Brasil gasta seis vezes mais no Haiti do que com a Força de Segurança Nacional.

O que começou como uma operação emergencial de seis meses, com um custo previsto de R$ 150 milhões, completou no início deste mês oito anos de duração, a um preço de quase R$ 2 bilhões. A operação militar do Brasil no Haiti, iniciada em 1º de junho de 2004 como parte do plano do governo Lula para obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, consumiu até agora mais de seis vezes o que foi gasto pelo governo federal com a Força Nacional brasileira entre 2006 e 2012. Além disso, equivale a cerca de dois anos de gastos do principal programa de segurança pública da União, o Pronasci.O valor de R$ 1,97 bilhão, já descontada a inflação do período, foi obtido pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação junto ao Ministério da Defesa.

A conta total é ainda maior, pois o ministério alegou não dispor de informações sobre auxílios, indenizações e outros benefícios previstos numa lei, criada após a entrada do Brasil no Haiti, que trata da remuneração de militares que atuam em missões internacionais de paz. Mais de 16 mil militares brasileiros estiveram no país desde 2004. Segundo o levantamento, uma boa parte do dinheiro gasto pelo Brasil no Haiti foi dirigida à modernização de equipamentos. O Brasil adquiriu veículos (R$ 162,3 milhões), explosivos e munições (R$ 24,3 milhões), armamentos (R$ 22 milhões) e embarcações e equipamentos para navios (R$ 18,1 milhões).

Uma parte dos gastos do Brasil no Haiti é reembolsada pela ONU, responsável pela missão de paz. Até outubro de 2010, foram R$ R$ 328 milhões, ou apenas 25% do total (o ministério não repassou números atualizados). Em nota, o ministério afirmou à Folha que os gastos estimulam a indústria militar brasileira. "A aquisição de material moderno para equipar os militares brasileiros permite, além da eficiência no emprego da tropa, fomentar a indústria de defesa brasileira e projetar o Brasil internacionalmente."

Um dos generais que lideraram a missão no Haiti disse, sob garantia de não ser identificado, que o Brasil "já devia ter pensado em sair" do país caribenho. O oficial reconhece que o Brasil não vai retirar suas tropas "tão cedo" e por uma razão política: a missão é usada como cartão de visitas do Brasil no exterior, como um exemplo de sucesso. (Da Folha de São Paulo)

5 comentários

O governo federal gasta mais com ajuda externa do que com o combate as drogas.

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O Haiti é aqui!

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Quem não sabia que a intervenção humanitária no Haiti, solenemente rebarbada pelos americanos, tinha somente a porta de entrada, não a de saída? Só a diplomacia megalonanica, interessada em prioritariamente confrontar de igual para igual os EUA. Ou, como diz um compositor famoso pelos furtos inacreditáveis de Jabutis, é o Brasil que fala grosso com os EUA e fino com Evo. Estamos vendo na prática como se faz isso...

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Caramba será que vocês ainda não aprenderam que essa e uma das maneiras que a quadrilha do PT “LULA…DRÃO & ZE DIRCEU” usam para desviar dinheiro do povo otário.
Tudo que e feito no exterior como “investimento, empréstimos, perdão de dividas de países ”pobres” uma grande parte da grana vai para a quadrilha…
ACORDA BRASIL…

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Considerando que nosso desgoverno vai gastar uns 100 bi com os estádios da Copa, mas tem cidade brasil afora sem escola e hospital... 2 bi no Haiti é uma "pichincha"!

Aliás, é por essas e outras, que o Brasil tem nota 3.7 no ranking de corrupção e só perde para Bolívia, Venezuela e Peru quando se trata de burrocracia para abrir uma negócio.

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