Um Brasil de papel e power point.

Lula e Dilma instituíram a mentira sobre o futuro como a viga mestra da campanha eleitoral. Criaram o Brasil de papel, o país do power point. Ao inventarem um amanhã dourado, na sua sanha eleitoreira, jogam o país em um cenário de previsões otimistas cada vez mais carentes de dados que as sustentem. Alimentam debates fantasiosos para jogar fumaça sobre o presente e fugir do debate sério sobre os problemas nacionais. A matéria do Estadão de hoje sobre os royalties do pré-sal de São Paulo é a prova fria de como o país caiu nesta teia de mentiras. Até mesmo a imprensa, que tem o dever de dar um basta em tanta especulação, alimenta o discurso falso. Leiam. Os grifos são do Blog.

O Estado de São Paulo pode deixar de ganhar quase R$ 2 bilhões por ano se o Senado mantiver a nova divisão de royalties do petróleo aprovada pela Câmara. Embora tenha tido uma produção mínima no ano passado, o Estado pode ter aproximadamente 25% das reservas na área do pré-sal, o que o colocará entre os maiores produtores do País nos próximos 20 anos. O avanço da produção, entretanto, pode não se traduzir em ganhos financeiros se o rateio dos royalties seguir os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que garante aos paulistas apenas 1% do bolo. A produção de petróleo em São Paulo no ano passado foi de 333.374 barris, a menor entre os nove Estados produtores, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O pagamento da compensação financeira devida pelas empresas que fazem a exploração (royalty) rendeu aos cofres paulistas pouco mais de R$ 8,5 milhões. A situação deve mudar quando os campos do pré-sal localizados na Bacia de Santos começarem a ser explorados. De acordo com projeções feitas por economistas, a pedido do Estado, se as reservas paulistas atingirem 25% do total estimado pelo governo para o pré sal, o volume a ser explorado na região poderá ser de 10 a 15 bilhões de barris em 20 anos.

O talvez, o se, o pode ser são a única base da matéria publicada. A premissa básica do pré-sal , a da viabilidade econômica de exploração, não foi comprovada, mas já foi habilmente deixada para trás pela multiplicação de pequenas notícias plantadas pela Petrobras. Ontem não saiu que Tupi é altamente produtivo, com testes a 2.000 metros, quando o pré-sal está a 7.000 metros? Este debate mentiroso só serve a um governo que está brincando de colocar o país em pé de guerra em cima de meras suposições. Um país brigando por vento e votos. Por outro lado, ninguém vai ouvir Lula e Dilma falando em redução da carga tributária, em queda dos juros ou em redução dos gastos correntes. A oposição está caindo em uma armadilha. O pré-sal não é o debate que o país precisa, em ano eleitoral. Isto só vai servir para que Lula e Dilma escolham, pisando por sobre mortos e feridos, a alternativa política que dê mais votos. Os dois não tem o mínimo compromisso com o futuro e com a verdade. O compromisso deles e do PT é com o talvez, onde cabe todas as mentiras e todo o estelionato eleitoral que está sendo cometido. Na próxima sexta-feira, será lançado o PAC 2, quando o PAC 1 cumpriu pouco mais de 10% do prometido. Aí serão não sei quantos milhões de casas. Quantos milhões de empregos. Quantos trilhões de investimentos. O PAC 2 é mais um assalto ao futuro neste Brasil de papel e power point. O papel aceita tudo e o power point também, inclusive som de fundo e animados gráficos e tabelas.