Diálogos telefônicos interceptados pela Polícia Federal sugerem que a
construtora Delta, uma das maiores do país, pagou propinas para receber
pagamentos por serviços prestados ao governo do Distrito Federal.As conversas foram gravadas com autorização judicial durante as
investigações sobre os negócios do empresário Carlos Cachoeira, preso em
fevereiro sob a acusação de explorar jogos ilegais. O Congresso decidiu criar nesta semana uma Comissão Parlamentar de
Inquérito para investigar as ligações de Cachoeira com políticos em
Goiás, no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
A construtora Delta é a empresa que domina o serviço de coleta de lixo
no Distrito Federal. O contrato mais recente foi assinado em 2010, antes
da posse do governador Agnelo Queiroz (PT). Os diálogos obtidos pela Folha mostram um dos operadores de
Cachoeira discutindo com assessores de Agnelo e um executivo da
construtora dificuldades que ela tinha para receber pagamentos do
governo. Numa conversa interceptada em abril de 2011, um assessor de Agnelo,
Marcelo Lopes, afirmou que o governador instruíra sua equipe a "cuidar
da Delta" para "não dar problema no lixo".
Do outro lado da linha estava o sargento da Aeronáutica Idalberto
Araujo, o Dadá, apontado pela polícia como principal operador de
Cachoeira. Ele também foi preso junto com o empresário. Em outro diálogo interceptado pela PF na mesma época, Dadá disse a
Marcelo que a Delta "não vai dar um real para ninguém", por causa da
demora para receber do governo os pagamentos pelos serviços de coleta de
lixo.
O então diretor da Delta na região Centro-Oeste, Claudio Abreu, avisou o
operador de Cachoeira que faria isso em março de 2011. "Não dá mais,
rapaz, estamos sem receber, não cai dinheiro", disse. O executivo ameaçou procurar o próprio Agnelo para tratar do assunto.
"Pode falar que o governador mandou me chamar. Eu vou ter que falar
diretamente com o governador, cara", disse Abreu. Dadá respondeu:
"Tranquilo, vou falar direitinho". Dadá voltou a discutir a situação com Marcelo logo depois. O assessor do
governador recomendou que agisse com cautela para evitar que a situação
da Delta piorasse. "Os caras podem travar a terceira fatura", explicou.
As conversas gravadas pela polícia mostram também que Abreu e Dadá
trabalharam para nomear pessoas de sua confiança nas áreas do governo do
DF responsáveis pelo gerenciamento dos contratos do lixo.
A construtora Delta afirma desconhecer o pagamento de propinas no
Distrito Federal. A empresa demitiu Abreu em março deste ano e diz que
não sabia do seu envolvimento com o grupo de Cachoeira. A PF sugere que um dos diálogos interceptados indica que em algum
momento o próprio Agnelo pediu para conversar com Cachoeira. Dadá diz a
Cachoeira que o "zero-um", o "magrão", quer falar com ele.
No relatório em que a conversa foi transcrita, a PF afirma que o diálogo "dá a entender que se trata de Agnelo Queiroz".(Folha de São Paulo)
3 comentários
Construtora recolhendo lixo?!?! Pô, precisa desenhar???
ReplyA idéia dessa cambada de petistas, ratos de esgôto era desqualificar lideres da oposição.
ReplyDemostenes que fez essa grande cagada, foi imediatamente afastado do DEM. Será cassado por mentir em plenário, e não por sua "amizade" com um contraventor (bem entendido, UM CONTRAVENTOR).
Pois é, Cel!
ReplyDeve ser porisso que o cachaceiro tá tão preocupado. O tamanho da ratazana, que ficou com rabinho de fora, está apontando lá para o GDF!
É hora da oposição, mesmo em desvantagem, BOTAR A BOCA NO TROMBONE e dar nomes aos bois!
Chris/SP