz do Iguaçu e em Curitiba, onde o instituto fez "um papelão", segundo ele. Em Foz, dois dias antes da votação, o Ibope divulgou pesquisa que apontava o candidato Chico Brasileiro (PC do B) com 52% das intenções de voto, contra 45% de Reni Pereira (PSB). Como a margem de erro era de quatro percentuais para mais ou menos, eles poderiam estar empatados. Pereira, no entanto, acabou eleito com 54% dos votos válidos, contra 45% de Brasileiro, que tinha o apoio dos ministros.

Em Curitiba, a pesquisa de boca de urna do Ibope, com margem de erro de dois pontos percentuais, apontou que Ratinho Junior (PSC), com 34% das intenções de voto, e Luciano Ducci (PSB), com 29%, iriam ao segundo turno. No entanto, quem chegou em segundo lugar, com 27% dos votos e uma diferença de 0,45 ponto sobre Ducci, foi o candidato apoiado pelo PT, Gustavo Fruet (PDT), que aparecia na pesquisa com 24%.

No dia seguinte à votação, o Ibope divulgou comunicados sobre os resultados em que dizia que a disputa em Curitiba fora acirrada entre os três candidatos na capital do Estado e que não foi possível "captar a velocidade de recuperação" de Fruet. Sobre os resultados de Foz, o Ibope informou que durante a campanha eleitoral apontou a tendência de aproximação entre os dois candidatos e que a pesquisa divulgada no dia 6 de outubro estava no limite da margem de erro. Segundo o instituto, 10% da população não apontou candidato algum na pergunta espontânea. "Esses eleitores, que decidem seu voto cada vez mais tarde, fazem a diferença no resultado final." (Folha de São Paulo)

6 comentários

a resposta eh simples: no more pesquisas!

nao eh necessário a divulgação de pesquisas, pois funcional claramente como instrumento de influencia...

no máximo duas...

uma no começo do processo eleitoral e outra ali pelo miolo...

e bem acompanhadas e, se possível, auferidas e fiscalizadas...

eh preciso acabar com essa maquina de manipulação e de influencia...

Reply

A margem de erro informada nas pesquisas é um dado técnico, que não pode ser interpretado como está sendo feito (o candidato tem no mínimo tanto e no máximo tanto). A margem de erro refere-se a própria metodologia da pesquisa. Então ela deve ser lida como: "Se" a metodologia da pesquisa estiver "perfeita" a margem de erro é tanto. Acho que a lei deveria obrigar que os resultados das pesquisas fosse divulgado exatamente como eles significam. Fiz a pesquisa desse jeito, e o resultado obtido foi .... E só.

Reply

Cel

Sou igual São Thomé só acredito após a contagem.

Não confio nos Institutos de Pesquisas, desde 1982 quando do Caso Proconsult, tentativa de fraude nas eleições para impossibilitar a vitória de Leonel de Moura Brizola, candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), ao governo do Rio de Janeiro.

Átila

Reply

EW em São Paulo, incrivelemente todos os votos de Chalita, Russomano e outros passaram para o Haddad!!! Nao tem que revisar nada no Congresso, tem que chamar a policia.

Reply

Sem falar em Teresina, onde o candidato Firmino Filho, que sempre esteve à frente nas pesquisas, na última pesquisa do IBOPE, divulgada às vésperas da eleição, de repente foi superado pelo Prefeito candidato à reeleição, ficando este 7% à frente. Contados os votos, deu Firmino Filho à frente, com 7% de maioria. É ou não é fraude uma pesquisa dessas?

Reply

Vem ai o controle social-socialista das pesquisas de opinião das eleições! Bem, ai todo mundo já vai saber o resultado das pesquisas antes de serem feitas né!
No caso de São Paulo as pesquisas sofrem do excesso de estado.
Não sei o que é o melhor a fazer para acabar com tanta pesquisa "comprada"!
Mas sei que o excesso de regulamentação só vai fazer a coisa piorar.
O IBOPE aqui em Sampa não acertou nem a boca de urna e ainda disse que a culpa é do eleitor indeciso! Será que o cara votou num candidato e quando foi entrevistado na pesquisa de boca de urna ele mudou de ideia e disse que votou em outro?
Tão chamando todo mundo de idiota né!!!!
Gino/SP

Reply