O Rio tem uma moral e uma ética diferentes.

Ontem, Camila Pitanga, que é carioca, enteada de Benedita Silva, deputada federal petista, deu-se à liberdade, mesmo ganhando R$ 50 mil para ser mestre de cerimônias da homenagem à Lula, de pedir para Dilma vetar o Código Florestal. Foi aplaudidíssima pela platéia também carioca, que mora numa cidade maravilhosa que é um verdadeiro absurdo ambiental com as suas favelas em morros, a Lagoa Rodrigo de Freitas devastada por prédios onde mora, por exemplo, Fernanda Torres, que também milita contra, que tem a Barra da Tijuca que era um grande mangue onde vive o Luciano Hulk, que também é contra, que é um criminoso ambiental condenado por atentados à natureza em sua mansão em Angra dos Reis. Ufa! O Rio tem uma moral e uma ética diferentes, aí cada um decida como julgá-la. Mas que tem, tem. O carioca é diferente, completamente diferente, isso ele próprio não esconde de ninguém. Por isso, não surpreende que, ontem, várias universidades locais tenham concedido à Lula o título de doutor honoris causa, mesmo que elas estejam desabando, alquebradas, sucateadas, com hospitais universitários fétidos e infectados por falta de investimento público. Os cariocas são diferentes, completamente diferentes. Até ensaiaram uma vaia para Sérgio Cabral, quando ele chegou ao local protegido pela segurança de Lula e Dilma. Em qualquer outro lugar, a população estaria pedindo a cassação do governador pelas cenas lamentáveis proporcionadas com dinheiro público, talvez não no Maranhão. Pois é. Ontem, um dia em que o Rio mostrou todas as suas diferenças, o choro foi considerado patrimônio imaterial da cidade. O chorinho, entendam bem. O Rio tem, realmente, uma moral e uma ética diferentes. Que o diga Camila Pitanga.