Sem nunca ter realizado disputa interna para escolher um candidato, a cúpula do PSDB paulistano trabalha agora para transformar o mecanismo que o próprio partido apontou como o mais "democrático" em um mero jogo de cena. Nos bastidores, líderes tucanos articulam para que o vencedor da prévia, marcada para março, segure a cadeira até a entrada do ex-governador José Serra no palco como candidato. Por conta de manobras como essa, tradicionais quadros tucanos já rechaçam a condução do processo pela direção do partido no Estado.
"O PSDB vai definhar se continuar sendo apenas um clube parlamentar e uma federação de ‘caciquias’ estaduais. Esse papel o PMDB faz mais e melhor. Se quer se conectar com a sociedade, como seus dirigentes dizem querer, o PSDB precisa se conectar com seus filiados, para começar. As prévias em São Paulo representam um passo na direção certa", afirmou o cientista político Eduardo Graeff, secretário-geral da Presidência no governo FHC (1995-2002) Defendida pelo governador Geraldo Alckmin há mais de oito meses como uma saída para o partido escolher o candidato, num cenário em que Serra dizia que não iria concorrer (em janeiro ele avisou aliados que estava fora da disputa), a prévia acabou se tornando um problema com a aproximação do prefeito Gilberto Kassab (PSD) do PT.
Serra já analisa cenários para ser candidato a prefeito, mas ainda não se decidiu. Ele pretende usar o carnaval para pensar sobre a possibilidade. Os tucanos, por sua vez, gostariam que ele se decidisse antes da realização da prévia, marcada para 4 de março. Como não há uma garantia de que isso aconteça, a cúpula decidiu bancar a consulta e, em seguida, trabalhar para convencer o vencedor a guardar o lugar para Serra. Conforme informou ontem à tarde a coluna Direto da Fonte, Serra foi visto em Buenos Aires junto de Andrea Matarazzo, secretário estadual da Cultura e um dos pré-candidatos inscritos na prévia. A proposta da cúpula tucana é montar uma "chapa pura" com Serra como candidato e Matarazzo na vice, já que o DEM e o PSD, potenciais aliados do PSDB, não se entendem sobre a possibilidade de indicar o vice. Os democratas não aceitam a possibilidade de Kassab escolher um nome.
Neste mês, Alckmin tentou segurar a prévia e pediu a interlocutores que convencessem Serra a ser candidato. O processo interno, porém, foi amadurecido pelo diretório estadual e os pré-candidatos, Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Tripoli, reagiram à manobra. "Cancelá-las ou invalidá-las, a esta altura, não seria só perder a oportunidade de avançar. Seria um atestado de irrelevância das bases do partido, passado por sua cúpula. Um retrocesso", afirmou Graeff. "Ao contrário do que desejam as aves de mau agouro e outros animais silvestres, esclareço que o PSDB da capital tem rumo, e as prévias estão mantidas", disse Fabio Lepique, tesoureiro do PSDB estadual e ex-subprefeito de Vila Mariana. "Quando o Covas lançou o Geraldo (Alckmin) em 2000, ele não chegava a 1% (das intenções de voto). Tem que ter coragem", afirmou o ex-deputado Arnaldo Madeira, ao defender a criação de novas lideranças. "(Alckmin) Quase foi para o segundo turno, aí surgiu uma nova liderança", completou ele.
Neste mês, Alckmin tentou segurar a prévia e pediu a interlocutores que convencessem Serra a ser candidato. O processo interno, porém, foi amadurecido pelo diretório estadual e os pré-candidatos, Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Tripoli, reagiram à manobra. "Cancelá-las ou invalidá-las, a esta altura, não seria só perder a oportunidade de avançar. Seria um atestado de irrelevância das bases do partido, passado por sua cúpula. Um retrocesso", afirmou Graeff. "Ao contrário do que desejam as aves de mau agouro e outros animais silvestres, esclareço que o PSDB da capital tem rumo, e as prévias estão mantidas", disse Fabio Lepique, tesoureiro do PSDB estadual e ex-subprefeito de Vila Mariana. "Quando o Covas lançou o Geraldo (Alckmin) em 2000, ele não chegava a 1% (das intenções de voto). Tem que ter coragem", afirmou o ex-deputado Arnaldo Madeira, ao defender a criação de novas lideranças. "(Alckmin) Quase foi para o segundo turno, aí surgiu uma nova liderança", completou ele.
Semana passada, deputados estaduais pediram a Serra que saísse candidato e que a prévia fosse cancelada, num movimento que despertou a ira dos militantes envolvidos na campanha dos pré-candidatos. A ação chegou a ser chamada de "golpe". Diante da reação negativa, Alckmin trabalha agora para realizar o processo e para que o vencedor apoie Serra, caso ele aceite concorrer. "É mais fácil negociar com um do que com quatro", afirmou um líder paulista. A ação também divide os tucanos. "Só seria legítimo se o candidato anunciasse, antes das prévias, que pretende abrir mão. Mas Serra nunca deu sinal de que quer ser candidato a prefeito. Na verdade, Serra é a penúltima preocupação de quem quer atropelar as prévias. A última preocupação é a Prefeitura", disse Graeff. "Usar os filiados do PSDB de São Paulo como peões do xadrez da política estadual e nacional já é ruim. Fazer a cidade de São Paulo de peão nesse jogo é, francamente, uma arrogância sem limite", acrescentou.
Para o deputado Duarte Nogueira, o partido tem que ir "na linha da racionalidade". "Se vários quiserem disputar a prévia, vamos ter que fazer. Mas tem o Serra na disputa, que ainda não decidiu. Se ele não quiser, temos prévia. Se ele resolver, vamos discutir", afirmou. Xico Graziano, ex-secretário de Meio Ambiente da gestão José Serra no Bandeirantes (2007-2010), disse que "as prévias viraram um processo irreversível. O que vai acontecer depois, só a dinâmica da política vai dizer". (Estadão)
11 comentários
Cel
Reply...Não sei se vou ou se fico, não sei se fico ou se vou... Esta frase é a cara do Serra. Nunca vi ninguém mais indeciso que ele, que não decide nem com a faca na garganta.Espero que ele decida ser candidato antes das eleições. Já não bastou p/ ele a experiência anterior? Parece que não.
Esther
"O PSDB vai definhar se continuar sendo apenas um clube parlamentar e uma federação de ‘caciquias’ estaduais. Esse papel o PMDB faz mais e melhor."
ReplyComo assim? Essa gente não se enxerga mesmo.
O PSDB já é e há muito um clube parlamentar e uma federação de caciques... sem índios, como as prévias só comprovam. E à diferença do PMDB, virou colaboracionista sem cobrar nada em troca, nem a honra, que vive sendo enxovalhada.
O PSDB é que nem aqueles exércitos da antiguidade que, ao se verem vencidos, se juntam ao vencedor.
mais uma do Haddad e da doutora Dilma, os novos palanqueiros desse paiz...
Replypra variar eh sobre projetos parados, como tudo nesse governo...
"Programa federal de apoio a engenheiros atrasa e Capes culpa ‘bolas nas costas’"
"Criado em 2011 por uma comissão formada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação, o Pró-Engenharia, projeto que prevê investimento de R$ 1,3 bilhão em cinco anos para duplicar para 104 mil o número anual de engenheiros e tecnólogos formados, está parado."
fonte: Estadão
Pra mim se as prévias forem meladas será um tiro no pé.
ReplyCoronel,
Replyenquanto esse bando de idiotas do PSDB fica sem saber o que fazer por causa de seus egos inflados, o PT toma conta e se infiltra até a raiz do Brasil.
Pobres de nós.
Alguém em outro post perguntou quando teremos um novo 31 de março...
QUANDO??
Flor Lilás
OFF TOPIC (Nem tanto)
ReplyPois é...Enquanto o PSDB fica ai "sebando" e a cachorrada do PT está na ativa, precisam urgentemente achar outro velhaco para substituir o bêbado que pendurou as chuteiras.
Lula ainda nem “desencarnou” –como prometera— e uma parte do PT já quer ressuscitá-lo.
http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2012/02/20/instado-a-disputar-governo-de-sp-lula-diz-nao/
MOZ
realmente, não sei de qual militância essa gente esta falando...
Replyalias, uma das poucas coisas boas no PSDB era a ausência dessa excrescência chamada militância...
um bando de xaropes, geralmente xiitas, que vivem a infernizar a vida dos outros...
e não só militantes políticos, militantes de qualquer outra atividade são sempre uma xaropada...
Serra deveria sair a vereador e puxar muitos votos ajudando a fortalecer a câmara elegendo outros do partido com seus votos.
ReplyEm São Paulo, quem vota no pSDB é aquele que jamais votaria no PT e só. O PSDB não tem povo nem militância.
ReplyMilitância do PSDB não existe mesmo não. Alguém falou que existe?
ReplySerra poderia sair candidato a Prefeito e inaugurar uma nova maneira de fazer campanha. Ao invés de contratatar esse marqueteiro horrível que usou em 2010, poderia chamar o pessoal do Casseta e Planeta e aprender a esculachar um vagabundo ideológico.
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