"Depois dos escândalos da quebra do sigilo do caseiro e do mensalão, as votações de Antonio Palocci e João Paulo Cunha desabaram nos seus municípios de origem [Ribeirão Preto e Osasco, respectivamente]. Só se elegeram correndo o Estado em busca de voto". Este foi um dos principais argumentos apresentados pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para defender a adoção do voto distrital puro, sistema eleitoral no qual o candidato a cargo legislativo só pode concorrer em uma determinada região. No entanto, o senador se mostrou pouco otimista de que o sistema, defendido por ele e pelo PSDB, alcance êxito agora, dada a conjuntura política. "Só vingará em alguns anos, por conscientização das pessoas".
Em evento promovido pela Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo sobre o tema, Nunes Ferreira se opôs aos principais pontos do relatório sobre a Reforma Política apresentados pelo deputado federal Henrique Fontana (PT-RS). O documento será apreciado no dia 5 de outubro pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Para o senador, o financiamento público de campanhas só funcionaria se também fosse adotada a votação em lista fechada, formulada pelos partidos. "Sou contrário a ambos", afirmou. A adoção do chamado "distritão", em que são eleitos os mais votados, também foi criticada pelo senador. "Como o PMDB quer o distritão, o que Fontana propôs é uma mistura de lista fechada com distritão. É o pior dos dois mundos, acaba com o vínculo entre representante e representado", observou. Nunes Ferreira se mostrou temeroso com a fiscalização dos recursos. "A estimativa feita foi de que isso custaria R$ 7 por eleitor, o que dá uns R$ 900 milhões. A eleição do ano passado, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, custou R$ 2,8 bilhões. É evidente que esse sistema estimulará o uso de caixa dois", argumentou.
Antes do senador, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Walter de Almeida Guilherme, havia feito críticas à obrigatoriedade do voto e à possibilidade de reeleição, em sua visão "uma via para o abuso do poder político". O senador discordou de ambas as teses, como já havia discordado do financiamento público de campanha, defendido pelo presidente do TRE-SP. Questionado sobre a teste do ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli, de que a participação de empresas no financiamento do processo eleitoral deveria ser vedada, o senador se mostrou, contrariado. "O que deveria haver é maior fiscalização, evitando o favorecimento posterior. Sabe quando a contribuição de empresas era proibida? Na ditadura", observou. (Do Valor Econômico)
11 comentários
Vai ser dificil limpar a bandidagem das entranhas do governo. É a quadrilha do judiciário livrando a cara da quadrulha do planalto e as duas quadrilhas ferrando o povo brasileiro.
ReplyCoronel e Amigos,
ReplyEsses esquerdopatas, neo-burgueses do dinheiro alheio, têm medo do voto distrital como os vampiros têm medo da luz do sol e como o diabo tem medo da cruz!
Aliás, esquerdopatas, vampiros e o capeta são a mesma coisa sob formas diversas.
Água benta, luz do dia e voto distrital nelles!!
Isso tudo é jogo sem resultado!
ReplyO que acabaria mesmo de vêz com a bandidagem politica já que não podemos sonhar com um povo bem formado informado e educado é acabar com a carreira de politico - acabar com as reeleições que é outro sonho, mas será que se fizesse um plebiscito disso, funcionaria?
FAÇA UM TESTE CORONEL!
VOTO DISTRITAL sim!
ReplyMas com distritos que elegeriam 5 deputados!
100 distritos espalhados Brasil a fora, com a mesma população.
Está é a saída senador Nunes!
Cel.
Reply"Eu voto distrial" já está com 94.943 assinantes!!!!
Vamos pessoal!, precisamos chegar aos 100 mil.
Chris/SP
Sou completamente a favor do VOTO DISTRITAL, será muito bom para o Brasil.
ReplyMais os doNOS
do PODER, são contra,temem perder a BOQUINHA.
TUDO QUE O PT.,É CONTRA, eu sou a favor.
Izabel/SP
Isso tudo são paliativos, mas na verdade o que interessa mesmo é caminharmos no sentido da minimização das figuras do estado e dos chamados representantes do povo!
ReplyEntão prá que serve por exemplo um estado se ele não serve ao seu povo e só serve a sí mesmo?
Prá que pagamos impostos se a finalidade para a que foi criado não é mantida?
É tudo o que estamos felizmente vendo acontecer nessas repetidas crises na Europa e EE.UU.! Ou tem alguém que ainda tem dúvida?
Coronel, vamos lutar nesse sentido:
A primeira coisa é a que alguém já falou: acabar com a carreira de politico!
Será que vocês todos acham muito dificil conseguirmos pessoas competentes para gerirem um estado sendo muito bem pagos, quando conseguimos eleger um sindico para administrar nossos patrimonios, e, de graça?
Tá passado da hora de mudarmos isso!
O voto proporcional requer legalidade do financiamento por simpatizantes ou via partido político. A lista fechada é essencial para o voto distrital e os distritos sendo as regiões administrativas do estado ( estados do estado ), SP tem 17 regiões administrativas e algumas elegeriam 2 deputados federais e a da metrópole da capital elegeria 25 deputados federais, uma lista fechada com 30 nomes feita por cada partido e LISTA SECRETA onde apenas o STE, o TRE e os jornais teriam o acesso à lista às vésperas da eleição,compromissados a divulgar as listas só no dia do pleito após as urnas fechadas.
ReplyO VÍNCULO TEM QUE SER ENTRE O ELEITOR COM O PARTIDO POLÍTICO e não com os candidatos.
Quem escolhe a ordem da lista é a convenção de cada partido em cada distrito e os filiados votariam de modo direto nos deputados na forma de riscar os candidatos repudiados em uma pré-lista com 10 nomes e depois a eleição que define o lugar na lista, entre primeiro e quinto lugar ( se tiver só 5 no distrito ) e os suplentes se forem votados todos seria em convenção extra.
Além do Voto Distrital, tem que se fazer coincidir as eleições. Não há tatu que aguente com eleições a cada 2 anos. O Brasil é um país pobre que pensa que é rico!
ReplyA proposta do PMDB e do PT são ruins. Em caso de vitória de tal monstrengo, será difícil de implementar. Mas, será fácil de usar. Ai é que mora o perigo. Por isso, o voto distrital tem de ser batalhado a cada segundo. Ocupar os espaços para mostrar que há proposta coerente, sem invenção da roda.
ReplyO sistema atual é bastante perverso. Um exemplo real: votei num candidato do PSOL da Baixada Fluminense para deputado federal, o Sidney. Ele teve menos de 2.000 votos. O meu voto foi contado para a legenda do PSOL. Somando-se cerca de 13.OOO votos do Jean Willys, mais sobras de votos do Chico Alencar, o Jean acabou eleito.
ReplyConclusão: quem votou no PSOL em todo o estado, acabou elegendo dois candidatos da zona sul do Rio.
Por que considerar voto em legenda num país em que partidos são aglomerados, na maioria das vezes, fisiológicos? Por que culpar os eleitores por escolherem "pessoas", sem se preocupar com as siglas, quando os próprios partidos não possuem nenhuma coerência programática ou ideológica e fazem questão de não se definir como forma de ampliar o leque de eleitores?
Uns são sonháticos. Outros não são de direita, nem de esquerda, nem de centro e ... muito pelo contrário.. Agora os comunistas dizem que sempre foram "esquerdistas" (mesmo quando se referem a suas ações nos anos 60/70), são social-democratas ou, quando muito, revelam que o seu socialismo é diferente, "tem liberdade".
Ora, quem pode condenar o eleitor por fazer uma miscelânea partidária, votando, na mesma eleição, em um candidato de cada partido ... ou não votando?
IreLeaks