Jornalista aloprado era o responsável pela contratação dos arapongas do Dossiê da Dilma: "aí eu abortei", afirma ele.

Em 2007, o jornalista aloprado já era uma personalidade no Palácio do Planalto. Quando foi assaltado e baleado em Brasília, ninguém mais, ninguém menos do que Franklin Martins, o big boss da comunicação do Governo Lula, foi visitá-lo no hospital. Não havia o mínimo risco de vida. Foi levar a preocupação de Lula quanto ao ocorrido. Do próprio Lula. Naquela época, ele já não escondia para ninguém que estava escrevendo um livro contra os tucanos. Não é difícil saber pago por quem.

Leia abaixo, trechos da entrevista de Amauri Ribeiro Junior, contratado pela Campanha da Dilma para escrever um livro contra José Serra(PSDB), que era um dos líderes do grupo que estava contratando arapongas para montar o Dossiê da Dilma contra Serra. O jornalista aloprado assume várias personalidades ao mesmo tempo, sempre defendendo os "laranjas" que lhe pagam: Lanzetta e Benedito. É uma entrevista esclarecedora e estarrecedora, principalmente no momento em que ele assume que liderava a reunião e era o responsável pela montagem do Dossiê da Dilma. Ao tentar negar que o objetivo era grampear Serra, assume que era o líder da ação.

" Eu fui chamado exatamente para tentar ver o que estava acontecendo na casa, o que estava vazando na casa."

" Agora, eu fui [à reunião] porque conheço outra pessoa, um amigo dele."

"Mas acontece que havia problemas, e isso eu concordo com ele, sobre o direcionamento da campanha. Porque eu achei confuso. Primeiro, que daí o pessoal da reunião começou a falar que estava desconfiando de fogo amigo. Aí ele falou, "vamos investigar o [grupo do] Serra ou vamos investigar o fogo amigo?". E aí realmente não chegamos a um acordo. Eu abortei."

"Então o que era o plano? Era desmontar essa base". 

" Eu acho que ele (Benedito Rodrigues de Oliveira) é um cara que coordena a casa e estaria ali para saber como que seria o pagamento, se fechasse. Tanto que ele foi para a reunião acho que para... ele foi como representante do esquema da QI [a casa no Lago Sul onde funcionava a área de imprensa da campanha de Dilma]" 

" Parece que ele (Benedito) largou um monte de contratos [no governo] para participar da campanha."

"Eles são sócios...Ele (Benedito) e Lanzetta são amigos inseparáveis, um não faz uma coisa sem o outro. Lanzetta chamou Benedito para organizar as finanças da casa, desde o aluguel, contratação de pessoas. Mas eu estou dizendo o que eu acho, aquilo que entendi" 

"Isso ficou bem claro [na reunião]. O Benedito falou bem claro que não era esse tipo de pessoa, que emitiria comprovantes de pagamento e serviços. Seria tudo declarado" 

" Eu fui lá para tentar desmontar um sistema de espionagem. [...] Havia espiões lá dentro [da casa]."

" Eu não fiz (denúncia) na hora, mas agora vou entregar todos os documentos, junto com os resultados das minhas investigações, para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal" 

" O Lanzetta (convidou para a reunião), porque ele não é da área, tem um perfil de empresário. Eu sou jornalista. Eu converso com esse povo há dez anos, como todo jornalista conversa". 

" Na verdade, eles [PSDB] estão preocupados com o que eu tenho."

" Eu, como não tenho contrato com ninguém, posso falar de todos os lados. Tem fogo amigo dos dois lados. Vou publicar os documentos. Já estou procurando um laudo de um especialista, um tributarista com especialização em lavagem de dinheiro, para dar um parecer sobre todos os documentos. Vou entregar tudo para a Polícia Federal. Vou até o fim." 

Aqui a entrevista completa, para assinantes da Folha de São Paulo. É este "jornalista" que está para lançar, nos blogs do esgoto (TelePHA, Mascate do BNDES e Vi o Imundo), um livro contra José Serra(PSDB). Passou os últimos anos, financiado por fontes desconhecidas, fazendo "pesquisas" contra a oposição.