O ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci, demitido mês  passado sob suspeita de irregularidades, se manteve no cargo mesmo  depois do alerta da Polícia Federal por contar com uma rede influente de  padrinhos, que começa no ex-presidente Lula, chega ao ex-ministro  Delfim Netto e, por razões afetivas indiretas, encontra respaldo na  presidente Dilma Rousseff.
A teia formada desde a nomeação de Denucci fez o governo pisar em  ovos ao demiti-lo e expôs o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao seu  maior constrangimento no cargo (leia texto nesta página). No governo, a presidente Dilma Rousseff manteve o apoio dado a  Denucci pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, quando ele  assumiu o cargo. Fora do Executivo, o nome do economista foi  patrocinado, além de Delfim Neto, pelo senador Francisco Dornelles e  pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), ex-deputado e  ex-ministro da Articulação Política da fase Lula, José Múcio. 
A combinação de fatores explica a saia justa em que se meteu o  ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao tentar explicar porque só demitiu  o presidente da Casa da Moeda dia 29, mesmo sabendo da investigação  policial que o apontou como beneficiário de uma milionária e suspeita  movimentação financeira. A presidente Dilma Rousseff era amiga da irmã de Denucci, Tereza  Cristina Denucci Martins, falecida ano passado de câncer. Ambas são  contemporâneas. Pessoas próximas das duas, informam que Dilma não quis  contrariar uma amizade da época da ditadura que se estendeu até os dias  em que era filiada ao PDT. Tereza foi casada com o mineiro Paulo Costa  Ribeiro, do MR-8, desaparecido depois de preso por agentes da ditadura,  em 1972. Exilada no Chile, Tereza passou a viver com José Ibrahim,  ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco que liderou a  primeira grande greve após o golpe de 64, com quem teve um filho. Ela presidiu o Instituto Brasileiro do Empreendedor que, em 2004,  assinou convênio com o Ministério da Saúde "para dar apoio financeiro e  custear ações para reduzir o impacto traumático e os danos do suicídio  causados a pessoas próximas". Consultada, a assessoria da Presidência da  República não quis se manifestar sobre a relação de Dilma com a irmã de  Denucci. 
Padrinhos. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, garante que quem  "brigou" pela nomeação de Denucci foi o presidente Lula e não o seu  partido, como Mantega insiste em afirmar. Pessoas próximas ao  ex-presidente acrescentam que ele agiu para atender a seu conselheiro  econômico, Delfim Netto, que gostava do trabalho de Denucci. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), por sua vez, apoiou o nome  porque gostou de seu currículo, com passagem na Comissão de Valores  Mobiliários (CVM) e na Superintendência de Seguros Privados (Susep).  Ambos e o ministro José Múcio não querem falar no assunto.]
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) afirma que só mesmo um  apadrinhamento de peso explica a posição da ministra de Relações  Institucionais, Ideli Salvatti, e do ministro Mantega em não atender ao  pedido do partido para exonerar Denucci. "O Jovair ( deputado Jovair  Arantes, líder do PTB) pediu mais de 10 vezes para Ideli substituir o  presidente da Casa da Moeda e ela não substituía",disse. "Isso só se  justifica pelos padrinhos que ele tinha", complementou. A assessoria da ministra confirmou o pedido, mas disse que Ideli não  foi atendida no pleito ao partido para formalizar o pedido por escrito. O  líder Jovair mostra a carta que entregou ao ministro da Fazenda dia 30  de fevereiro de 2010, pedindo que "afaste" Denucci "da mesma forma que o  governo agiu em situações similares, afastando agentes públicos  atingidos por investigações criminais". 
Na carta ele se diz motivado pela denúncia de suspeita de corrupção  publicada pela imprensa dias antes. Parlamentares do partido têm outra  versão, a de que o ex-presidente da Casa da Moeda teria cobrado propina  de fornecedores sob pretexto de abastecer o PTB, mas que o dinheiro era  entregue a offshores com sede nas Ilhas Virgens, contratadas por ele.  Daniel Barroso, advogado de Luiz Felipe Denucci, afirma que o dinheiro  movimentado por seu cliente veio da venda de uma casa em Miami,  pertencente à sua mãe. Ele diz que os valores foram declarados à Receita  e que "tudo se esclarecerá". No PTB circula a versão de que Denucci tem problemas com a Receita  por conta da operação financeira no exterior, o que aumenta o  constrangimento do ministro Mantega, a cuja pasta a autarquia está  subordinada.(Do Estadão)

7 comentários
Carta do dia 30 de fevereiro?
ReplyÉ um tal de protege daqui, amizade dali, sindicatos, etc. todo mundo se protegendo e todo mundo bem colocado no governo, mamando uma bela grana. Até quando ?
ReplyPor que a solicitação "por escrito" para demitir mais um parasita não foi atendida?
Reply"O líder Jovair mostra a carta que entregou ao ministro da Fazenda dia 30 de fevereiro de 2010, pedindo que "afaste" Denucci ..."
Muito simples, ela foi escrita em um dia que não existe. Só se FEVEREIRO foi alterado pelos petralhas, passando a contar com 30 dias.
Mais um imbróglio de corrupção que nos mostra que o agente público mais daninho, mais perverso, que mais prejuízos causou e continua provocando ao Brasil, chama-se Lula, o CHEFE.
Até quando o povo estará condicionado em sua lavagem cerebral, aceitando as mentiras de uma criatura tão abjeta?
O grande câncer do Brasil é o Lula!
ReplyQue ele seja varrido do planeta por este mesmo mal!!!!
30 de fevereiro??? Este dia só existe no calendário petralha!
Chris/SP
PQP se eu não tiver cuidado vão mel igar a algum FDP do governo ,
ReplyNão salva ninguem todo mundo tem o rabo preso com alguém.
Corona tamo fu.............. e muito mas muito mal pagos ....
fui.................
Até dia 30 de fevereiro de 2010 existe para isso tudo.
ReplyNão é à toa que muita gente acredita em previsões para 12/12/12.
Da mesma forma, há que não creia que tudo poderá ocorrer em 13/13/13.
Esse textos hiperbólicos não leva a conclusão alguma. Como podem escrever 30 de fevereiro de 2010, como data de entrega de carta ao ministro? Impressionante.
O PT transformou o Brasil, nestes nove anos, num caldeirão de merda.
ReplyAcho que os generais eram para dar uma reposta para esta quadrilha.
Ladrões obscuros.