Nem só de política e cargos públicos viveu a presidenciável Dilma Rousseff (PT). Entre uma função e outra no Rio Grande do Sul, ela investiu no mundo empresarial com uma loja de bugigangas importadas do Panamá. O negócio, que durou um ano e cinco meses, fechou em julho de 1996 e é omitido de sua biografia oficial. Com o nome fantasia de Pão & Circo, inspirado na estratégia romana para calar as vozes insatisfeitas, a empresa foi registrada para comercializar confecções, eletrônicos, tapeçaria, livros, bebidas, tabaco, bijuterias, flores naturais e artificiais, vendidos a preços módicos. O forte, porém, eram os brinquedos, particularmente os dos "Cavaleiros do Zodíaco", animação japonesa sobre jovens guerreiros que fez sucesso nos anos 1990. Na biografia oficial de Dilma na web, que exalta a fama de boa gerente da candidata, não há menção ao período em que ela foi sócia-gerente da Pão & Circo. Nem mesmo quando defendeu a criação de um ministério para pequenas e médias empresas, em maio, mencionou o fato. A Folha procurou a candidata por telefone e por e-mail para que ela falasse dessa experiência. Por meio da assessoria, Dilma confirmou que a empresa existiu e fechou há cerca de 15 anos -e que não falaria mais sobre isso.
SÓCIOS
A empresa tinha sede e filial em Porto Alegre e importava artigos de bazar de Colón, no Panamá, para revender no atacado e no varejo. Além da agora candidata e da ex-cunhada Sirlei Araújo, participavam da sociedade o ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, e um sobrinho, João Vicente. Carlos foi dirigente da VAR-Palmares, uma das organizações de esquerda das quais Dilma participou durante a ditadura militar.Segundo Sirlei, ela e Dilma viajaram ao Panamá "umas duas ou três vezes" para escolher as mercadorias, que eram despachadas de navio até Imbituba (RS) e seguiam depois por terra até a capital gaúcha. "Era mais bazar e brinquedos", diz a ex-sócia. A sede foi inaugurada em fevereiro de 1995, numa sala na região central de Porto Alegre. Quatro meses depois, Dilma abriu uma filial no centro comercial Olaria, também na capital gaúcha. Os comerciantes mais antigos do Olaria se lembram de Dilma, dos contêineres e da lojinha. "A gente esperava uma loja com artigos diferenciados, mas, quando ela abriu, era tipo R$ 1,99. Eram uns cacarecos", afirma Bruno Kappaun, dono de uma tabacaria no local.
PREJUÍZO
A simplicidade da loja e o baixo movimento de clientes também estão na memória dos comerciantes. "A loja era mal-acabada, com divisórias de tábua, um troço rústico. E, claro, não entrava ninguém ali", diz Ênio da Costa Teixeira, dono de pizzaria, lembrando que dois funcionários ficavam na loja e Dilma aparecia eventualmente. Um terceiro comerciante, André Onofre, dono de um café no Olaria, acha que a loja não teve viabilidade econômica porque as "bugigangas" eram "muito baratas". "Foi uma experiência. Acho que ela não era do ramo." Sirlei afirma que o negócio não foi um fiasco: "Até que deu bem certo". Diz que Dilma cuidava sobretudo da contabilidade e das vendas. A empresa ficou aberta por apenas 17 meses, entre 1995 e 1996, segundo registro na Junta Comercial e na Secretaria de Fazenda do RS. Os quatro sócios fecharam a filial primeiro, em 1996, e extinguiram a empresa oficialmente em dezembro de 1998. "Durou bem pouco tempo. Dilma sempre foi muito envolvida com a política. Não dava tempo para ela conciliar. Eu sozinha não conseguia", justifica Sirlei. O período em que Dilma esteve à frente da Pão & Circo coincide com o tempo em que ela ficou afastada de cargos de confiança no governo do Rio Grande do Sul. A ex-sócia diz que a decisão de fechar o negócio foi tomada em conjunto, pois Dilma se preparava para assumir o cargo de secretária de Minas e Energia na gestão Olívio Dutra (1999-2002). Questionada sobre o silêncio da petista em relação à experiência de microempresária, Sirlei diz que tanto Dilma quanto a família dela preferem a discrição. Quando ouve que Dilma prometeu um ministério específico para o setor, ela não se surpreende: "É porque ela tem bastante experiência".
SÓCIOS
A empresa tinha sede e filial em Porto Alegre e importava artigos de bazar de Colón, no Panamá, para revender no atacado e no varejo. Além da agora candidata e da ex-cunhada Sirlei Araújo, participavam da sociedade o ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, e um sobrinho, João Vicente. Carlos foi dirigente da VAR-Palmares, uma das organizações de esquerda das quais Dilma participou durante a ditadura militar.Segundo Sirlei, ela e Dilma viajaram ao Panamá "umas duas ou três vezes" para escolher as mercadorias, que eram despachadas de navio até Imbituba (RS) e seguiam depois por terra até a capital gaúcha. "Era mais bazar e brinquedos", diz a ex-sócia. A sede foi inaugurada em fevereiro de 1995, numa sala na região central de Porto Alegre. Quatro meses depois, Dilma abriu uma filial no centro comercial Olaria, também na capital gaúcha. Os comerciantes mais antigos do Olaria se lembram de Dilma, dos contêineres e da lojinha. "A gente esperava uma loja com artigos diferenciados, mas, quando ela abriu, era tipo R$ 1,99. Eram uns cacarecos", afirma Bruno Kappaun, dono de uma tabacaria no local.
PREJUÍZO
A simplicidade da loja e o baixo movimento de clientes também estão na memória dos comerciantes. "A loja era mal-acabada, com divisórias de tábua, um troço rústico. E, claro, não entrava ninguém ali", diz Ênio da Costa Teixeira, dono de pizzaria, lembrando que dois funcionários ficavam na loja e Dilma aparecia eventualmente. Um terceiro comerciante, André Onofre, dono de um café no Olaria, acha que a loja não teve viabilidade econômica porque as "bugigangas" eram "muito baratas". "Foi uma experiência. Acho que ela não era do ramo." Sirlei afirma que o negócio não foi um fiasco: "Até que deu bem certo". Diz que Dilma cuidava sobretudo da contabilidade e das vendas. A empresa ficou aberta por apenas 17 meses, entre 1995 e 1996, segundo registro na Junta Comercial e na Secretaria de Fazenda do RS. Os quatro sócios fecharam a filial primeiro, em 1996, e extinguiram a empresa oficialmente em dezembro de 1998. "Durou bem pouco tempo. Dilma sempre foi muito envolvida com a política. Não dava tempo para ela conciliar. Eu sozinha não conseguia", justifica Sirlei. O período em que Dilma esteve à frente da Pão & Circo coincide com o tempo em que ela ficou afastada de cargos de confiança no governo do Rio Grande do Sul. A ex-sócia diz que a decisão de fechar o negócio foi tomada em conjunto, pois Dilma se preparava para assumir o cargo de secretária de Minas e Energia na gestão Olívio Dutra (1999-2002). Questionada sobre o silêncio da petista em relação à experiência de microempresária, Sirlei diz que tanto Dilma quanto a família dela preferem a discrição. Quando ouve que Dilma prometeu um ministério específico para o setor, ela não se surpreende: "É porque ela tem bastante experiência".
9 comentários
Imbituba (SC). Corrige!
ReplyPor gentileza alguém aí no Sul poderia levantar através do CNPJ ou mesmo na Junta Comercial para saber se ela seguiu todos os trâmites burocráticos que todo empresário tem de enfrentar para encerrar uma empresa.
ReplyNegócios com artigos de R$1,99 ? Hummmm, É a pessoa certa então, já está acostumada com artigos e "gente" de baixo valor. Já tem nesta semana uma decisão do tipo, vai ter que escolher entre Dirceu Mata-Mata e Palocci Quebra-Sigilos. O que sobrar será dado como "troco" aos Leões.
ReplySe esse comunista, fazer um novo PLANO ECONÔMICO, em janeiro 2011, quero rir, sentar e rir tanto...
ReplyNossa, ela nao soube administrar uma lojinha de cacarecos, e fechou um pouco mais de um ano e quer gerenciar o Brasi?.
ReplyO Shrek da democracia quer nos dar essa Fiorina para gente.
Dá licença, a tia não conseguiu gerenciar um bazar e quer gerenciar um país? Só aqui na Banânia para acontecer um troço desses, que vergonha, meu Deus!
ReplyOs comerciantes do Olaria Shopping de Porto Alegre/RS conhecem a verdadeira competência executiva de Dilma.
ReplyFoi um laptop com Powerpoint a tiracolo que fez a diferença para o LULLA escolhê-la ministra, e depois passar a desfilar uma bolsa Hermes, pois não ...
Foi o que bastou também para sentar ao lado de um empresário como o Jorge Gerdau no Conselho da PETROBRÁS ...
Trajetória mais exuberante só a do Lullinha filho.
CORONEL.
ReplyPÃO & CIRCO durou 15 meses pela grande gerente.
O Brasil vai ao fundo em 6 meses pela mãe do PACdermi.
Bacaria
Seus entreguistas ignorantes. A gloriosa e revolucionária loja da Doutora e Mestre em Economia Dilma Roussef só falhou porque:
Reply1 - Os preços eram baixos e justos demais, para permitir o acesso das camadas mais baixas aos bens da burguesia, o que contrariou a ideologia neolioberal em prática no atual estágio da civilização ocidental;
2 - houve uma conspiração do capital internacional, capitaneado pelos E$tado$ Unido$, que, aterrorizado pelo novo paradigma econômico mais justo e solidário proposto pela Mãe dos Pobres, orquestrou por meio da CIA uma ampla (mas secreta) campanha de boicote, que no Brasil contou com plena adesão das elites;
3 - Uma vez que a Mãe do PAC e do Plano Real percebeu que os produtos eram produzidos originalmente em países com exploração da mão-de-obra operária com baixa renda e poucas condições de trabalho, ela abandonou o negócio, para impedir que as elites neoliberais detentores dos meios de produção acumulassem mais riquezas à custa da mais-valia e do sofrimento dos trabalhadores (nota: isso não se refere a produtos chineses, pois a China, como gloriosa comunista que é, é um país justo e que mantém excelentes padrões de vida ao proletariado).
Dilma Já! Fora FHC!