Debate: a opinião de quem entende.

Da Folha de São Paulo, trocando os jornalistas torcedores por uma especialista no assunto:

A política midiatizada é um espetáculo para um público longínquo: é preciso encontrar, por meio da voz, da gestualidade, da maneira de olhar para a câmera, o tom que produzirá o convencimento do eleitor distante.
Marina Silva (PV) iniciou sua participação hesitante, voz trêmula, mas foi se inflamando no decorrer do debate. Sua fala rápida, inflexão forte, acompanhada por um rosto imóvel e sisudo. Seu discurso contundente acabou muito mais adequado ao palanque, ao corpo a corpo. Na tela soou grave, excessivo, sem a plasticidade exigida pelo meio televisivo.

Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) alternou tom de voz coloquial, fala pausada como quem dá conselhos, com rápidas diretivas como "Serra é hipocondríaco" e "aqui é tudo Poliana"... Gesticulação contida transmitindo serenidade, interrompida por bruscas movimentações do corpo, olho direto na câmera. Criou o efeito "candidato diferente". Falou sozinho.

José Serra (PSDB) pareceu o "cidadão comum", da fala coloquial e branda, das formas breves e didáticas, afável, dirigindo-se a todos pelos nomes, com intimidade e entonação pausada. Não se esqueceu de olhar para o eleitor diretamente, olho na câmera, sem entretanto parecer incisivo. A gestualidade marcou a fala, parecendo estar demasiadamente à vontade. Essa maneira de dirigir-se ao eleitor produziu o efeito de uma oposição moderada, sem grandes confrontos.

Dilma Rousseff (PT) carregou o peso da situação. No início muito pouco à vontade, sua fala foi rápida, entrecortada, hesitante. Extrapolou várias vezes o tempo. Não se entendeu com a câmera: olhava para os lados procurando o olho mágico. Sem gesticulação, seu rosto se manteve impassível. Com o tempo, melhorou a interlocução com o meio audiovisual, olhou para o tele-eleitor, mas seu discurso não foi fluente, não usou formas coloquiais e didáticas, não produziu o efeito de proximidade com o telespectador. Essa posição impediu que construísse a imagem de "mulher comum" e a levou a ocupar o lugar de "candidata a um lugar".

2 comentários

Talvez esse tal de plinio, por se tratar no Sírio Libanes ou Albert Eisten, não saiba que Milhares de Brasileiros nos demais estados do Brasil, Graças a Deus em SP nem tanto,
estão morrendo a mingua nas portas dos hospitais,
assim como os cubanos morrem preso apenas por terem opiniões diferente dos ditadores,
por falta de atendimento médico e de medicamento, falta de cirurgias,
falta de Saneamento,
são enganados por uma maldita bolsa miséria ou esmola,
e o tal de plinio precisa ir na periferia e ver com os próprios olhos e enxergar o que a população realmente quer, e não ficar fazendo piadas com coisa séria

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Será que existe algum acordo entre o PT e o Plínio para "salvar" a Dilmaleta nos debates ?

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