PSDB, de volta ao passado.

Nada contra a economista e advogada Elena Landau, mas as suas primeiras declarações de volta ao PSDB, para ser a artíficie dos novos posicionamentos do partido, sairam com cheiro de mofo: "Saí porque achei que estávamos perdendo a identidade, a capacidade de dar respostas e formular. E, do ponto de vista da minha trajetória pessoal, ficava frustrada a cada eleição quando as privatizações (o programa criado pelo ex-presidente Fernando Collor e aprofundado por Fernando Henrique Cardoso) não eram defendidas". Meu Deus, vão começar tudo de novo!É a mesma burrice mercadológica de achar que o eleitorado está preocupado com quem fez ou deixou de fazer algo que já está incorporado, deglutido e devidamente processado pelas pessoas. 

Elena Landau continua: "As privatizações foram muito boas para o país e tenho orgulho de ter participado delas". E o Brasil com isso, minha senhora? O que o seu orgulho representa para o eleitor? Absolutamente nada! O brasileiro não quer saber como era não ter um celular, mas em quantas vezes pode comprar um tablet. Será que é tão difícil entender? E a tucana continua: "A gente não pode simplesmente dizer que o mundo começou agora. Não se pode discutir questões de fundo, tanto sociais como econômicas, sem resgatar o passado, a competência que o PSDB teve de mudar, de fazer a virada". É assim que o PSDB quer ganhar eleições, fazendo uma volta a um passado irrelevante para 90% dos brasileiros. 

A grande realidade que fica escancarada com este tipo de depoimento é que o PSDB não tem mais nada a fazer para frente. Não tem um projeto de país. Não tem um projeto de governo. Não tem nem mesmo um projeto de partido, pois não consegue unir as suas lideranças. Para encerrar, Elena Landau avisa que o partido precisa "atender a uma classe emergente que está além do assistencialismo". Esta classe emergente não existe. É óbvio que existe um novo grupo que subiu na vida e que não precisa de Bolsa Família, mas está deitando e rolando no Minha Casa, Minha Vida e no Prouni. Este é o novo assistencialismo. É receber oportunidades para financiar Miami em 24 vezes e o Corsa 1.0 em 48 prestações. No tempo do PSDB era o frango. Agora é o salmão importado do Chile.  O PSDB está de volta ao passado. Está mais velho do que o Fernando Henrique Cardoso, infelizmente. Nunca mais chegará ao poder central, por absoluta fadiga do principal material de um partido: as novas idéias. ( As declarações de Elena Landau foram dadas ao Jornal Valor Econômico)