A oposição, representada pelos governadores Antônio Anastasia (PSDB-MG) e José Richa(PSDB-PR) viraram reféns do PSB e saíram em defesa dos desmandos do ministro Fernando Bezerra (PSD-PE), na Integração Nacional. Do outro lado, Dilma teve que voltar correndo das férias para contornar a crise. O PSB está podendo. O PSDB está morrendo.
O Palácio do Planalto teve de atuar nos bastidores para evitar que um mal-estar relacionado ao PSB se tornasse uma crise institucional com o partido aliado. A legenda comanda o Ministério da Integração Nacional, pivô do desconforto político e alvo de críticas por conta dos critérios de distribuição de verbas contra enchentes. A versão de que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, voltara de férias na última terça-feira para fazer uma intervenção branca na pasta provocou dura reação do ministro Fernando Bezerra e fez com que a presidente Dilma Rousseff determinasse a divulgação de uma nota negando a interferência.
A negativa, porém, não foi suficiente para colocar um ponto final no incômodo.
Em entrevista coletiva, Bezerra mandou um recado claro: "O que nós não podemos aceitar é a perda de autonomia do Ministério da Integração. Ou sou chamado para cumprir uma tarefa com atribuições bem definidas ou não me chame para cumprir meia tarefa". A declaração foi dada anteontem, quando a chefe da Casa Civil já havia tornado pública a nota repudiando a hipótese da intervenção. Conforme a Folha apurou, porém, Dilma não ficou nada satisfeita ao ser informada de que tanto o titular da Integração quanto seu secretário executivo estavam fora de Brasília justamente num momento em que as chuvas atingiam seriamente cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ela também não gostou de ver notícia na imprensa dando conta de que a pasta teria privilegiado Pernambuco no repasse de verbas. Por isso, a presidente determinou que Gleisi chamasse o ministro para explicar reportagem do "Estado de S. Paulo" segundo a qual 90% da verba do programa da Integração Nacional foram repassados para Pernambuco, Estado do ministro e de seu padrinho político, o governador Eduardo Campos (PSB).
A insinuação de privilégio irritou a cúpula do PSB, em especial Eduardo Campos, um dos negociadores da liberação de recursos. Levantamento feito pela Folha mostrou que 95,5% da liberação de pagamentos assumidos em 2011 para o programa de prevenção de enchentes foi para Pernambuco, Estado que, em 2010, vivenciou um dos piores desastres naturais de sua história por conta das chuvas. Ontem, o Planalto fez questão de dizer que a destinação dos recursos fora feita com o consentimento de Dilma, em evento público realizado ao lado de Eduardo Campos. A informação foi dada justamente para ajudar a distensionar os ânimos. A confusão acabou reacendendo uma disputa velada entre PT e PSB. Aliados históricos, a relação dos dois partidos nunca foi tranquila. Petistas desaprovam o fato de o ex-presidente Lula ter ajudado Campos a se tornar politicamente capaz de concorrer com o partido na disputa pela Presidência em 2014.(Da Folha de São Paulo)
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Abaixo, comentário de Dora Kramer em sua coluna de hoje, no Estadão:
O tucanato em geral, o senador Aécio Neves e área de influência no PSDB em particular pegaram leve, com críticas quase protocolares, no caso das consultorias de Fernando Pimentel porque o ministro da Indústria e Comércio foi e ainda é potencial aliado em Minas Gerais.
A fidalguia se repete com o ministro da Integração Nacional porque Fernando Bezerra é aposta eleitoral do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sonho de consumo do PSDB e de quem o presidente do partido, Sérgio Guerra, é firme aliado.
Posto assim o cenário, o PSDB não tem moral para dizer que o PT atua com foco exclusivo na disputa eleitoral, contribuindo para a deterioração da prática política no tocante ao exercício democrático do contraditório.
O PT coopta e estrangula a oposição, é verdade. Mas a oposição se deixa docemente estrangular. Aposta na articulação de bastidor em detrimento da relação com a sociedade. Mesmo do ponto de vista das artimanhas políticas essa é uma forma esquisita de se conduzir: divide-se internamente e, em relação aos governistas, prefere a composição à oposição.
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Abaixo, comentário de Dora Kramer em sua coluna de hoje, no Estadão:
O tucanato em geral, o senador Aécio Neves e área de influência no PSDB em particular pegaram leve, com críticas quase protocolares, no caso das consultorias de Fernando Pimentel porque o ministro da Indústria e Comércio foi e ainda é potencial aliado em Minas Gerais.
A fidalguia se repete com o ministro da Integração Nacional porque Fernando Bezerra é aposta eleitoral do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sonho de consumo do PSDB e de quem o presidente do partido, Sérgio Guerra, é firme aliado.
Posto assim o cenário, o PSDB não tem moral para dizer que o PT atua com foco exclusivo na disputa eleitoral, contribuindo para a deterioração da prática política no tocante ao exercício democrático do contraditório.
O PT coopta e estrangula a oposição, é verdade. Mas a oposição se deixa docemente estrangular. Aposta na articulação de bastidor em detrimento da relação com a sociedade. Mesmo do ponto de vista das artimanhas políticas essa é uma forma esquisita de se conduzir: divide-se internamente e, em relação aos governistas, prefere a composição à oposição.
5 comentários
"O que nós não podemos aceitar é a perda de autonomia do Ministério da Integração"
Replytraduzindo...
não pode aceitar que o restante do Brasil reclame desse senhor ter direcionado 90% (!!!) das verbas para o seu estado...
e que ninguém se meta no assunto, pois a pasta e a grana são propriedades dele e daquele seu partideco socialista, que como todos os outros partidos socialistas dessepaiz, visa "socializar" tudo de bom entre eles e seus apaniguados...
" Petistas desaprovam o fato de o ex-presidente Lula ter ajudado Campos a se tornar politicamente capaz de concorrer com o partido na disputa pela Presidência em 2014"
Replyisso eh a cara do PT!!!!
ser aliado significa - sempre! - estar subordinado a eles!
ou esses "aliados" abrem o olho e se juntam pra colocar essa corja pra correr ou serão comidos vivos quando a hora certa chegar...
eh muito fácil perceber que esses putos não colocam o eleitor na equação...
Replytodos nao querem eh melindrar os aliados, dando uma banana bem grossa e dura para os eleitores fazerem bom proveito...
nos EUA os candidatos falam com o eleitorado..
nessepaiz de encher o saco, eles falam entre eles mesmos, fazendo conchavos com a própria corriola...
o eleitor eh o que menos interessa para esse bando de ordinários...
Coronel,
ReplyAs oposições e os políticos em geral são pragmáticos. Estão se lixando para o povão e para a opinião pública, pois descobriram o caminho das pedras e lambem o saco dos quadrilheiros que têm verba, caneta e os softwares das urnas eletrônicas nas mãos.
Pois bem. Chegou a hora de reforçar o que até agora era dito de vez em quando. Antes com e por temor, agora com e por certezas: a presidente atual será reeleita no primeiro turno em 2014.
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