O empresário José Batista Júnior, um dos controladores do frigorífico
JBS, disse ontem que o governo foi consultado e deu aval à decisão de
sua família de comprar a construtora Delta para impedir a paralisia de
suas obras. "O governo quer que salve a companhia e dê continuidade às obras. Não
quer que quebre a empresa", disse o empresário, o primogênito da família
Batista. Júnior, como ele é mais conhecido, presidiu a JBS por 25 anos e é
conselheiro da J&F, a holding familiar que controla a JBS e anunciou
nesta semana que assumirá o controle da Delta.
O empresário chamou de "conversa de bêbado, de louco" a versão de que a
holding teria negociado a compra sem consentimento do governo Dilma
Rousseff. "Imagina que o doutor Henrique Meirelles [ex-presidente do Banco Central
e presidente do Conselho de Administração da holding] vai fazer um
negócio que o governo não quer! 99% da carteira da Delta é com governo
federal, estadual, municipal. Como vai fazer um negócio desses?",
afirmou ele. E acrescentou: "Zero chance de fazermos uma loucura dessas. Como comprar uma empresa sem contrato? Ninguém compra".
O discurso de Júnior contraria a informação de interlocutores de Dilma
de que ela desaprova a operação. Afronta ainda manifestação oficial da
J&F descartando prévia consulta ao governo. "A J&F não procurou o governo. E não haveria por que, pois se trata
de uma operação privada, não política. A empresa vai continuar
concorrendo nas licitações, conforme a lei 8.666", disse ontem a
assessoria da holding.
Questionado sobre os contatos entre seu irmão caçula, o atual presidente
do grupo, Joesley Batista, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
Júnior disse que Meirelles foi quem conduziu a negociação."A JBS é uma empresa em que o governo brasileiro confia, a J&F. É o
governo brasileiro. Não é o Guido Mantega. Todos os ministérios, todos
os órgãos federais, confiam no que estamos fazendo."
Com o sonho de se eleger governador de Goiás, Júnior filiou-se em julho
do ano passado ao PSB. Nos primeiros meses do ano, chefiou a agência de
promoção do governo de Marconi Perillo, do PSDB, um dos políticos cujo
relacionamento com Cachoeira foi exposto pelas investigações da Polícia
Federal.
Em 2006, conversas gravadas pela polícia durante uma investigação sobre
prática de cartel entre frigoríficos minaram o plano de Júnior de
concorrer ao governo. Questionado se a operação de compra pode atrapalhar seus projetos
políticos, afirmou que, "ao salvar obras do PAC, a JBS dá uma
demonstração de responsabilidade". Ele disse não conhecer Carlinhos
Cachoeira.(Da Folha de São Paulo)
3 comentários
ISSO É UMA PATIFARIA!!!!
ReplyQUEREM UTILIZAR O NOSSO DINHEIRO PARA NAO QUEBRAR O ESQUEMA.
CADÊ O MINISTÉRIO PÚBLICO?????
A QUEM APELAR PARA EVITAR TAL ASSALTO????????
"O governo quer que salve a companhia e dê continuidade às obras. Não quer que quebre a empresa"... Com certeza, seria bem mais adequado se o oficialismo petralha tivesse a decência de falar a verdade, informando à súcia ruminante que a manobra tem como objetivo prioritário tirar o bode Delta da sala e, mais que isso, permitir a maquiagem dos dados tenebrosos com os quais uma análise decente e uma investigação honesta trariam de volta para a sala não um, mas uma centena de bodes fedorentos. A manobra de incentivo à transferência do controle e da administrção da Delta para a JBS-Friboi tem a cara, os tentáculos e a fuça da verdadeira motivação do negócio: fraudar números e esconder a corrupção desatinada na parceria governo-PT e obras do PAC. Só os petralhas, os néscios, os idiotas, os bocós e as gangues de assaltantes do dinheiro do contribuinte é que podem ver a ação tergiversadora por outro prisma, que não o de esconder a realidade nua e crua da corrupção petista-aliancista!
ReplyCoronel,
ReplyMEUDEUSDOCEU, estamos em pleno século XXI e ainda tem esse tipo de negociata no governo deste país!
Cadeia para o JUNIOR!!!
Abrir processo de impeachment contra a Dilma por mentira sobre o assunto!!
Que loucura!!!
JulioK