Leia, abaixo, artigo de Denis Rosenfield, publicado em O Globo e no Estadão:
"Nesta semana, irá finalmente a voto, pelo  Plenário do Senado, o novo  Código Florestal. O adiamento de última hora  foi nada mais do que o  fruto de uma manobra regimental do PSOL para  postergar a votação,  apostando em um atraso generalizado, envolvendo,  também, a Câmara dos  Deputados. O status quo tende a favorecer os grupos  mais radicais,  inconformados com o consenso, a negociação e o  entendimento alcançados  pelas duas Casas Legislativas, com o apoio e a  participação do próprio  governo. A situação não deixa de ser  inusitada, pois o entendimento é fruto  de um consenso suprapartidário,  onde desapareceram as clivagens  partidárias, em nome da necessária  modernização da legislação. As  particularidades foram deixadas de lado  em nome de um bem maior. Não se  trata de opor agricultura/pecuária de um  lado, e meio ambiente de  outro. As próprias palavras são mal  utilizadas, procurando obscurecer  em vez de esclarecer um debate que se  mostrou profícuo e extremamente  importante para o futuro do país. 
No  entanto, há um ambientalismo radical que se recusa a qualquer   composição e, mesmo, termina mostrando uma face autoritária. Poderíamos   definir esse ambientalismo radical como um rescaldo de uma concepção   rousseauísta, eivada de tinturas marxistas. Segundo tal concepção, a   natureza seria uma espécie de reino idílico, que deveria servir de   exemplo e, mesmo, de alternativa à moderna sociedade capitalista. Os   "alimentos" seriam apenas "colhidos". Haveria uma espécie de comunismo   primitivo, onde não existiria propriedade privada, e os homens viveriam   em harmonia entre si e a natureza. Ainda segundo essa concepção,  surge a ideia de indígenas e  ribeirinhos que seriam os depositários da  floresta que deveria ser  mantida intacta, como se o Brasil já não  tivesse, na Amazônia, mais de  80% de florestas nativas preservadas e, em  todo o território nacional,  61%. Algum outro país ostenta esses  índices? 
O matiz marxista traduz-se também pela oposição mais  feroz ao  direito de propriedade e à segurança jurídica, como se estes  devessem  ser severamente restringidos ou, inclusive, em uma solução  utópica,  suprimidos. Expressões ainda dessa postura se fazem  presentes na contestação do  agronegócio e, também, da política  energética do atual governo, em  especial a construção de hidrelétricas,  tendo como símbolo mais  eloquente toda a campanha contra a usina de Belo  Monte. Afinal, a  produção de energia hidrelétrica, ainda segundo essa  concepção, nada  mais seria do que perpetuação da moderna sociedade  industrial e  capitalista.
Evidentemente, nem é colocada a questão básica de como alimentar uma nação de milhões de habitantes e um planeta de bilhões, o que passa necessariamente pela produção de alimentos e pelo cultivo da terra em larga escala. Se as pessoas possuem energia em casa, isto não cai do céu. Nem os indígenas querem mais viver sem os confortos de uma vida moderna, que almejam como objetivo a ser atingido. Somente os ideólogos do ambientalismo radical defendem tal posição.
Evidentemente, nem é colocada a questão básica de como alimentar uma nação de milhões de habitantes e um planeta de bilhões, o que passa necessariamente pela produção de alimentos e pelo cultivo da terra em larga escala. Se as pessoas possuem energia em casa, isto não cai do céu. Nem os indígenas querem mais viver sem os confortos de uma vida moderna, que almejam como objetivo a ser atingido. Somente os ideólogos do ambientalismo radical defendem tal posição.
Neste  sentido, convém distinguir entre desmatamento e cultivo da  terra. O  desmatamento com fins meramente predatórios, arbitrários, deve  ser  cuidadosamente diferenciado do cultivo da terra, da agricultura e  da  pecuária, mantendo, igualmente, uma postura de preservação  ambiental.  Hoje, por exemplo, na produção de florestas de eucaliptos,  áreas  expressivas são deixadas à reprodução de florestas nativas.  Produção e  conservação andam - e devem andar - de mãos juntas. Os problemas  de desmatamento da Amazônia, por sua vez, não são fruto  da "avidez pelo  lucro", mas da falta pura e simples de Estado, que se  traduz pela  ausência de cartórios, de títulos confiáveis e legítimos de  propriedade.  Em uma terra de ninguém, proliferam a grilagem, a  exploração predatória  e a irresponsabilidade. Eis por que o processo de  regularização  fundiária em curso pode ser um poderoso instrumento de  controle  ambiental. Um produtor rural é responsável por sua propriedade  e deve  obrigatoriamente seguir a lei. Um grileiro, por sua vez, é  meramente um  predador, não sendo responsável por nada. Nem o Estado  consegue  responsabilizá-lo.
Ademais, não deixa de ser curioso que o MST,  aliando-se aos  ambientalistas radicais, por sua postura anticapitalista,  seja, também,  um dos maiores responsáveis pelo desmatamento da  Amazônia, como já tem  sido sobejamente noticiado. Vale aqui somente a  postura ideológica, o  discurso contra a economia de mercado.Da  mesma maneira, ONGS internacionais estão, agora, alardeando em  Durban,  na África do Sul, que o novo Código Florestal já está, aliás,  antes de  sua sanção presidencial, criando novos desmatamentos. Nada  mais longe da  verdade. O novo Código dificulta novos desmatamentos,  estabelecendo  como linha de corte as áreas consolidadas em junho de  2008. Qualquer  novo desmatamento que não seguir as regras em vigor  deverá ser  severamente punido. Fingir nada saber é uma forma de embuste  ideológico. Por  último, o ambientalismo radical nutre uma aversão pela  democracia.  Estão simplesmente advogando que a presidente da República  vete artigos  importantes do novo Código Florestal. Com isto, transmitem  a mensagem de  que não aceitam um longo trabalho da Câmara dos  Deputados, do Senado e  do Palácio do Planalto, visando a um  entendimento conjunto. A opinião  pública participou ativamente desse  debate. Todas as partes se  expressaram publicamente. 
Enquanto esses ambientalistas reinavam  no Ministério do Meio  Ambiente e, também, na opinião pública,  acostumaram-se, por demais, a  atos administrativos para "regular" o meio  ambiente e tudo fizeram,  igualmente, para impedir o progresso  científico graças a suas ações na  CTNBio. Recusam-se ao diálogo, pois  estão firmemente imbuídos de uma  missão quase religiosa, como se  exigissem simplesmente ser acatados e  obedecidos. A democracia passa por  debates, convencimentos e processos  legislativos. É isto que está sendo  negado."

3 comentários
não ha perigo de mais um adiamento?
Replysei la, estamos ai na "democracia dos cochilos"...
um tapado qualquer la "cochila" na mesa durante a tramitação legal do projeto e um único deputado ou senador, de um partido nanico que tem menos votos do que sindico de prédio, consegue adiar um projeto tao importante para o pais...
Para quem não viu:
ReplyNo Globo Rural de domingo, em uma matéria a propósito de gado leiteiro, feita no interior da Holanda, mostra um propriedade de cerca de 20ha de área, que conta com exatas 04(quatro) árvores e nenhuma nas margens dos canais que cortam a propriedade.
Pois é!
Se o atraso é legal para elles, que vão para pq que os parius, vão morar em cuba, coréia do norte, ou na casa do K@r@io, peguem sua trouxas e voltem para caverna, essa safada vive falando m&rd@ a torto e a direito, porras convoquem ella para uma sabatina no congresso e faça-a mostrar onde esta no Código Florestal dizendo que vai haver perdão de divida ou mais desmatamento?
ReplyNão vai poder mostrar o que não tem; Então digam que ella deve um pedido de desculpa para o povo pelas mentiras ditas por essa ongoloides de m&rd@.