A sessão de hoje do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal
Federal) poderá pôr um ponto final numa das principais controvérsias do
escândalo, definindo se o objetivo do esquema era mesmo a compra de
apoio político no Congresso ou não. Os políticos que receberam dinheiro do esquema organizado pelo PT e pelo
empresário Marcos Valério Fernandes de Souza dizem que o objetivo do
mensalão era financiar campanhas eleitorais, e não corromper
parlamentares.
Na quinta-feira passada, o julgamento foi interrompido depois que o STF
alcançou maioria de votos suficiente para condenar o ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB), que revelou a existência do esquema à Folha há sete anos, e outros líderes partidários por corrupção passiva. Seis dos dez ministros do STF já apresentaram seus votos. Na sessão de
hoje, deverão votar os ministros Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello,
Celso de Mello e Carlos Ayres Britto, que preside o tribunal.
Ao julgar os beneficiários do mensalão, os ministros que já votaram
disseram que o destino do dinheiro não importa para caracterizar o crime
de corrupção passiva. Basta demonstrar que os políticos receberam o
dinheiro, ou seja, uma vantagem indevida, disseram os ministros. Apesar disso, a discussão sobre o objetivo do esquema tem relevância
histórica e política. Se a maioria dos ministros caracterizarem o
mensalão como um esquema de compra de apoio no Congresso, a mais alta
corte do país terá derrubado a principal tese defendida pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos réus do processo desde o
início do escândalo.
Se o julgamento dos políticos que receberam dinheiro do esquema for
concluído hoje, o Supremo começará a julgar na quarta-feira o
ex-ministro José Dirceu e os dois ex-dirigentes do PT acusados de
organizar o mensalão, José Genoino e Delúbio Soares. A condenação de Dirceu e dos outros dois petistas pelo ministro Joaquim
Barbosa, relator do processo, é considerada certa, mas dificilmente
haverá tempo nesta semana para todos os demais ministros lerem os seus
votos. O mais provável é que essa etapa do julgamento seja concluída na semana
que vem, depois do primeiro turno das eleições de domingo.
Na última sessão do julgamento no Supremo, Joaquim Barbosa e os
ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes deixaram claro que, na sua opinião, a
compra de votos era o objetivo do mensalão. Ayres Britto ainda não
votou, mas em dois apartes expressou concordância com a tese. As ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia condenaram os líderes políticos
acusados de corrupção passiva, mas preferiram não entrar no mérito da
discussão sobre a compra de apoio parlamentar.
O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo, caracterizou o
esquema como um sistema de pagamento de dívidas eleitorais por meio de
caixa dois, dando razão aos réus do mensalão. A tendência é que Toffoli também expresse concordância com a tese da
defesa hoje. Marco Aurélio e Celso de Mello indicaram em outras
oportunidades que concordam com a tese da acusação. Em aparte na sessão da quinta-feira, Celso de Mello disse que o crime de
corrupção passiva está sempre ligado a um ato que se inclui na esfera
"das atribuições funcionais" do agente público. "No âmbito do Parlamento, o ato de ofício do congressista é por
excelência o ato de votar, ainda que de plena orientação de sua
bancada", afirmou o ministro.
Embora ainda não tenha dito com clareza o que pensa do assunto, a
ministra Rosa Weber também indicou apoiar a tese da compra de votos.
Durante a última sessão, ela disse que acompanhava "na íntegra" o voto
de Barbosa, que havia dito não haver "qualquer dúvida quanto à
existência do esquema de compra de votos a essa altura desse
julgamento". No intervalo da sessão, a Folha indagou à ministra se ela também
concordava com a tese da compra de apoio parlamentar. Rosa Weber apenas
repetiu: "Adoto integralmente a tese do relator".(Folha de São Paulo)
5 comentários
- Zé, tá chegando a hora, você deve estar o CUt na mão, né?
Reply- Qual nada, eu estou é com o passaporte na mão, isso sim!
Já tenho um estoque de pipoca e tubaína para acompanhar o julgamento frente à TV.
ReplyDirceu a caminho de Tremembé... se o machão, guerrilheiro platônico e adepto às plásticas, não fugir antes.
E não é que o Zé tinha razão?!
ReplyO clamor polular já começou...
ZÉ, PODE CHORAR...
A TUA HORA, TÁ PRA CHEGAR!!!!
CHORA, ZÉ CAGÃO...
CHEGOU A HORA, VOCÊ VAI PARA PRISÃO!!!
Acho que agora o Zé Caroço foge em definitivo para a Cuba que o pariu!!!
Reply'LulADA, o Amigo Dos Amigos'
Reply- Alô, Zé!
- Fala, Lula!
- Zé, cê si lembra daquele meu papo di qui seria melhor qui a Terra fossi quadrada?!
- Sim, eu me lembro!
- Pois é, Zé... agora eu quiria ti falá sobre o Sol!
- Como assim?
- Sabe Zé, num vai istranhá se daqui uns dias você começá a vê ele nascê quadrado, tá?!