Apareceu a notícia hoje de manhã, para delírio dos pseudopatriotas e do seu Guido Mantega: pela primeira vez na história o risco Brasil é menor que o risco EUA! Isso medido pelo preço do CDS para um ano, cujo prêmio é de 42 pontos-base para o Brasil e 49 para os yankees falidos. É a hora da virada! Ninguém segura o Brasil! Claro que seu Mantega, que provavelmente teria dificuldades em explicar como funciona uma operação de CDS, já foi à imprensa para dizer que "isso mostra solidez da economia brasileira" e que "estamos no caminho certo". Algumas observações realistas (ou ranzinzas):
- O mercado quase não negocia CDS nesse prazo, muito menos para os EUA. A ação relevante está em prazos mais longos (cinco anos) e para créditos mais duvidosos.
- A diferença entre os prêmios é praticamente irrelevante - 0.07%. Ah, o CDS de um ano para o México opera a 34 pontos-base, e não se tem notícia de alguém bradando que o risco da dívida mexicana em dólares é menor do que a dos EUA. O mesmo vale para Indonésia (39 p.b.), Chile (36 p.b.), África do Sul (34 p.b.) e Rússia (44 p.b.), para pegar alguns exemplos do mundinho emergente.
- Todos esses preços representam probabilidades muito baixas - de um evento de crédito (calote, grosso modo) no horizonte de um ano. No caso dos EUA, isso implicaria no tesouro americano deixando de pagar uma dívida em moeda local. Acho que o tal camelo passa pelo buraco da agulha antes.
- No mercado relevante, o de títulos da dívida, os EUA se financiam para um ano em dólares a 0.16%. O Brasil, para os mesmos prazo e moeda, paga algo como 0.9%. Em moeda local... bom, melhor nem começar a andar por aí...
- O velho e bom EMBI, calculado pelo JP Morgan e que costumava ser a medida mais citada para "risco Brasil", vale 176 pontos-base.
Em resumo: vai sair na capa dos jornais de amanhã, mas, como diria o Officer Barbrady, vamos nos mexer, nada para ver aqui.
Update: Bingo! Na capa da Folha de hoje:
- A diferença entre os prêmios é praticamente irrelevante - 0.07%. Ah, o CDS de um ano para o México opera a 34 pontos-base, e não se tem notícia de alguém bradando que o risco da dívida mexicana em dólares é menor do que a dos EUA. O mesmo vale para Indonésia (39 p.b.), Chile (36 p.b.), África do Sul (34 p.b.) e Rússia (44 p.b.), para pegar alguns exemplos do mundinho emergente.
- Todos esses preços representam probabilidades muito baixas - de um evento de crédito (calote, grosso modo) no horizonte de um ano. No caso dos EUA, isso implicaria no tesouro americano deixando de pagar uma dívida em moeda local. Acho que o tal camelo passa pelo buraco da agulha antes.
- No mercado relevante, o de títulos da dívida, os EUA se financiam para um ano em dólares a 0.16%. O Brasil, para os mesmos prazo e moeda, paga algo como 0.9%. Em moeda local... bom, melhor nem começar a andar por aí...
- O velho e bom EMBI, calculado pelo JP Morgan e que costumava ser a medida mais citada para "risco Brasil", vale 176 pontos-base.
Em resumo: vai sair na capa dos jornais de amanhã, mas, como diria o Officer Barbrady, vamos nos mexer, nada para ver aqui.
Update: Bingo! Na capa da Folha de hoje:
Update 2: Seguindo a linha de um dos comentários, o CDS de 1 ano do Cazaquistão é negociado a 54 p.b. - bem perto do status de menos arriscado que os EUA. Great success!
13 comentários
eh o tipo de noticia que o povão nao tem a menor ideia do que seja...
Replyse o Manteiga fosse candidato com essa estrategia ganharia uns 50 votos...
de familiares e "adjacências"...
Será que o ministro Mantega não sabe que há pessoas que entendem do assunto, aqui no Brasil? Passa vexame porque quer.
ReplyMe engana que eu gosto.
ReplyÍndio Tonto/SP
È outro incompetente, só fala besteiras, alías, o Lulla foi muito sábio, se cercou de incompetentes já que ele não sabia nada para reinar sozinho como "Reizinho".
ReplySensacional, pena que a imprensa amestrada, jamais publicara isto.
ReplyTal chamada é de deixar embasbacado qualquer um interessado no assunto. Como pode publicar algo com tal grau de plantação, conceito ruim, desconhecimento do assunto, sem dados comparativos. Absurdo. O governo quer vender o que não tem. Apela para um nacionalismo tosco.
ReplyQuando eu ouço o Margarina falando,eu paro e penso"Que idiota cabal!"
ReplySugiro que já que os Estados Unidos da America do Norte está à beira da falencia,que ele e o crustáceo abram os cofres do BNDS.
Se a economis brasileira é mais segura que a americana,como e por que o tesouro americano paga menos de 1% ao ano de juros,e aqui tem que pagar mais de 12% ao ano,e com tendencia de alta.Deixem de serem boçais,esquerdistas.
ReplyOs EUA falidos? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, HUÁ, HUÁ, HUÁ,
Replye tem mané que vai sair falando isso por ai.
Gostaria de pedir licença par divulgar aqui um NOVO partido:
Replywww.novo.org.br
http://www.youtube.com/watch?v=hi81PZsSll4
No Jornal da Band (o dos insones) de ontem a noite, a notícia foi dada e desqualificada na mesma hora pelo âncora. Não entendi nada, mas amei.
ReplyMas a impressão que tive é que ele estava meio constrangido. A equipe de gestão de crise não deve ter achado nada melhor e mandaram ele falar qualquer coisa, para enrolar os incautos.
Eu processei a notícia da seguinte forma. Elles querem passar para o público interno a idéia de que o Brasil é visto pelo mundo como um país sério e capaz de honrar seus compromissos, porque na verdade isso deve estar sendo questionado interna e externamente, ainda mais depois que certo acordo internacional foi chutado para escanteio.
ahahah o problema da corja de brasilia e da "emprença" é que eles acham que todos brasileiros são burros e mal informados...
ReplyÔ DÓ!
Os EUA falidos? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, HUÁ, HUÁ, HUÁ,
Replye tem mané que vai sair falando isso por ai.
Caro colega, se você tivesse a mínima vontade de ler sobre o assunto e ter mais informações a respeito, saberia que essa não é uma frase tão absurda quanto parece. A dívida pública dos EUA é MONSTRUOSA, e há uma quantidade IMENSA de obrigações sem fundos, como o dinheiro do Medicare e a Segurança Social. Só para você ter uma ideia, nas estimativas otimistas, essas obrigações sem fundos são de 50 trilhões de dólares. São 50 trilhões de dólares que o governo dos EUA via ter que gastar mas não tem de onde tirar o dinheiro.
Ou seja, mané é quem lê alguma coisa e já sai tirando sarro sem se informar.