Ministros do Supremo Tribunal Federal consideraram a primeira safra de
defesa dos réus de mensalão incapaz de derrubar a tese do Ministério
Público de que o mensalão existiu e era chefiado pelo ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu. Cinco
ministros ouvidos reservadamente pelo Estado apontaram que o papel de
Dirceu no esquema, mesmo sem prova material, foi caracterizado e que a
versão do caixa 2 não se sustenta. Para que seja condenado, seis
ministros precisam votar contra Dirceu. "O Zé Dirceu fazia navio voar",
afirma um ministro do Supremo. "Se ele (Dirceu) for absolvido, sobe (a
responsabilidade) para o Lula. O domínio era dele, é evidente que
comandava." Para outro ministro, "ou você acredita que o esquema
(mensalão) existiu ou não. Se acredita, é porque tem uma lógica e só tem
lógica se você colocar o cérebro."
Uma parcela do
colegiado, embora veja falhas na acusação, avalia que, se Dirceu for
inocentado, implode-se o esquema descrito pela Procuradoria-Geral. A
absolvição de Dirceu, sustentam, quebraria qualquer lógica do sistema,
deixaria o mensalão "sem cérebro". Apontado pelo procurador-geral como
chefe de quadrilha e autor intelectual do mensalão, Dirceu baseia sua
defesa na falta de provas de que teria montado ou ordenado a compra de
apoio político valendo-se, segundo a acusação, de dinheiro público
lavado por empréstimos bancários. Segundo os ministros, a defesa foi
fraca ao não falar sobre os principais pontos que deverão balizar seu
julgamento.
O mesmo não ocorreu com o advogado Marcelo Leonardo,
considerado por ministros como o autor da melhor sustentação oral de
segunda-feira. "Ele não fugiu de nenhuma acusação", disse um ministro.
Afirmando que não há provas de corrupção ativa de Dirceu, o advogado
José Luís Oliveira Lima tentou desqualificar a acusação do MP, de que
ele seria o autor intelectual do mensalão. "Não há nenhum
depoimento que aponte corrupção ativa." Segundo os ministros, porém, a
defesa deveria ter explorado a tese de que não há um ato de ofício de
autoria de Dirceu, necessário para justificar condenação por corrupção
ativa.
Outra crítica à defesa é que não foi explorada a inimizade entre
ele e o delator do esquema, Roberto Jefferson. Foi ele quem prestou
depoimento e falou sobre a suposta participação do ex-ministro no
esquema. Segundo os ministros, normalmente depoimentos de corréus, como
Jefferson, têm peso relativo, ainda mais quando há inimizade. Em vez
disso, Oliveira Lima afirmou que Jefferson estava acuado.Conforme
um dos ministros, se Dirceu for absolvido, é preciso buscar a cabeça do
esquema. Se não, o mensalão poderá ter surgido por "combustão
espontânea", ironiza um ministro, que considera que o ex-presidente do
PT José Genoino não tinha força para gerir o esquema que, segundo a
Procuradoria, envolveu recursos públicos, negociações com a cúpula de
partidos e partilha de cargos.
Genoino afirmou que a
responsabilidade recaía sobre o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que
também não teria autoridade para conduzir o esquema. Para ele, Dirceu
estava mesmo à frente do mensalão "porque era um projeto de longo
alcance, por muitos anos". Sem esse cérebro, diz um ministro, "a culpa
sobe para o Lula." A dificuldade confessada pelo procurador-geral para
produzir provas contra Dirceu foi relativizada. A lógica do sistema, a
realidade política da época e as provas testemunhais, podem servir de
argumento para a condenação. (Estadão)
10 comentários
Se o segundo na sucessão da autoria do esquema é Lula, vale dizer que Lula também é peça do crime. Portanto, como integrante e segundo mais influente Lula deve ser punido TAMBÉM! Ou estão com brincadeira, fazendo firula para enrolar o processo e todo mundo ir comer pizza juntos, assim que o tatro acabar.
ReplyTrocando em miudos, todos participaram do esquema (mensalão). O cachaceiro-vagabundo era o chefe do esquema, e o operador era o Dirceu.
ReplyEspero que a justiça verdadeira seja feita, não me importa se eles irão para a cadeia, me importa sim, que os direitos politicos dos envolvidos sejam cassados definitivamente; Que a receita federal proceda uma varredura nos bens adquiridos por esses bandidos, e ou seus familiares e laranjas; Que os bens adquiridos irregularmente sejam devolvidos ao patrimonio público.
Não quero cadeia para não precisar dar minha contribuição para alimentar esses vagabundos.
Que os partidos envolvidos nessas falcatruas sejam fechados.
For pt, partido de ladrões.
Além de não ter memória, fato comprovado historicamente, o brasileiro parece não ter cérebro.
ReplyLula e Dirceu sempre foram um o dublê do outro, a se revezarem nas cenas, e no enredo como um todo, montado pelo partido, que se propõe a ser uma espécie de Reich no Brasil. Para isto, se valem de quaisquer métodos; o resto é conversa prá ministro dormir.
É a materialização da letra do comuna-parisiense chico buarque mensionada pelo Procurador Geral ao final de sua peça acusatória:
Reply... "dormia a nossa patria mãe tão distrída" ...
Não é por acaso que a estátua símbolo da justiça no STF tem os olhos vendados.
Agora, vamo combinar, hein? Servicinho bem vagabundo esse:
ReplyMordomias mil, salário bom, poucas horas por dia (nao trabalham mais de 10h, salvo alguma excepcionalidade e os caras dormindo? Vai fazer isso lá na firma pra ver o que acontece! Ah, ministros, vão tomar uma sobpunha, vão!
Esse é o retrato falado e escrito de nossa justiça. De fato e de direita, a nossa justiça está sempre dormindo.
ReplyPrezado Coronel
ReplyVou partir da premissa de que os ministros já possuem, a despeito de terem que ouvir essas longas divagações, jurídicas ou não, uma decisão calcada nas sobejas provas constantes dos autos.Já conhecem detalhadamente as informações e provas técnicas e periciais. Por isso, já possuem o teor dos votos que irão proferir, obviamente condenatórios. Já está tudo no papel e só falta aguardar a hora do voto. Até o fim das defesas vai ser um saco ter que ouvir as baboseiras dos advogados e o sono se torna cruciante.
ACORDA!!!!!!!!!!!!FILHO DA....
ReplyEssa conversa que o mensalão não existiu é conversa prá boi dormir.
Replyzzzzzzzzzzzzzzzz
Isso dá um samba: Babando na toga!
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