Crise no Judiciário expõe racha no STF.

A crise no Judiciário não opõe apenas a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, e as associações representativas de juízes. Ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente da Corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Gilmar Mendes criticou na sexta-feira, 23, as decisões isoladas tomadas por integrantes do Supremo que estancaram as ações investigativas da corregedoria nos Estados. Em entrevista ao Estado, Mendes afirmou que é necessário disciplinar a concessão de liminares por integrantes da Corte no último dia de trabalho antes do recesso do Judiciário. "As soluções nas liminares no final do ano são atípicas e heterodoxas", criticou Mendes. "É uma questão de ordem que precisamos discutir."

Na segunda-feira passada, último dia de funcionamento do STF neste ano, os ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski atenderam a pedidos de associações de magistrados e deram liminares que levaram à suspensão de investigações do CNJ. Agora, somente em fevereiro do ano que vem, quando o Supremo voltar do recesso, o relator do caso, Joaquim Barbosa, voltará a examinar a questão. A liminar atende a um pedido de associações de magistrados. Na quarta-feira, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que Lewandowski havia recebido pagamentos que estariam sendo investigados pela corregedoria do CNJ quando ele ainda fazia parte do TJ do Estado de São Paulo.

A informação colocou o ministro sob suspeição para analisar o pedido de liminar, já que a devassa no tribunal paulista havia começado em novembro. Cezar Peluso, presidente do STF, defendeu a concessão da liminar e, em nota, atacou o CNJ sugerindo que magistrados haviam tido seus sigilos quebrados. Como resposta, na quinta-feira, 22, a corregedora Eliana Calmon disse que por trás da crise está um movimento corporativista para enfraquecer os poderes investigativos do CNJ. Na outra ponta da batalha, as associações de magistrados decidiram pedir formalmente que a corregedora seja investigada por suspeita de quebra de sigilos de juízes.

Plenário. Para Mendes, toda a crise poderia ter sido evitada. "O plenário (do STF) deveria ter decidido isso (os pedidos de liminares). Estava em pauta. Somente um fato superveniente justificaria a concessão da liminar (pelo relator). Criou-se esse clima emocional em torno do tema", afirmou Mendes. De acordo com o ministro, liminares em ações diretas de inconstitucionalidade somente devem ser concedidas pelo relator em situações de extrema urgência, ainda mais no último dia de funcionamento do Judiciário. "Temos de encerrar com essa prática. Se poderia ter sido discutida em plenário, deveria ter sido discutida em plenário", disse Gilmar Mendes. "Que o relator suscite a urgência e peça ao presidente que coloque (em votação no plenário)", acrescentou. "Se o assunto tivesse sido resolvido pelo plenário, 11 ministros teriam participado da decisão e não apenas um, o relator, como ocorreu no episódio."

Mendes lamenta a falta de diálogo entre o CNJ e o STF, "que compartilham o mesmo presidente" - atualmente, Cezar Peluso. Para o ex-presidente do Supremo, se houvesse mais diálogo, não seria necessária a judicialização do debate. "É evidente que está faltando o mínimo de diálogo, que poderia levar a soluções harmoniosas", disse. Só nesta semana, por exemplo, o Supremo divulgou três decisões suspendendo atos do CNJ. Segundo o ministro, as associações representativas de juízes foram parceiras no passado, na consolidação do CNJ. "É importante que elas entendam que têm uma participação importante na consolidação do CNJ e nas políticas institucionais do conselho", afirmou. 

Mendes disse que no episódio ocorreu uma série de equívocos e que os ânimos se acirraram. "Houve um quadro de certa emocionalização", afirmou. "As posições se radicalizaram de tal maneira que levaram a esse resultado", opinou. De acordo com a corregedora Eliana Calmon, Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski não são investigados pelo CNJ. Ela negou que tenha ocorrido quebra de sigilos de juízes. O presidente do STF também integrou o TJ de São Paulo. Segundo informações divulgadas por ele próprio, ele chegou a receber até R$ 700 mil de passivo trabalhista. Gilmar Mendes disse que não acredita que os colegas tenham praticado irregularidades em relação aos pagamentos. "Isso não tem o menor sentido." (Do Estadão)

9 comentários

Coronel,

Nem tudo está perdido...

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1025730-juizes-defendem-corregedora-do-cnj-e-expoem-racha-da-categoria.shtml

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Continuo pedindo apoio dos companheiros do blog para a Sra. Eliana Calmon. Uma Senhora Brasileira Honesta. A mafia da Toga esta querendo trucida-la.

Todos os dias precisamos apoia-la, divulgar sempre o que estão fazendo os mafiosos, precisamos limpar a politica e a justiça aparelhada pela bandidagem petista.

APROVEITO A OPORTUNIDADE PARA DESEJAR AO CORONEL E A TODOS OS COMPANHEIROS, UM FELIZ NATAL.

Hermes

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A questão de fundo é a existência de um Poder da República que imagina estar acima das leis. Se há "malfeitos", que sejam investigados.
Com relação à declarações do IRPF, é uma lei que obriga os servidores públicos a apresentá-la aos órgãos de controle. Por que os magistrados estariam isentos dessa obrigação?
Isidoro

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Caro Pensador,

já assinei a petição para apoiar a Corregedora Eliana Calmon!

Flor Lilás

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Essa briga é boa e vai acabar expondo questões intestinas (como ELES gostam de expressar) de difícil solução.
Parece que quem começou essas investigações foi o antecessor dela, Gilson Dipp do qual ninguém fala. Aí tem ...

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Anônimo 10:12

Sim, há uma luz no fim do túnel. Existem juízes decentes, claro que sim. Tomara que a lista de assinaturas de juízes pró-corregedora seja beeem grande.

No fundo, algo estava precisando acontecer com esse Poder Judiciário, refém (por vontade própria, o que é pior) do Poder Executivo Dilma-Lula. E agora, ultimamente, refém até do Legislativo - se não, o que foi o "pedido" dos chefões do PMDB para o chefinho (minúsculo mesmo) do STF dar logo o voto de desempate a favor da posse do ficha suja de estimação deles? Essa foi de doer.

Mariana

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Cel

Leia:
"Pagar auxilio-moradia a desembargadores estaduais e magistrados é uma afronta à Nação. Qual é a justificativa?"
Tribuna da Imprensa On Line
Carlos Newton


Átila

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ELES ACHAM QUE SE MUDAREM A TOGA,PARA BRANCO,SUBIRÃO AOS CÉUS.mUITOS DELES ACREDITAM PIAMENTE NISSO.PREVILÉGIOS DE ANJOS.

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é incrível como as pessoas são ingênuas. em outro país, o fisco pegaria os tais bandidos de toga. aqui o COAF e Receita Federal não veem nada, tem que aparecer uma baiana arretada prá dar uma de paladina. Eliana foi indicada por Lula. a mulher virou uma celebridade instantânea ao esculhambar o Poder Judiciário. No Legislativo, eles deixaram Sarney e os próprios aliados encarregados de derrubar a Casa. quero ver Eliana Calmon investigada, ela e todos os juízes que vão, num movimento anti-natural, contra a própria categoria, que foi coletivamente atingida.

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