Lançamento do PSD: só faltou o DEM. Quem?

Com a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados - com 55 deputados, segundo dados do partido, mas 46, até às 19h, de acordo com a secretaria-geral da Casa - o Partido Social Democrático (PSD) deu ontem largada em sua atuação no Congresso Nacional. Foi num grande evento em Brasília, sob a condução do prefeito de São Paulo e presidente da nova legenda, Gilberto Kassab, e as bençãos mais entusiasmadas do PT e do PSB - este, o parceiro preferencial em uma aliança estratégica de longo prazo.

Entre os principais partidos, o DEM - o que mais perdeu quadros para o PSD - foi o único ausente ao ato, que lotou o auditório Petrônio Portela, do Senado Federal. Do PSDB foi seu presidente, deputado Sérgio Guerra (PE), e líderes. Do PMDB, o líder Câmara, Henrique Alves (RN). Interessado em manter a nova legenda como aliada do governo Dilma Rousseff, o PT foi representado pelo seu presidente nacional, Rui Falcão, pelo presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).

O primeiro a usar a palavra para saudar o nascimento do PSD, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, deixou clara a preferência por alianças com o partido de Kassab nas eleições municipais. "Onde o PSB não tiver candidato e o PSD tiver, vamos fazer um esforço para estar juntos", disse Campos, que chamou a nova legenda de "partido amigo". A aproximação de Campos com Kassab teve início quando o governador convidou o prefeito para se filiar ao PSB. Ele não foi, mas gostou da conversa. Kassab criou seu partido com o propósito de uma atuação conjunta com o PSB de Campos.

Representantes de uma nova geração de líderes políticos do país, Campos e Kassab estão à frente de um projeto para promover uma "troca geracional na política brasileira", segundo palavras do deputado Paulo Bornhausen (SC), que trocou o DEM pelo PSD. Filho do ex-presidente do extinto PFL - depois transformado em DEM-, Jorge Bornhausen, o deputado catarinense exprimiu o que para ele significa o nascimento do PSD: "De volta ao futuro. Estávamos sem futuro [no DEM] e, agora, abre-se uma porta no futuro", afirmou, referindo-se à perspectiva de o partido chegar forte a 2018. Até lá, a legenda estará se consolidando.

O PSD nasce robusto: 55 deputados federais - a lista foi lida pelo líder da nova bancada, Guilherme Campos (SP), embora haja controvérsia (ver quadro) -, dois senadores (Kátia Abreu, do Tocantins, e Sérgio Petecão, do Acre), seis vice-governadores e dois governadores, Raimundo Colombo (SC) e Osmar Aziz (AM). O número de prefeitos é calculado em cerca de 600, o de vereadores em seis mil e o de deputados estaduais, entre 100 e 200. Seriam 150 mil filiados, de acordo com o partido. Sete deputados federais licenciados para ocupar secretarias de Estado reassumiram para reforçar a bancada. 

A opção pelo centro foi reafirmado ontem por Kassab. "Será um partido que não terá preocupação de ser oposição por ser oposição, nem ser governo por ser governo. Será um partido de posições", disse. Segundo ele, o partido de "equilíbrio". Com DNA no Executivo, o PSD apoia, por exemplo, a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), mas é contra a criação de novo imposto para a saúde.

Em cerca de duas semanas, o PSD vai entrar com requerimento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo participação no fundo partidário. Segundo o advogado Admar Gonzaga, o argumento é que o partido foi criado cumprindo todos os requisitos legais e, por isso, não pode ser inviabilizado por não ter bancada eleita.Para ele, é "inconstitucional" o critério de divisão do fundo partidário com base na bancada eleita, definido antes da decisão sobre a fidelidade partidária - pela qual deputado que trocar de partido para criar nova legenda não perde o mandato. "Se o deputado é o dono desse direito, ele leva esse poder ao mudar de partido", disse o advogado. Se conseguir parte do fundo, o PSD tentará, em 2012, participação no tempo de rádio e televisão destinado aos partidos.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado como potencial candidato a prefeito de São Paulo pelo PSD, está no exterior, mas gravou um vídeo, que foi exibido no evento. Nele, disse que o país demanda uma gestão pública transparente e eficaz e que o PSD pode ocupar esse lugar. Meirelles disse estar "à disposição dos parlamentares e do partido para defendermos os interesses do país" e usar sua "experiência de gestão pública e privada para cooperar com a formulação e execução de um programa que deverá guiar a ação do partido pelos próximos anos ou décadas". Kassab, em entrevista após o ato de lançamento do PSD, afirmou que Meirelles "está habilitado a disputar qualquer cargo no país, no plano municipal, estadual e federal. (...) Não veio para ser candidato a nada, mas poderá ser candidato a tudo". (Do Valor Econômico)

5 comentários

Então não faltou ningém não coronel, exessão de uns gatos pingados o DEM estava todinho la. kkk Ass. Gaucho do Marambainha.

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Todavia, contudo, porém... justiça seja feita: ACM Neto bateu um bolão.

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esse entusiasmo do PT ai não me agrada nada, nada...

vamos colocar essa gente pra longe, nada de aliança com esses moribundos...

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Coronel,
o Gaucho do Marambainha disse tudo, não faltou ninguém do DEM. Exceção aos donos do partido.

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Coronel, o Dem, ex-partido de direita agora é aliado ou satélite de Dilma.
A alteração programática em um partido político, persiguição das minorias no partido que não aceitam a alteração do programa de partido, têm direito de sair do DEM para entrar EM QUALQUER OUTRO PARTIDO, ATÉ O PT.
A constituição realmente divide o tempo de propaganda a votos recebidos na última eleição e o PSD pode no STE conseguir alterar toda a jurisprudência com a norma de fidelidade partidária e saídas legais de partido terão que ser tomadas e o PSD tem 99% de chande de pegar o tempo do DEM, partido condenado ao banimento por Dilma e Lula. Os ministros petralhas do STE vão mudar o critério e criar norma e o congresso que mude a lei, será fácil pois o PT votará em massa contra o DEM e ajudar o PSD.
**** Todos os partidos têm que ter opinião independente, mesmo os do governo, mudanças que Dilma faça e que contrariem o estatuto do PT vão encontrar o PT na oposição.
As posições políticas dos partidos têm que ser sobre cada proposta de mudança de leis e nenhum partido têm que ser sabujo da presidente.

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