O velho Cachoeira deitava e rolava em Goiás. Demóstenes, Perillo e outros achavam que ele tinha mudado de vida.

Na quarta-feira (29), a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo, com a prisão do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e dezenas de policiais civis e militares, acusados de envolvimento na exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília. Foram presos também dois delegados da Polícia Federal e o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Cachoeira e Dadá foram personagens de alguns dos principais escândalos políticos, como o Caso Waldomiro Diniz.

Segundo a apuração da PF, Carlinhos Cachoeira mantinha forte influência na política goiana. Nas cerca de 200 horas de gravações telefônicas, captadas com ordem judicial, Cachoeira conversa com freqüência e intimidade com deputados federais de vários partidos e com o senador goiano Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado Federal. De acordo com os investigadores, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um generoso presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha completa. ÉPOCA ouviu Demóstenes. O senador confirma ter recebido, em seu casamento, um fogão e uma geladeira do casal Cachoeira. “Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher”, diz Demóstenes.

Segundo o senador, Cachoeira mantém conversa também com políticos de todas as tendências em Goiás. “Depois do escândalo Waldomiro Diniz, eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção, e se dedicasse apenas a negócios legais”, afirma Demóstenes. “Para mim, foi uma surpresa as revelações feitas por essa operação da Polícia Federal”.

Entre os presos na Operação Monte Carlo, o ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Wladmir Garcez, era interlocutor freqüente do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Segundo investigadores, Garcez trocou dezenas de torpedos pelo celular com o governador. Depois, segundo a polícia, o ex-vereador repassava as informações para Cachoeira. Por intermédio de sua assessoria, o governador Perillo disse que há anos mantém relações políticas com Garcez, com quem fala com frequência e troca mensagens eletrônicas. "Não me lembro bem sobre o que a gente falava, só que ele me ajudou a vender uma casa", diz Perillo por meio da assessoria.

Nas escutas telefônicas, metade da bancada de Goiás na Câmara conversava habitualmente com Cachoeira. Entre eles, o deputado Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara. “Eu sempre falei com o Cachoeira, mas não tenho negócios com ele”, afirma Arantes. “Ele sempre foi ligado à política. Eu liguei recentemente para ele, por exemplo, para pedir apoio porque sou candidato à prefeitura de Goiânia. Mas era uma ajuda legal”. Outro interlocutor habitual de Carlinhos Cachoeira é o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. “Nossas famílias são amigas há muitos anos. Nunca escondi nossa amizade, sempre freqüentei a casa dele. Mas nunca tive negócios com ele”, afirma o deputado Leréia. (Revista Época)

7 comentários

Não condeno o senador por ter ligação com o Cachoeira, nada a ver. Até porque o senador Demóstenes e o governador Perillo nunca, ao que se sabe, cometeram atos que são privilégio de petralhas.

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É mais um que tem que ser ensinado por meio de desenhos toscos, no papel como se faz com crianças. Desenha um mascarado com um saco de dinheiro na mão e escreve em cima "LADRÃO", "FEIO", "NÃO PODE".
Senador da república não pode ser amigão de infância de bandido, pombas!!!!!! É por essas e outra que o PT encomendou o velório da oposição.

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Será que na época em que era promotor de justiça o senador era tão inocente assim? Se fosse, tenho pena do MP de Goiás...

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Não basta ser honesto, trabalhador - uma pessoa ilibada. Para ter amigos, o carisma conta muito. Quem sabe o 'queda d'água' tem muito carisma, a ponto de sua ficha criminal ser um mero detalhe.

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Amigo de bandido é?

Até na Bíblia diz que é para se afastar dos maus elementos...

De dois mil anos pra cá a coisa não mudou. Porque será?

O Adriano, jogador de futebol também tem um monte de amigos bandidos e já se deu mal ( e olha, esse fato é até mais compreensível por ele ter nascido lá naquele lugar).

Demóstenes, acabou.

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Senhor Senador.
Por favor, não me faça tira-lo da minha lista de pessoas de bem.
Eu sei que a lista é pequena.
Quero continuar oferecendo ao sr. meu apreço, a menos que tenha que mudar de ideia.

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einesellesenie mod

Inaceitavel, uma pena...

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